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Leclerc precisou ser o mais lento possível para vencer em Mônaco por 1ª vez

Charles Leclerc por vezes não pareceu entender o que a Ferrari queria ao lhe pedir para ser o mais devagar possível para conseguir vencer o GP de Mônaco. Em uma estratégia semelhante à que deu a vitória a seu companheiro, Carlos Sainz, no GP de Singapura do ano passado, o monegasco usou a dificuldade em se ultrapassar em Mônaco para acabar com a série de azares em sua corrida caseira.

"Acho que foi até melhor que tenha demorado tanto", disse um emocionado Leclerc. "Com umas 15 voltas para o final, eu comecei a pensar no meu pai [que faleceu meses antes de Charles chegar à F1], em tudo que ele teve que deixar para trás para eu estar aqui. Foram 77 voltas no mesmo pneu, o que foi muito difícil. Em uma grande parte da corrida, eu tive que administrar a margem para George, e só depois eu pude forçar um pouco".

Oscar Piastri, da McLaren, foi segundo colocado, e Carlos Sainz foi o terceiro.

Leclerc esteve muito rápido por todo o final de semana, mas não foi uma vitória fácil de ser construída. Ele passou por uma troca de motor não programada, por um carro que não começou bem o sábado e que só voltou a estar competitivo com uma mudança na asa dianteira, e uma corrida que acabou se tornando muito tática depois de uma bandeira vermelha logo na primeira volta.

Bandeira vermelha divide o top 7 em dois

Com a posição de classificação sendo tão importante, pilotos que estavam começando fora do top 4 arriscaram largar com o pneu duro e o pior cenário possível aconteceu para George Russell, quinto, Max Verstappen, sexto, e Lewis Hamilton, sétimo: uma bandeira vermelha logo na primeira volta, causado por um grande acidente entre Kevin Magnussen, Sergio Perez e Nico Hulkenberg.

Isso era ruim para a estratégia do trio porque significava que os demais pilotos poderiam agora colocar os pneus duros e tentar ir até o final da prova sem uma parada, enquanto eles teriam que calçar os médios e adotar um ritmo ainda mais lento para tentar fazer o máximo de voltas possível, sabendo que os pneus macios não durariam muitas voltas.

Mas mesmo quem estava com os duros (Leclerc, Piastri, Sainz e Norris na frente, Tsunoda e Albon atrás das Mercedes e Red Bull) não tinha vida fácil. Como os carros estão bem mais rápidos neste ano, em uma Mônaco que ganhou superfícies novas em vários trechos, e isso gerou granulação nos pneus, quando a superfície se volta e partes dela voltam a grudar no pneu. Isso diminui a superfície de contato do pneu com o asfalto e o piloto sente que tem menos aderência.

E tinha outro fator também: Leclerc tinha não só que cuidar dos pneus, mas tinha que ser lento o suficiente para que os pilotos que vinham logo atrás dele não tivessem a chance de fazer um pit stop e pegar pista livre. Então ele ficou por várias voltas se mantendo a 20s (que é o tempo que se perde para fazer um pitstop) justamente do primeiro piloto com pneu médio, Russell.

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Ou seja, se ele sentisse que seria melhor parar (o que geralmente não é o melhor em Mônaco, porque você perde posição de pista), só ele poderia fazer isso sem voltar atrás de Russell. Seus rivais, não.

Leclerc é o quarto vencedor diferente na temporada

Só no final que ele foi liberado para acelerar um pouco mais, quando ficou claro que a McLaren não arriscaria parar Piastri e perder posição de pista. E aí Leclerc pôde finalmente respirar aliviado: na terceira pole position, ele finalmente conseguiu vencer em Mônaco. Seu melhor resultado até aqui no Principado tinha sido um quarto lugar, em 2022.

Com isso, Leclerc se tornou o quarto vencedor diferente na temporada, em oito corridas. Já são mais vencedores do que ano passado, e de três equipes diferentes (um da Red Bull, um da McLaren, dois da Ferrari).

Sofrendo com a necessidade de atacar zebras e passar por ondulações em Mônaco, a Red Bull não teve um bom ritmo e eles acreditam que o mesmo pode acontecer na próxima etapa, no Canadá. Com o resultado, Leclerc, que está em segundo no campeonato, diminuiu a diferença em relação a Verstappen para 31 pontos.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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