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Bastidores da F1: rumores sobre 'novo Verstappen' e 'desmanche' da Red Bull

Dentro da pista, a F1 empolgou no GP de Miami, com Lando Norris vencendo pela primeira vez na carreira, e de forma merecida, embora um Safety Car tenha ajudado sua estratégia. Fora dela, os bastidores continuam agitados, inclusive com sugestões de que a Mercedes está perdendo muitos funcionários e de que há muita gente querendo ir para a Ferrari.

Questionado pelo UOL Esporte sobre as várias entrevistas que funcionários da Mercedes estão fazendo em Maranello, o chefe do time, Fred Vasseur, disse que "não só de lá, todo mundo está fazendo entrevista em Maranello". Existe a impressão de que ele está criando um supertime, após ter atraído Lewis Hamilton para 2025.

E ainda há muitas perguntas em outras equipes. O que realmente está acontecendo na tentativa de adiantar a estreia de Kimi Antonelli, um piloto de 17 anos que pulou a F3 e fez apenas três finais de de semana de F3 até o momento? Para onde vai o projetista-chefe da Red Bull Adrian Newey e será ele a última peça a sair da equipe que vem dominando a F1?

Sabe-se que Christian Horner vê Carlos Sainz como a grande opção para se garantir caso Verstappen saia da equipe, o que é mais provável que aconteça no final de 2025 do que agora. Isso porque o contrato do holandês abre a possibilidade de saída em caso de mudanças no topo do time, e agora sabemos que Adrian Newey já deixou o time de F1 efetivamente e sairá da Red Bull no primeiro trimestre do ano que vem.

Verstappen quer um carro veloz e a Red Bull lhe dará um carro veloz em 2025, então não precisa ter pressa. A grande dúvida é o que vai acontecer com o novo regulamento de 2026.

Quem Horner vai tentar segurar a qualquer custo?

Adrian Newey, chefe técnico da Red Bull
Adrian Newey, chefe técnico da Red Bull Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Quanto a isso, a saída de Newey em si não é o fim do mundo para a Red Bull, na qual ele tinha um papel de superconsultor, mas é claro que sua ida para outra equipe, com toda a experiência e clareza em apontar os caminhos que os engenheiros devem seguir, não é o melhor dos mundos para a equipe.

Horner deixou claro nos últimos meses, contudo, que sua prioridade era impedir que principalmente Pierre Wache, o diretor técnico, fosse embora. É ele quem Horner quer manter a qualquer custo, sabendo que Wache está no topo de lista de Fred Vasseur na Ferrari e de Toto Wolff na Mercedes e não é de hoje. Bob Gray e Ben Waterhouse são outros nomes apontados como muito importantes para a parte técnica da organização.

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Mas Zak Brown, da McLaren, disse que Newey pode não ser a única grande perda da Red Bull, "com base em alguns currículos que estão circulando". Na verdade, existe muito movimento entre engenheiros, com inclusive muitos membros da Mercedes sendo entrevistados pela Ferrari. E, se olharmos para a estrutura da Red Bull, ainda com Horner ganhando poder lá dentro, pode haver alguns membros sentindo que não têm espaço para alçar voos maiores, como o diretor de corridas Jonathan Weathley. Esse, aliás, um profissional muito valioso na Red Bull.

Estreia apressada de Antonelli? No que depender da Mercedes, não

Um rumor de que o italiano Kimi Antonelli poderia estrear já no GP da Emilia Romagna acabou expondo algumas arestas soltas na relação entre a Williams e a Mercedes. A FIA confirmou que recebeu um pedido para dar uma superlicença, ou seja, a liberação para Antonelli correr na F1 antes de ele completar 17 anos, o que iria contra as regras. Ele completa 18 anos no dia do GP da Holanda, em agosto.

Segundo a FIA, houve bastante pressão para esse pedido inicialmente, mas isso acalmou agora. Em outras palavras, é bem provável que tenha vindo inicialmente da Mercedes, e depois da Williams. E é claro que essa confirmação não foi nada bem recebida pela família de Logan Sargeant, que perderia a vaga na equipe.

No entanto, é bom salientar que o pedido de adiantamento da superlicença não precisaria ser, necessariamente, para Antonelli ficar com a vaga. É preciso ter superlicença para fazer treinos livres também, e essa é uma boa forma de acelerar a preparação de Antonelli, que é visto como um fora de série e impressionou muito os engenheiros da Mercedes em um teste feito semana passada em Imola.

Não surpreenderia se o assunto morresse por enquanto, até porque Toto Wolff disse com todas as letras que, no que depender da Mercedes, não veremos Antonelli em um F1 "por pelo menos uns meses".

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Mas isso pode gerar ainda mais tensão entre as equipes, já que a Williams, que é cliente da Mercedes, quer aproveitar ao máximo esse talento, inclusive tendo-o como titular em 2025 e, em um mundo ideal, em 2026. Mas, desde que ofereceu apenas dois anos de renovação a Hamilton em 2023, a Mercedes já planejava colocar Antonelli na Williams em 2025 e subi-lo para a Mercedes em 2026.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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