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Audi calou boato sobre desistência da F1 investindo ainda mais na categoria

Foi um anúncio que acabou não ganhando a atenção que merecia durante o final de semana do GP da Arábia Saudita em meio a toda a disputa interna na Red Bull, mas a Audi deu um sinal claro do seu comprometimento com a Fórmula 1 ao fechar a compra total da equipe Sauber, que está passando por uma transformação para se tornar a equipe de fábrica dos alemães a partir de 2026. Antes, o negócio previa que 25% da equipe continuaria na mão do grupo de investimentos sueco que comprou o time há pouco menos de 10 anos.

Esse anúncio demorou a ser feito porque, primeiramente, era preciso que a Ferrari garantisse o fornecimento de motores à Sauber até o final de 2025. Dentro do acordo vigente com os italianos, havia a possibilidade de quebra de contrato se uma montadora comprasse totalmente o time.

E também é uma mensagem forte. É mais investimento e também uma demonstração clara de que as conversas de desistência do projeto não passavam de boatos. Enquanto isso era discutido em parte da imprensa, o CEO Andreas Seidl, conseguia uma vitória importante para que a equipe consiga ser competitiva mesmo sendo baseada na Suíça, onde o custo de vida é mais alto (e com ele, os salários) do que na Inglaterra ou na Itália, onde as demais equipes estão baseadas.

Audi conseguiu compensar altos salários da Suíça

Seidl conseguiu que fosse aprovada uma matemática diferente para salários calculados em francos suíços. Um salário anual de, por exemplo, 150 mil francos suíços só corresponde ao equivalente a 100 mil francos suíços no teto orçamentário que todas as equipes são obrigadas a seguir.

Isso vai permitir que a Audi tenha um quadro de funcionários no mesmo nível de times baseados na Inglaterra, como Red Bull e Mercedes, e na Itália, como a Ferrari, sem ter que pagar salários muito abaixo do que é praticado na Suíça.

As contratações, inclusive, estão a todo vapor. Desde a compra, o número de funcionários contratados pulou de 550 para 650, embora muitos deles, vindos de equipes grandes, estejam cumprindo um período de afastamento. Na F1, é normal que profissionais que lidam com informações sensíveis fiquem "na geladeira" ou, no palavreado usado na categoria, "no período de jardinagem". Eles recebem salários, mas ficam impedidos de trabalhar por seis, 12 meses, dependendo do cargo. Nesse meio tempo, as informações que eles têm sobre a ex-equipe ficam obsoletas.

Mas as contratações não param por aí: Seidl quer ter uma operação no mesmo nível dos times grandes, com cerca de 900 funcionários. E justamente para isso que é importante ter conseguido o ajuste no teto orçamentário para salários em francos suíços.

As instalações em Hinwil também estão sendo atualizadas. A equipe vai funcionar com uma fábrica voltada aos motores, na Alemanha, e outra para a construção do carro e operação do time, na Suíça. É algo semelhante a Mercedes, Alpine/Renault e Honda/Aston Martin. Red Bull e Ferrari farão seus motores e carros no mesmo terreno.

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Equipe poderá gastar mais que times grandes em infraestrutura

Mas a Audi também vai se beneficiar de outra mudança recente no teto orçamentário, pleiteada pela Williams. A partir deste ano, há três níveis diferentes de investimento em infraestrutura permitidos, dependendo do que a equipe já tem.

A Sauber entra no grupo de equipes que podem gastar mais. São 65 milhões de dólares ao longo de quatro anos, terminando no final de 2024. E 56 milhões nos quatro anos seguintes. Isso dá uma diferença ao longo de oito anos de 26 milhões de dólares em comparação com Red Bull, Mercedes e Ferrari.

O túnel de vento já passou por uma reforma. O simulador é relativamente novo, de 2021, então não precisa de grandes reparos. Mas as ferramentas para projetar e construir as peças precisam ser atualizadas e é nisso que Seidl está trabalhando.

O motor, que só estreia em 2026 junto com a equipe e com o novo regulamento da F1, está com o desenvolvimento em dia, embora seja de se esperar que eles não estejam no nível das outras fornecedoras logo de cara. E as duas vagas de pilotos seguem em aberto, com Carlos Sainz cotado já há algum tempo, até pela boa relação com o ex-chefe na época da McLaren Seidl, e Nico Hulkenberg aparecendo também como opção.

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