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Tributo a Senna com Max fazendo média, cachorro famoso e o futuro de Imola

O GP da Emilia Romagna foi mais uma prova de que a McLaren está chegando na Red Bull, mesmo que Max Verstappen tenha vencido novamente (por uma vantagem de apenas sete décimos de segundo) e que a equipe não tenha tido um final de semana totalmente limpo. E foi, também, uma prova de como a memória de Ayrton Senna ainda continua muito viva até bem longe do Brasil.

Foi Sebastian Vettel quem tomou a dianteira para fazer deste fim de semana em Imola uma celebração do legado do brasileiro, morto em um acidente nesta pista 30 anos atrás. Muito motivado também por seu pai, Norbert, que acompanhou as homenagens de perto vestido de camiseta amarela com faixas verde e azul, lembrando o capacete do piloto brasileiro.

Foi Norbert quem ensinou Vettel a torcer para Senna, assim como o pai de Leclerc ensinou ao monegasco, assim como tantas outras histórias que os pilotos até mais novos contam.

Até os pilotos franceses são fãs de Ayrton

Mesmo os franceses, deixando para trás a rivalidade de Senna com o conterrâneo Alain Prost. Pierre Gasly tinha um capacete muito semelhante ao de Senna, e o vencedor da corrida principal da F2 (pressionado até os últimos metros pelo brasileiro Gabriel Bortoleto, outro grande fã usando o capacete em homenagem a Senna), Isack Hadjar, foi mais um francês que disse ter o brasileiro como seu maior ídolo.

Dentre todos eles, um discurso em comum: o legado de Senna passa pelos feitos na pista (Hadjar chegou a dizer que o estilo dele é tão marcante nos vídeos que assiste, nem precisa ver o capacete para saber que se trata de Ayrton) e também pela compaixão e cuidado com o próximo.

"É algo que eu talvez tenha demorado para perceber", reconheceu Sebastian Vettel ao UOL, após dar algumas voltas na pista com o carro de 1993 da McLaren e um capacete com metade do desenho de Senna e metade lembrando Roland Ratzenberger, que também perdeu a vida há 30 anos em Imola.

"Em várias áreas, ele estava à frente de seu tempo. Ele inspira muita gente e muitos pilotos até hoje. Mal posso imaginar o que ele representa para os brasileiros porque ele lutava por muitas coisas e é por isso que a história dele é tão poderosa e é importante que as pessoas fora do Brasil também percebam isso."

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Por que Verstappen não usou a camiseta na homenagem a Senna?

Só faltou o atual tricampeão da F1, Max Verstappen, entrar de cabeça nas homenagens. Ele sempre fala com respeito sobre Senna, mas preferiu não usar a camiseta que a enorme maioria vestia em outra tocante homenagem na quinta-feira, quando uma forte chuva caiu logo depois que os pilotos "largaram" para uma volta correndo a pé na pista.

Só Verstappen e Valtteri Bottas, que já tinha dado algumas voltas na pista com sua bicicleta e estava de roupa de ciclismo, não usaram a camiseta oferecida pelo próprio Vettel.

Apurei que realmente foi uma opção dele, até porque havia camisetas de sobra que foram oferecidas a ele até logo antes da corrida começar. E não havia nenhum impedimento em relação a patrocinadores ou algo do tipo. Foi uma opção pessoal ligada à vontade de não desagradar a família da namorada Kelly Piquet.

O novo Roscoe e o futuro de Imola

Alheio a todas as homenagens, mas também no centro das atenções, estava o cachorro Leo, recentemente adotado por Charles Leclerc. Bem pequeno e bastante agitado, ele já marcou presença em seu primeiro GP, dando bastante trabalho para a noiva de Leclerc, Alexandra Saint Mleux, que estava tentando guiá-lo pelo paddock, enquanto até funcionários de outras equipes estavam loucos para ver Leo "em pessoa".

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Leclerc, terceiro colocado no GP, até ficou com ciúmes. Quando foi para o palco diante dos torcedores, disse ter notado que "Leo está recebendo mais apoio" do que ele mesmo.

Leo não é o primeiro cachorro a ter o credenciamento para entrar no paddock da F1, é claro. Há anos, buldogue de Lewis Hamilton, Roscoe, tem sua própria credencial. E os dois agora farão também uma dupla canina na Ferrari ano que vem.

Chamou a atenção, aliás, como Hamilton deu atenção especial aos torcedores italianos, parando para fotos mais vezes do que o normal no paddock. Foi a primeira vez que ele correu na Itália após o anúncio da transferência para Maranello.

Ano que vem, já na Ferrari, Hamilton ainda terá duas corridas na Itália na mesma temporada. Mas a tendência é que o contrato de Imola, que acaba em 2025, não seja renovado. Afinal, a meta do CEO da F1, Stefano Domenicali, ao ter uma segunda corrida no país, foi atingida: a ideia era fazer pressão para que Monza aumentasse o valor que paga à F1 pela prova e também para que uma reforma grande fosse feita na infraestrutura do paddock. E as obras estão previstas para serem entregues antes da etapa deste ano, que será realizada no início de setembro.

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Já a próxima prova da F1 será já neste fim de semana, em Mônaco, com mais homenagens a Ayrton Senna programadas.

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