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Pressão explica por que história de Verstappen sair da Red Bull não morre

O GP da China teve mais uma vitória de Max Verstappen e da Red Bull, a quarta no ano, na quarta prova que o holandês completou. E mesmo assim as coletivas de imprensa de seu chefe, Christian Horner, e do chefe da Mercedes, Toto Wolff, foram dominadas por perguntas sobre o futuro do tricampeão.

O primeiro a falar foi Toto. "Se eu fosse Max, ficaria na Red Bull em 2025, mas não sou Max. Ele tem o carro mais rápido, mas há outros fatores", disse o austríaco, que busca um substituto para Lewis Hamilton, que anunciou sua ida à Ferrari no começo do ano.

"Claramente, quando você olha do ponto de vista mais racional, você pode dizer bem, esse é o carro mais rápido nas mãos do piloto mais rápido. Talvez haja mais profundidade para outras pessoas que consideram outros fatores também e acho que Max tem profundidade, Jos [seu pai], também, Raymond [seu empresário], também. Eles conhecem o automobilismo melhor do que ninguém e Max tomará decisões que achar boas para ele e acho que alguns fatores desempenham um papel."

Verstappen diz que fica se houver bom ambiente

O discurso, na verdade, é bem semelhante ao do próprio Verstappen. O piloto tem sido perguntado constantemente sobre seu futuro e em momento algum cravou de não sai de maneira alguma. E é isso o que deixa a questão em aberto.

"Depois de 2021, assinei um longo contrato com a equipe, e a única coisa que sempre disse desde o início é que queremos um ambiente tranquilo", disse Verstappen na quinta-feira na China. "Ultimamente temos conversado sobre o carro, então estou muito feliz com isso, por estarmos falando sobre o desempenho do carro. É assim que deveria ser, claro, e enquanto eu estiver feliz com a equipe, nunca haverá motivo para sair."

Não é segredo que existe uma disputa por poder dentro da Red Bull e que Verstappen está do lado que perdeu força nos últimos meses. Depois de sobreviver a investigações em relação a sua conduta interna com uma funcionária, Horner está mais forte do que no início do ano e vai tentar navegar a situação impedindo a saída de pessoas-chave do time, o que abriria a possibilidade contratual para a saída de Verstappen.

É um jogo delicado que Verstappen, apoiando o consultor Helmut Marko, que na prática divide o poder com Horner, está fazendo com o chefe.

Chefe da Mercedes tem interesses nesse jogo

E Wolff não tem nada a perder. A saída antecipada de Hamilton foi ao mesmo tempo um golpe inesperado para ele e resultado de sua decisão de não dar ao heptacampeão o contrato mais longo que ele desejava.

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Então, para ele, aproveitar a situação para vender a possibilidade de ter Verstappen é lucro. Ainda mais com a situação atual da equipe, quarta colocada no campeonato e ainda sem um caminho concreto no atual regulamento.

É por conta disso que Horner tenta desqualificar qualquer declaração de Toto. No domingo na China, ele ficou incrédulo quando perguntado novamente sobre a possibilidade de Verstappen ir para a Mercedes.

Primeiro, quis saber o que o rival tinha dito. "Tenho que pensar cuidadosamente no que vou dizer..."

"Não creio que os problemas do Toto sejam os seus pilotos", acrescentou. "Acho que ele provavelmente tem outros elementos nos quais precisa se concentrar, em vez de focar em pilotos que não estão disponíveis".

Questionado sobre os motivos para Verstappen não dar uma resposta mais incisiva para encerrar de vez o assunto, ele disse. "Olha, não vou me deixar envolver. Às vezes, é algo apenas projetado para criar ruído. A equipe está em boa forma, por que diabos você iria querer deixar esta equipe?", questionou.

"A Mercedes é a terceira equipe, atrás de um de seus clientes [a McLaren] no momento, então acho que o tempo [de Toto] talvez fosse melhor gasto concentrando-se na equipe e não no mercado de pilotos".

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É bom lembrar também que falar sobre o domínio atual da Red Bull como justificativa para encerrar qualquer especulação não é totalmente justo. Verstappen e seu entourage sondaram a posição da Mercedes depois de terem acesso aos números do motor que a Red Bull projeta para 2026, quando a F1 muda de regulamento e a relação de forças entre as equipes deve mudar.

Também é verdade, no entanto, que o regulamento do carro de 2026 ainda não está finalizado, então qualquer decisão tomada no momento é mais uma questão de sorte do que uma certeza com base nas estimativas das equipes. E Verstappen não tem motivo algum para se apressar a tomar qualquer decisão.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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