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Williams dispensar carro reserva em 4 GPs 'é muito estranho', diz Steiner

A Williams passou a última semana correndo contra o tempo para consertar o chassi de Alex Albon e correr com dois carros no GP do Japão, neste final de semana. O tailandês sofreu um acidente ainda na sexta-feira da etapa de Melbourne e os danos foram tão extensos que o equipamento não pôde ser arrumado na pista, tendo que ser mandado de volta para a fábrica na Inglaterra. Mas isso não é totalmente incomum. O problema é que a Williams não tinha um terceiro chassi disponível na Austrália, e também não terá o reserva no Japão. Na verdade, não há uma previsão oficial para a primeira corrida para que isso ocorra.

Para entender o quão raro é isso acontecer na F1 moderna, é válido o depoimento de Guenther Steiner, ex-chefe da equipe com menos recursos da categoria na última década, a Haas. Perguntado o quão surpreso ficou ao saber que a Williams está correndo este risco a esta altura do campeonato, ele enfatizou que ficou "muito" surpreso.

Steiner contou que houve uma temporada em que a Haas chegou para a primeira corrida do ano sem um chassi reserva. "Mas, tirando isso, nós sempre tivemos. O máximo que aconteceu foi ter que mandar de última hora para a primeira corrida", relembrou.

"Acho que ninguém falou ‘ah, esse é o jeito de fazer as coisas’. Fiquei muito surpreso, ainda mais ao saber que eles não vão ter um chassi reserva também no Japão. Fico impressionado. Não sei dos detalhes, talvez haja uma boa explicação que o James possa dar. Não falei com ele, então não quero ser muito crítico a respeito."

Steiner explicou como as equipes que têm orçamento mais apertado constroem seus carros, o que ajuda a entender por que ele não entende a demora para terminar o terceiro chassi. O primeiro tem de estar pronto para os testes de pré-temporada (e a Williams estava lá desde o primeiro dia, em 21 de fevereiro). E o segundo tem de estar pronto para a primeira corrida (outro prazo cumprido pela Williams, com os primeiros treinos livres realizados dia 1º de março).

"Fico impressionado porque os testes começaram seis semanas atrás. Leva de quatro a seis semanas para fazer um chassi. E depois precisa de duas semanas para montar o carro. Mas é sempre mais difícil fazer os dois primeiros porque, se você quiser economizar dinheiro, você faz um molde. E vai reutilizando-o", explicou Steiner.

Günther Steiner foi chefe da Haas de 2016 até 2023
Günther Steiner foi chefe da Haas de 2016 até 2023 Imagem: Haas

"Não sei por que eles não fizeram isso. Talvez tinham muita coisa para fazer. É muito estranho para mim."

A explicação do chefe da Williams, James Vowles, que classificou a situação de um "desastre", é que ocorreram vários atrasos. E o conserto do chassi de Albon é mais um deles.

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"O plano original antes do início da temporada era ter três chassis, como seria de esperar, na primeira etapa. Isso foi sendo adiado, à medida que os itens ficavam cada vez mais atrasados. Especialmente com o trabalho que está sendo feito agora, novamente haverá um atraso. São semanas de trabalho, milhares de horas de trabalho para que fique pronto."

Essa situação já colocou Vowles no que ele afirmou ter sido a pior situação da carreira. Como Albon é a grande esperança do time conquistar pontos, ele optou por dar o único carro da equipe em Melbourne para o tailandês e deixar o norte-americano Logan Sargent sem correr. Isso, mesmo que o acidente tenha acontecido por um erro de Albon.

A aposta acabou não dando certo. Foi uma rara oportunidade em que houve três abandonos entre os times grandes - Max Verstappen e as duas Mercedes - mas quem conseguiu aproveitar foram Yuki Tsunoda, da RB, e justamente as duas Haas.

Durante o final de semana da Austrália, Vowles chegou a dizer que esperava ter o chassi reserva pronto para a quinta etapa, na China. Mas agora isso parece improvável. O certo, por enquanto, é que eles seguirão sem um terceiro chassi no Japão.

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