Como batida em Mônaco pode custar caro para a carreira de Ocon na F1
Quando a Alpine anunciou que Esteban Ocon teria a seu lado o desafeto Pierre Gasly na equipe a partir de 2023, logo começaram entre os jornalistas as apostas de quando eles teriam seu primeiro incidente na pista. Ninguém acertou, mas a primeira batida aconteceu logo no GP da Austrália, terceira etapa do campeonato daquele ano.
De lá para cá, por várias vezes a tensão entre os dois ficou clara, embora eles garantissem que estavam trabalhando para o bem da equipe e deixando as diferenças de lado. Ocon e Gasly eram praticamente vizinhos e foram muito amigos na infância, costumavam treinar na mesma pista de kart, na região da Normandia, no noroeste da França. Até que questões pessoais causaram problemas também na pista, azedando para sempre a relação entre os dois.
O último capítulo dessa história aconteceu no domingo, na primeira volta do GP de Mônaco. Largando em décimo, Gasly viu o 11º colocado no grid Ocon tentar colocar seu carro lado a lado com o dele na subida do cassino, defendeu sua linha e o companheiro teve de tirar o pé.
Algumas curvas depois, Ocon se jogou no lado de dentro da Portier, seu carro espalhou para a linha em que Gasly estava e os dois colidiram, com o carro de Ocon sendo jogado para o ar. Foi uma manobra que gerou uma punição de perda de cinco posições no grid do Canadá para Ocon, acabou com sua corrida, e também poderia ter causado danos para Gasly, que acabou seguindo na prova e marcando o primeiro ponto do ano.
More chaos on the first lap of the Monaco Grand Prix
-- Formula 1 (@F1) May 27, 2024
A close call for Gasly when his team-mate Ocon collided into the right front #F1 #MonacoGP pic.twitter.com/tlR51nCI6a
No Japão, quarta etapa do campeonato, os dois já tinham colidido na primeira volta da prova. Naquela ocasião, ambos os carros tiveram danos, embora tenham continuado na corrida e terminado fora da zona de pontuação. Ali, foi Gasly quem se movimentou de forma repentina na reta.
Alpine jogou fora chance rara em Mônaco
A questão é que há dois agravantes para a manobra de Ocon em Mônaco. Ele mesmo havia admitido depois da classificação, muito importante em Mônaco devido à dificuldade de se ultrapassar, que ambos os pilotos tinham condições de largarem mais à frente, já que, pela primeira vez no ano, a Alpine teve um bom rendimento.
Por conta disso, segundo Gasly, a equipe tinha determinado que a prioridade seria dada ao carro que tinha se classificado à frente, e as disputas entre os dois estavam vetadas.
Isso explica a reação bastante forte do chefe da equipe, Bruno Famin, quando entrevistado pela TV francesa durante o período de bandeira vermelha logo após o incidente. O francês disse que "haverá consequências apropriadas".
Agora que a poeira baixou, é uma questão de entender qual seriam essas consequências. Tirar Ocon de uma corrida (lembrando que, de qualquer maneira, ele teria que cumprir sua punição na etapa seguinte) ganha as manchetes por ser algo drástico, mas é apenas uma das opções. É possível que o time opte por uma multa e estabeleça um padrão de comportamento entre os companheiros, deixando claro que outro toque como este resultaria em uma suspensão interna.
Dupla Gasly e Ocon está com os dias contados
Não é uma decisão fácil, até porque Ocon tem sido o piloto mais rápido da Alpine nesta temporada. Mas também não é por acaso que é dado como certo que a Alpine não continuará com a mesma dupla de pilotos para o ano que vem. E, se era tido como mais provável que Ocon estivesse de saída mesmo antes do acidente, agora é difícil imaginar outro cenário.
Mesmo com as boas performances, pesa contra ele o histórico de toques com companheiros de equipe, o que vem desde a época de Manor, com Pascal Wehrlein, depois se repetiu na Force India com Sergio Perez. Na própria Alpine, com Fernando Alonso, o clima também não foi dos mais amigáveis.
Ocon é, ao mesmo tempo, um piloto de fala mansa e muito afável com os jornalistas, mas que não colecionou muitos fãs nas equipes por que passou, e mais uma vez parece viver na carreira um momento de indefinição.
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Quero receberSeu perfil faz, inclusive, que ele não seja cotado em equipes como a Mercedes, que precisam de um piloto que aceite um contrato curto caso Kimi Antonelli não esteja pronto para estrear na F1 tão cedo.
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