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Maior lavada da temporada deixa mais perguntas do que respostas na China

O resultado do GP da China não mostra, mas esse final de semana de Max Verstappen foi o mais dominante da temporada até aqui em termos de ritmo. No final, foram "apenas" 13s7 de vantagem para Lando Norris, da McLaren, muito em função de um Safety Car que acabou esfriando uma corrida que se desenhava de maneira interessante (embora a vitória do tricampeão nunca tenha sido colocada em dúvida). Mas, enquanto os rivais tinham dificuldades para entender os altos e baixos que tiveram em Xangai, a Red Bull esbanjava eficiência.

Eles só não ficaram com a dobradinha porque o Safety Car foi acionado em um momento ruim para a estratégia de Perez, que ficou atrás dos dois pilotos que fariam apenas uma parada - Norris e Charles Leclerc. Ele conseguiu passar o ferrarista, mas desgastou demais seus pneus e não conseguiu chegar na McLaren.

O mais interessante é que isso aconteceu numa pista em que os pneus dianteiros se desgastam antes que os traseiros, e com temperaturas mais baixas, ambos fatores que deram alguma dose de dor de cabeça para a Red Bull no passado recente.

Por outro lado, o traçado da pista é muito variado. "Tem um pouco de tudo aqui nesse traçado e isso mostra nossa eficiência", disse o chefe da Red Bull, Christian Horner. E os rivais mais próximos da Red Bull neste ano, a Ferrari, não estiveram bem.

"Temos que entender o que aconteceu porque nós estávamos competitivos com o pneu médio e depois o ritmo caiu muito com o duro. Eu sei que estava no limite e eu era meio segundo mais lento do que a McLaren", disse Leclerc, que esperava um ritmo muito melhor na corrida.

O monegasco disse que é a primeira vez que o carro da Ferrari apresenta esse tipo de inconsistência no ano. "Nós sabíamos que a Red Bull seria mais forte aqui porque há vários trechos de baixa velocidade e essa é nossa deficiência, mas não dá para dizer que o que aconteceu teve a ver com o traçado porque não dá para você ter o ritmo bom com um composto de pneu e ruim com outro."

O ritmo ruim da Ferrari surpreendeu também Norris, que até brincou ao cruzar em segundo, dizendo que tinha avisado que eles seriam superados pela Ferrari, o que obviamente não aconteceu. "Foi uma ótima corrida, não sei por que, mas foi fantástico".

A McLaren vinha de um final de semana decepcionante em Suzuka, circuito em que achava que teria um bom desempenho, e agora viveu o oposto na China. "É claro que é melhor ter esse tipo de surpresa, mas temos de entender por que, já que antes sofremos bastante em curvas de média e baixa velocidade e isso não aconteceu aqui", explicou Piastri.

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A pista da China sempre foi bastante específica. São curvas de diferentes velocidades, a maioria de raio longo, com muito estresse nos pneus dianteiros. Some-se a isso um asfalto diferente, que passou por um tipo de tratamento que nunca tinha usado antes na F1, e pressões mínimas prescritas pela Pirelli bastante altas, e dá para começar a explicar esses altos e baixos.

Para quem duvida que vimos em Xangai a maior vantagem da Red Bull, segundo cálculos dos rivais, se Verstappen tivesse usado toda a vantagem que tinha, poderia ter aberto mais de 1s por volta.

É possível ainda que isso tenha relação com o novo formato da sprint, permitindo mudanças entre a corrida curta e a classificação, no sábado. Como são poucas horas para fazer esse novo acerto, times mais eficientes e que conhecem melhor seu carro têm vantagem.

Que o diga a Mercedes, que sofreu muito com Lewis Hamilton justamente por ter decidido fazer uma mudança drástica no acerto do carro após o segundo lugar da sprint. O inglês largou em 18º e pontuou, mas não gostou nada do equilíbrio do carro, enquanto seu companheiro, George Russell, que foi o sexto, disse que nunca teve um carro tão difícil em uma classificação como na China.

Eles estão claramente mais perdidos do que todos os rivais diretos, com até mesmo a Aston Martin tendo feito um fim de semana mais consistente (melhor na classificação do que na corrida, como de praxe, já que o carro ainda desgasta muito os pneus).

A próxima etapa é em Miami, com uma superfície também mais escorregadia, como a da China, mas em um circuito de rua e com grandes possibilidades de jogar mais um elemento na temporada. "Ainda não tivemos uma corrida com temperaturas bem altas", lembrou Horner. Miami está aí para isso.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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