Classificação do Japão foi choque de realidade, para o bem e para o mal
A classificação da quarta etapa da temporada da F1 foi um "choque de realidade", como descreveu Carlos Sainz, vencedor da última corrida, na Austrália, e quarto colocado no grid, atrás das duas Red Bull e também da McLaren de Lando Norris. Isso porque Suzuka é uma pista bem diferente de Melbourne, onde a Red Bull sofreu mais. E também é uma pista com curvas de alta velocidade, ponto fraco dos ferraristas.
Mas a realidade mostrada na classificação não traz só más notícias para os perseguidores da Red Bull. Max Verstappen fez a pole position, assim como nos dois últimos anos, mostrando que a Red Bull ainda tem o carro mais forte em um tipo de pista que costuma mostrar a realidade, testando os carros no limite. Mas ao mesmo tempo a pouca diferença dele e Sergio Perez, segundo no grid, para o restante, surpreendeu.
Ao invés dos quase 0s6 para o rival mais próximo ano passado - que também foi a McLaren, carro bastante forte em curvas velozes e não muito longas, como as do primeiro setor de Suzuka - Verstappen foi 0s226 mais rápido que Norris. Mais do que isso, os oito primeiros colocados ficaram separados por um tempo menor que a diferença entre o primeiro e segundo no grid do ano passado.
É fato que Verstappen não ficou contente com sua última tentativa, mas não seria capaz de repetir a vantagem vista na classificação de setembro de 2023.
Na corrida, a tendência é que a folga da Red Bull seja maior, como explicou Charles Leclerc, apenas oitavo no grid, com mais dificuldades de aquecimento de pneus que Sainz. "Com o desgaste de pneu, as fraquezas de cada carro vão ficando mais evidentes e é por isso que eles ainda estão na frente, já que têm um carro mais equilibrado".
A F1 vive um período muito especial em termos de competitividade em classificações e a sessão do Japão foi mais um exemplo disso. Entre Sainz, quarto no grid, e Russell, nono, a diferença foi de apenas 0s326.
"Está tudo muito apertado em classificação. Vimos Nico Hulkenberg e Valtteri Bottas andando a 0s3 da gente hoje, o que é legal. Na corrida, você vê o ritmo real dos carros e estamos com dificuldades nessa parte. Acho que esse é o ritmo real. No sábado, acho que a aderência dos pneus acaba mascarando algumas coisas. Está muito apertado e vai ser interessante ver as classificações de Mônaco e outros circuitos em que a tomada de tempos é tudo e vamos ver surpresas", disse Fernando Alonso ao UOL Esporte. O espanhol larga em quinto lugar.
Ferrari e Mercedes mostram melhora
Outra realidade mostrada em Suzuka foi a melhora considerável da Ferrari. Eles ficaram a 1s da pole há pouco menos de sete meses e agora estão a menos de 0s5. E também foi um alento para a Mercedes.
O time tem sofrido nas curvas de alta velocidade e esperava ter um final de semana muito difícil em Suzuka. Mas o trabalho feito na fábrica para tentar entender qual é a janela de funcionamento do carro surtiu efeito neste final de semana. Os pilotos não tiveram que fazer mudanças dramáticas no acerto do carro, estiveram confortáveis desde o primeiro treino livre, e vão largar em sétimo e nono, posições um pouco melhores do que eles vinham conseguindo mesmo em pistas que favorecem mais o carro.
Perguntado pelo UOL Esporte em qual GP fez tão poucas mudanças ao longo do final de semana, Lewis Hamilton nem conseguia se lembrar. "Algum momento no ano passado, mas faz tempo. O carro trabalha em uma janela muito pequenininha e o pessoal da fábrica fez um grande trabalho para conseguirmos estar nela neste fim de semana."
Yuki Tsunoda completou o top 10, levantando as arquibancadas no Japão em um sábado que contou com 77 mil espectadores nas arquibancadas.
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