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Vitória com Verstappen 'pendurado' mostra que a Fórmula 1 está mudando

Fazia tempo que Max Verstappen tinha que suar tanto o macacão para ganhar uma corrida e cruzar a linha de chegada apenas 7 décimos à frente de Lando Norris, da McLaren. Ele correu "pendurado", tendo levado um "cartão amarelo" (na F1, uma bandeira preta e branca) antes da metade da prova, na volta 24 de 63. Ver o holandês sair da pista em três oportunidades em 20 voltas, tentando tirar tudo do carro, já mostrava que sua tarde não estava sendo um passeio em Imola no GP da Emilia Romagna.

Mesmo assim, ele conseguiu abrir uma diferença de mais de 6s na liderança, enquanto Lando Norris reclamava de falta de ritmo. O inglês estava frustrado porque acreditava, pelo ritmo que a McLaren mostrou por todo o final de semana, que poderia andar na mesma tocada de Verstappen. Com o pneu médio, contudo, e com Verstappen acelerando tudo o que podia, o holandês tinha a vantagem.

Norris parou cedo, na volta 23, e ainda por cima voltou atrás do companheiro de Verstappen, Sergio Perez, perdendo tempo. Nas voltas seguintes, seguiu frustrado, acreditando que o ritmo da McLaren simplesmente tinha desaparecido.

Mas, neste momento da prova, lá pela volta 30, ele estava sendo instruído a conservar os pneus, já que sua única chance seria atacar no final. Verstappen tinha conseguido ficar na pista por mais duas voltas, então tinha pneus mais novos, uma vantagem que não era exatamente confortável. Ele sempre tenta sair da janela de SC do carro que vem atrás, ou seja, abrir uma vantagem de cerca de 12s para ter autonomia de parar e seguir na frente se a corrida for neutralizada, mas certamente não tinha margem para isso.

Mas o cenário parecia estar sob controle. A diferença chegou a estar em 7s, com Norris reclamando de seu ritmo. Mas o ritmo agressivo que Verstappen estava exercendo começou a causar seus danos. Seus pneus duros não responderam tão bem quanto os médios do início da prova, e o ritmo começou a despencar. Norris estava tirando quase meio segundo por volta em alguns momentos e parecia ter tempo de diminuir a diferença para menos de um segundo e tentar atacar com a asa traseira móvel em um circuito no qual é difícil ultrapassar.

Aqui, vale um adendo. O principal ponto que o extenso pacote de mudanças que a McLaren trouxe para a etapa de Miami resolveu foi a eficiência aerodinâmica do carro, que antes era forte principalmente nas curvas de alta, mas lento nas retas. Neste fim de semana, Norris e Oscar Piastri voaram nas retas. Então ele realmente tinha a chance de atacar Verstappen.

Mas o holandês voltou a forçar tudo o que podia de cartão amarelo e tudo, se manteve na pista e segurou a vantagem acima de um segundo até depois do ponto de detecção da asa traseira móvel na última vez que eles passaram por lá, no final da penúltima volta.

E Norris não teve como atacar. "Com mais duas voltas, eu chegava nele", lamentou o inglês, que teve com a McLaren um ritmo até mais forte em relação à Red Bull do que há duas semanas, quando venceu em Miami, em parte ajudado por um Safety Car.

Isso quer dizer que todas as corridas agora serão assim, com a McLaren e a Red Bull próximas?

Os vários trechos de alta velocidade de Imola são favoráveis para a McLaren, e também é verdade que a Red Bull não teve um final de semana nem um pouco tranquilo, com dificuldades para fazer o carro funcionar nas ondulações do circuito italiano e com as atualizações que trouxe.

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Mas o que está ficando claro é que a Red Bull já não pode se dar ao luxo de começar um final de semana com problemas e, mesmo assim, vencer com folga no domingo. Toda a história do GP da Emilia Romagna, na verdade, poderia ter sido muito diferente, caso Verstappen não tivesse pego o vácuo de Nico Hulkenberg na classificação, que lhe deu 0s16 de vantagem na volta que lhe deu a pole. Sem isso, ele teria largado em segundo e, com a velocidade de reta que a McLaren demonstrou, não teria vida fácil para superar Norris na pista.

E as vezes que Verstappen saiu da pista por tirar absolutamente do carro também mostram que ele, afinal, não é tão infalível quanto parece quando tudo está sob controle.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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