A F1 nem parecia a mesma com alto desgaste de pneus e sem Max Verstappen
Se depois do GP da Arábia Saudita pouco aconteceu em mais uma dobradinha da Red Bull, a história foi diferente na terceira prova da temporada, na Austrália. Max Verstappen teve uma rara falha técnica, abandonando logo no final da terceira volta com seu freio traseiro direito em chamas. Seu companheiro, Sergio Perez, não estava em segundo para capitalizar, tendo se classificado em terceiro e sofrido uma punição por atrapalhar Nico Hulkenberg. E quem acabou ficando com a dobradinha foi o carro que esteve muito forte e forçou a Red Bull por todo o final de semana. Carlos Sainz assumiu o papel de Verstappen, liderou do começo ao fim, enquanto Charles Leclerc teve de trabalhar mais para chegar em segundo, com Lando Norris em terceiro.
A F1 sem Verstappen não foi uma corrida em que choveram ultrapassagens, como é de praxe no Albert Park, mas foi uma prova tensa por conta do alto desgaste de pneus. A Pirelli levou a Melbourne compostos mais macios neste ano e isso ajudou a corrida, deixando claro que esse foi um fator importante para a corrida de Jeddah ter sido tão monótona.
Tendo passado Verstappen logo na segunda volta, quando os problemas do holandês com os freios (ele descreveu que a sensação era de estar com o frio de mão puxado) começaram, Sainz mostrou como controlar o ritmo da ponta, podendo cuidar dos pneus, faz muita diferença. Ele conseguiu fazer sete voltas a mais com seu primeiro jogo de pneus que Leclerc, que estava tendo que forçar mais o ritmo para fugir das McLaren, e isso foi fundamental para ele ter uma tarde mais tranquila, chegando a abrir oito segundos para o companheiro.
Isso foi fundamental no final, quando Sainz viu sua vantagem cair pela metade, mesmo tendo pneus bem mais novos, o que só mostra a dificuldade que os compostos impuseram para os pilotos. Menos mal para ele que a prova tenha acabado com um Safety Car Virtual, após um acidente com George Russell. Sua comemoração mostrou o quanto significou para o espanhol ter um final de semana tão forte após ficar de fora da última prova com apendicite.
"Life is a rollercoaster"
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What a difference 16 days makes for Carlos Sainz 🤯#F1 #AusGP pic.twitter.com/sQ0zmCwJZd
Essa Ferrari forte forçou a Red Bull a tentar soluções diferentes, já que eles, desde o primeiro treino livre, não tiveram um carro tão equilibrado quanto nas duas primeiras provas. E talvez isso tenha explicado por que Perez não conseguiu se recuperar da punição e tenha chegado apenas em quinto, reclamando do acerto do carro. "Acho que a gente exagerou porque meus pneus traseiros não tinham aderência", explicou.
O mexicano acredita que, mesmo se Verstappen não tivesse tido o problema no freio, ou se ele tivesse largado mais à frente, a Ferrari ainda assim teria vencido o GP da Austrália. "Absolutamente, sim", foi a resposta dele a essa pergunta. "Já tínhamos visto ano passado que, em uma pista como essa, em que os pneus dianteiros se desgastam antes que os traseiros, a Ferrari é mais forte do que nós."
Atrás de Sainz, a McLaren chegou a imaginar que dava para atacar Leclerc, que sofreu muito com a degradação no início da prova, e até inverteu a posição de seus pilotos para isso, mas o monegasco trabalhou melhor os pneus na parte final da prova e garantiu a dobradinha, com Lando Norris em terceiro em um final de semana que destacou os pontos fortes do carro da McLaren.
Albon fica fora dos pontos mesmo com abandonos dos ponteiros
A decepção ficou por conta da Mercedes, que abandonou com Lewis Hamilton com uma quebra de motor e com o acidente de Russell. Esses três abandonos dos times da ponta abriram uma oportunidade de ouro para o grupo de cinco times que estão bem igualados pontuarem também.
LAP 58/58
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Big crash for George Russell 💥
The Mercedes driver radioes to say he's okay.
The race will finish behind the Virtual Safety Car #F1 #AusGP pic.twitter.com/SjooKJ8Y5v
Yuki Tsunoda "ganhou" essa disputa particular, com o oitavo lugar. O japonês já tinha conseguido se classificar no top 10 e mais uma vez andou muito melhor que o companheiro Daniel Ricciardo. E a Haas conseguiu as outras duas posições nos pontos, comprovando que deixou para trás os problemas de degradação de pneus.
Isso foi uma grande decepção para a Williams, que correu apenas com um carro depois que Alex Albon destruiu seu chassi em uma batida no primeiro treino livre. Sem peças de reposição suficientes, eles decidiram dar o chassi de Logan Sargeant para o tailandês, acreditando que ele teria mais chances de conquistar pontos. Mas Albon terminou em 11º, bem próximo de Kevin Magnussen.
Daqui a duas semanas, a F1 vai para o Japão ainda com Verstappen em primeiro no campeonato, com 51 pontos, quatro pontos à frente de Charles Leclerc.
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