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F1 em Miami: Senna homenageado, Verstappen ponderado, Hamilton sorridente

Pouco se falou sobre a expectativa para a ação de pista de um final de semana de sprint na terceira edição do GP de Miami e não é para menos. O mundo da F1 foi sacudido com a confirmação de que o projetista mais vencedor da história da categoria está de saída da Red Bull e livre para começar a trabalhar para uma equipe rival em 12 meses, algo bastante incomum na categoria, principalmente para alguém do calibre de Adrian Newey.

Max Verstappen, que condicionou algumas vezes sua permanência na equipe à estabilidade interna, tratou de valorizar a equipe de engenheiros da Red Bull, ao mesmo tempo em que demonstrava o respeito por Newey e tudo o que ele fez em quase duas décadas na equipe, ajudando a conquistar 13 títulos entre construtores e equipes.

"Não é tão dramático quanto parece", disse Verstappen. "O grupo técnico sabe o que têm que fazer, sabem de seu valor para a equipe e sabem como foram importantes para o sucesso atual também com o carro. Nós continuamos trabalhando."

Ao mesmo tempo, ele disse ter "aprendido a não falar tudo nas entrevistas porque isso não é bom para ninguém". Foi uma resposta a um questionamento sobre as declarações de seu pai, Jos, cobrando por mais paz dentro da equipe.

É tudo um jogo para pressionar a Red Bull a dar o melhor equipamento para Verstappen também a partir de 2026, quando a F1 adota novas regras e o motor, cujo desenvolvimento hoje está congelado, volta a ser um diferencial. Perguntado sobre seu futuro, Verstappen voltou a repetir o que tem dito ultimamente: "no momento, o plano é seguir na Red Bull". E deixou claro que sua maior preocupação é "estar no carro mais veloz possível", ou seja, não será uma proposta financeiramente atraente que vai fazer a diferença para ele.

Dentro deste cenário, o que faz mais sentido para Verstappen é esperar até 2025 para entender melhor qual o nível de competitividade da Red Bull com o novo regulamento. Ele não tem motivos para se movimentar agora, ainda mais sabendo que a Red Bull deve seguir dominante ano que vem e também que a Mercedes o esperaria por mais um ano.

Isso é uma má notícia para Carlos Sainz, que está apostando na saída de Verstappen para seguir conversando com a Red Bull. O espanhol deixou o prazo inicial que tinha para responder à Audi passar, mas sabe que segue sendo a prioridade dos alemães para a vaga, sem o poder de barganha da segunda opção, Esteban Ocon. Mas ele vê a Red Bull como uma ótima opção sem Verstappen e algo muito menos atraente com o holandês já estabelecido dentro da equipe.

O futuro de Adrian Newey será em vermelho?

É praticamente dada como certa no paddock a transferência de Newey para a Ferrari, em um papel de super consultor, sem a necessidade, como já acontece na Red Bull, de uma presença ostensiva na fábrica ou no próprio desenho do carro. Seu papel seria mais no sentido de dar as coordenadas para o time.

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Não passou despercebido que Lewis Hamilton, acertado com a Ferrari a partir de 2025, até mudou de discurso em relação às respostas que dava em março a respeito de ter Newey consigo em Maranello.

Se antes ele falava que o sucesso de uma equipe não dependia de só uma pessoa, tentando fugir das perguntas diretas sobre Newey, em Miami ele disse pela primeira vez, com um sorriso no rosto quando ouviu a pergunta, que gostaria "muito" de ter Newey na Ferrari. "Se eu fosse listar as pessoas com as quais gostaria de trabalhar, ele estaria no topo."

É difícil de imaginar que ele colocaria tanta pressão em sua nova equipe se não soubesse que um acordo está muito próximo. E isso seria importante para a Ferrari porque Newey está liberado para começar a trabalhar para um rival já em 2025 - algo que o chefe da Red Bull, Christian Horner, vai tentar explicar nesta sexta-feira em Miami.

Miami é a terceira pista a ter um mural com Ayrton Senna

Muita gente no paddock em Miami estava impressionada com a quantidade de homenagens prestadas a Ayrton Senna nos 30 anos de sua morte, completados na quarta-feira. É uma lembrança algo que outros grandes campeões do esporte não tiveram tanto tempo depois e que mostram o reconhecimento do brasileiro, que transcende a própria F1 não apenas no Brasil.

Em Miami, o artista plástico brasileiro Eduardo Kobra lançou seu terceiro mural com Ayrton Senna em um circuito de Fórmula 1. Ele tinha feito um mural em homenagem à primeira vitória de Senna em Interlagos e outro em Imola, além de ter um quarto mural em São Paulo também com uma imagem do tricampeão.

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"É um privilégio para mim, pelo orgulho que ele trouxe para nós, pela sua humildade, pela perseverança, pela fé. Estou sempre tentando trazer alguma imersão sobre o que o Senna significava para mim e também para tantas pessoas. E essa questão da fé é algo muito ligado ao Senna e não era incomum encontrar imagens dele antes das corridas concentrado, buscando positividade, e quis colocar a imagem do Senna conectada com os pilotos entrando nos boxes", explicou Kobra ao UOL Esporte.

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