Verstappen volta a ser favorito no Japão, mas GP é valioso para a Ferrari
As corridas em Suzuka têm sido um banho de superioridade da Red Bull nos últimos dois anos. Afinal, a pista japonesa simplesmente premia o carro mais eficiente, assim como tinha acontecido com a Mercedes nos anos anteriores (eles venceram todas as provas de 2014 a 2019, lembrando que, em 2020 e 2021, não houve GP do Japão devido à pandemia). E esse carro mais eficiente certamente ainda é a Red Bull na temporada 2024.
Mas qual é a margem? Melbourne deixou claro que a Ferrari melhorou significativamente em alguns pontos e pode competir com a Red Bull quando a degradação do pneu vem da granulação.
Na maioria das provas, a degradação é térmica, e a Red Bull deixou claro no GP do Bahrein que segue com ampla vantagem nesse tipo de situação. Na segunda etapa, na Arábia Saudita, praticamente não houve preocupação com os pneus. A diferença era, novamente, na questão da temperatura, em quão rápido era possível colocar os pneus na janela de funcionamento deles, e a Red Bull também tem vantagem nesse sentido.
No Japão, neste fim de semana, é de se esperar que a limitação volte a ser a degradação térmica. A granulação de Melbourne é mais ligada a pistas com asfalto mais liso e sem curvas que geram cargas laterais tão fortes no pneu. E as mudanças de direção velozes de Suzuka são exatamente o contrário disso. A degradação também tende a vir primeiro nos pneus traseiros, outro fator que joga a favor da Red Bull.
Então o cenário de mais uma dobradinha da Red Bull é o mais provável. Mas é interessante o que a Ferrari tem conseguido fazer. O carro deste ano é muito mais fácil de pilotar, mais previsível, e isso ajuda os pilotos a entenderem qual é o limite e a não ultrapassá-lo.
"Ano passado, estávamos em modo de sobrevivência", explicou o chefe Fred Vasseur. "O carro é muito mais fácil de ler. E, por conta disso, muito mais fácil de desenvolver. E isso também ajuda a ter uma boa leitura do carro desde o início do final de semana."
Isso é algo que a Red Bull não teve na Austrália. A sexta-feira do time foi marcada por mudanças de acerto e por uma troca de assoalho depois que Verstappen deu uma escapada. Esse tipo de percalço é algo que marcou especialmente a temporada de 2023 da Ferrari.
Ter um carro mais fácil de ler vai permitir que eles cheguem mais próximos do máximo que o equipamento pode dar e, dependendo das circunstâncias, isso pode ser perto o bastante para pressionar a Red Bull.
Neste final de semana, as circunstâncias devem jogar a favor de Verstappen e Perez, mas de qualquer forma será um bom teste para a Scuderia saber o que falta para pressioná-los mais consistentemente. Em 2022 e 2023, Verstappen venceu em Suzuka com margens superiores a 15s.
O que esperar de McLaren e Mecedes?
Ano passado, inclusive, quem completou o pódio foram os dois pilotos da McLaren, que àquela altura da temporada era um carro igualmente veloz à Red Bull nas curvas de alta velocidade, que existem em abundância em Suzuka, mas também perdia no controle de temperatura do pneu.
Nesta temporada, a evolução do carro não foi tão forte quanto a dos rivais, e a McLaren apareceu como terceira força em Melbourne, que também tem curvas de alta velocidade. Então este final de semana será uma boa forma também de o time de Woking entender o tamanho do prejuízo.
Já a Mercedes começa a ter algumas respostas. O diretor técnico James Allison disse após o GP da Austrália que eles acreditam que a gangorra de desempenho do carro tenha a ver com a temperatura da pista.
Quando a pista fica mais quente, o carro sai da janela de funcionamento. É claro que o time tem de encontrar saídas para não ficar tão dependente de fatores externos, mas pelo menos não é esperado muito calor para este final de semana em Suzuka.
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