Leclerc lidera último treino apertado antes da classificação na Austrália

Até porque não é incomum, em outras pistas, que as Red Bull só entrem na pista na última meia hora desse terceiro treino livre. Mas, quando os carros pararam nos boxes, não houve nenhum trabalho intenso nos freios, indicando que isso talvez tenha relação com a temperatura mais baixa em um sábado nublado em Melbourne.

Essa queda da temperatura principalmente do asfalto fez com que os problemas com graining continuassem. Trata-se de um fenômeno que faz os pneus ficarem "arrepiados" e que gera queda de aderência para os pilotos. Tanto, que os pneus médios (que trabalham melhor em temperaturas mais baixas que os macios) estavam sendo mais rápidos.

Outro fator é a mudança dos compostos promovida pela Pirelli, que levou pneus mais macios para a Austrália. Verstappen disse que os macios "se mexem muito" e a impressão era de que eles não duravam até o final da volta. Dependendo da condição de pista, isso poderá ser um fator na classificação, embora os pilotos tenham que usar os macios na última parte da classificação.

Mercedes deu sinais de melhora após testes da sexta-feira

A sessão serviu também para a Mercedes testar qual o melhor acerto para o W15 em Melbourne, depois de ter feito vários experimentos durante a sexta-feira. A ideia era buscar uma maneira de tornar o carro mais estável nas curvas de alta, e trouxe resultados diferentes para os pilotos. Lewis Hamilton começou a sexta-feira com a melhor sensação que teve com esse carro e terminou com a pior, enquanto George Russell sentiu menos a diferença.

De qualquer maneira, o circuito de Albert Park pode ser traiçoeiro para a equipe ter respostas, já que a evolução da pista é muito acentuada e pode mascarar os resultados. E Hamilton seguiu lutando mais com o carro que o companheiro por todo o treino livre.

Além das curvas de alta velocidade, a Mercedes tem dificuldade nas retas. Em determinado momento, Hamilton perguntou ao engenheiro de onde vinha tanta diferença em relação à ponta e ouviu que "sete décimos de diferença vêm nas retas." Mas, no final da sessão, eles conseguiram o quarto e quinto tempos.

Única Williams na pista, Albon reclamou bastante do carro

Um piloto muito pressionado neste fim de semana é Alex Albon, que bateu no primeiro treino livre e, como a Williams não tinha um chassi reserva, acabou ficando com o carro do companheiro Logan Sargeant, que não vai disputar o GP da Austrália. Via rádio, Albon apareceu reclamando da dirigibilidade do carro "em todos os lugares". Ele fechou o treino livre em 13º.

É bastante incomum que uma equipe não tenha um chassi reserva, e isso expõe os atrasos que a Williams sofreu para se preparar para a temporada. Agora, o chassi de Albon será consertado na fábrica da equipe na Inglaterra e será enviado para o Japão, palco da próxima etapa. Ou seja, novamente, e em um circuito em que os acidentes costumam gerar muitos danos por conta da velocidade da pista, a Williams não terá um chassi reserva.