Depois da melhora da McLaren, é hora do contra-ataque de Ferrari e Red Bull
A McLaren ousou ao levar para Miami, em pleno final de semana de sprint, com apenas um terço dos treinos livres de um GP normal, o maior pacote de mudanças que qualquer equipe adotou até aqui no campeonato da Fórmula 1. Contou com a sorte de um Safety Car quando Lando Norris ainda não tinha feito sua parada, mas também demonstrou um ritmo muito forte para vencer pela primeira vez desde 2021. Mais do que isso, para vencer 14 meses depois de fechar o grid da F1 no início da temporada passada.
A decisão de trazer um pacote tão extenso foi tomada porque tudo o que estava sendo desenvolvido "conversava" com o restante do carro, como explicou o chefe Andrea Stella. "O interessante da aerodinâmica é que você tem que pensar no carro da dianteira até a traseira. A dianteira tem que conversar com o assoalho, o assoalho tem que conversar com o difusor, o difusor com a asa traseira, e por aí vai".
O centro das mudanças foi um novo conjunto assoalho e laterais, apoiado por uma nova asa dianteira, mudando o fluxo de ar desde o início, e uma pequena mudança na suspensão, também relacionada à aerodinâmica. Tudo para alimentar o assoalho de uma maneira diferente e "conversar" melhor com a nova peça.
McLaren correu riscos com atualizações na sprint
Somente Lando Norris tinha todo o pacote. Como assoalho e laterais são mais complexos de serem montados, não houve tempo de se trabalhar nessas áreas também no carro de Oscar Piastri, que receberá todas as atualizações na próxima etapa, em Imola.
É interessante que a McLaren já tenha colocado o que podia no carro, com resultados mais que satisfatórios, em uma prova que já seria difícil por conta de ser um final de semana de sprint, e que se complicou devido às condições do asfalto, que gerava níveis de aderência muito inconsistentes.
Isso porque eles vão chegar na próxima etapa com informações importantes para conseguirem otimizar o rendimento deste "novo" carro, que também possui dutos de freio redesenhados.
E também é uma vantagem em relação às rivais, já que agora é a vez de Ferrari e Red Bull mostrarem suas novidades já na etapa deste final de semana, na Emilia Romagna.
Ferrari fala em lutar pela vitória em Imola
A expectativa em relação ao pacote da Ferrari é grande, até porque é a primeira vez que o time traz melhorias significativas para o carro e espera-se que seja algo extenso, como fez a McLaren.
O chefe Fred Vasseur está otimista, dizendo que a Ferrari "sem dúvida estará lutando pela vitória em Imola". Mas o francês não acredita que as atualizações em si vão fazer tanta diferença assim, mas que as características da pista serão favoráveis à Ferrari.
"A diferença varia dependendo da pista e dos compostos, e acho que isso faz mais diferença do que as atualizações à essa altura, pois o que cada um traz não melhora o desempenho em 3-4 décimos de segundo por volta como antes."
A Red Bull também terá novas peças, mas não será um pacote extenso, antecipou o chefe Christian Horner. Eles já introduziram novidades importantes no Japão e darão mais um passo no desenvolvimento de seu carro com as novas peças de Imola.
Mas o que temos visto nos últimos meses é a Red Bull dando passos menores do que McLaren e Ferrari, algo normal em um terceiro ano de estabilidade de regras. Tanto, que Andrea Stella já mencionou que a equipe projeta ser capaz de andar no nível da Red Bull na maioria das pistas com mais um upgrade nos moldes do introduzido em Miami.
A Mercedes trouxe metade de seu pacote de atualizações em Miami - um assoalho totalmente renovado - e acredita ter evoluído, embora os problemas de dirigibilidade, com o carro mudando muito de uma volta para a outra, dificultem que os pilotos vejam tanta diferença. Então o foco do time, além de atualizar o carro (há previsão de que novas peças cheguem em três das próximas quatro etapas), é resolver esses problemas para conseguir, enfim, enxergar o que tem sido melhorado em termos de performance.
Reportagem
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