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Opinião

Por que Williams se tornou destino atrativo e deve ser escolha de Sainz

Quando Carlos Sainz venceu a terceira etapa do ano, na Austrália, chegou a comentar que a saída forçada da Ferrari após o time italiano se acertar com Lewis Hamilton para a temporada 2025 poderia até ser vantajosa para ele, de olho em vagas na Mercedes e na Red Bull (inclusive, com a possibilidade de chegar na Red Bull sem Verstappen pelo caminho). Em menos de dois meses, a situação não poderia ser mais diferente e o destino do espanhol pode ser a Williams.

A escolha, à primeira vista, pode parecer sem sentido. A Williams acaba de marcar seus primeiros pontos na temporada e roubou as manchetes mais pela falta de peças de reposição do que por qualquer resultado até aqui. Porém, embora não seja o upgrade que Sainz estava esperando, é a melhor opção que ele tem na realidade.

O nome dele nunca foi seriamente considerado na Mercedes, embora eles tenham conversado. Logo ficou claro que a equipe vive um compasso de espera (tanto pela preparação de Kimi Antonelli, da F2, quanto por uma definição de Verstappen) e o espanhol seria facilmente descartado.

Na Red Bull, houve conversas também, mas tudo caminha para uma renovação de Perez, de acordo com fontes da própria equipe. E, Verstappen tem tempo para entender se seu atual time terá um projeto vencedor em 2026.

Expectativa é de que o motor Mercedes seja forte em 2026

Até porque é essa a grande meta dos pilotos que estão mudando de equipe no momento: compreender quem estará melhor após a mudança de regulamento de 2026.

Essa mudança vai afetar os carros e os motores, mas é impossível saber quem terá a melhor parte aerodinâmica até porque as regras ainda não foram aprovadas. É claro que dá para ter uma ideia, já que o conceito do carro será o mesmo, mas as dimensões serão alteradas, além de outras alterações que vão em conjunto com o grande foco deste regulamento novo: a unidade de potência.

Desde 2014, a F1 tem um motor V6 turbo com dois sistemas híbridos (que entregam cerca de um terço da potência total). Em 2026, um desses sistemas (o que transforma calor em potência) vai deixar de existir, e metade da potência total virá da energia elétrica recuperada da frenagem. Para completar, o motor a combustão será movido a combustível 100% renovável (a proporção atual é de 10%).

Ou seja, quem acertar a mão neste projeto tem grandes chances de dominar pelo menos os primeiros anos deste regulamento, como aconteceu com a Mercedes a partir de 2014. A vantagem dos alemães era tão grande nas primeiras temporadas que até as clientes, com carros bem inferiores, beliscaram poles e pódios.

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Foi o caso da Williams, que na época tinha Felipe Massa. E cresceu nos últimos meses no paddock o rumor de que isso pode acontecer novamente: o motor Mercedes despontaria como o mais forte, trazendo as clientes junto.

É bom lembrar que há muita especulação quanto a isso e as coisas podem mudar até a estreia dos motores. Ano passado, por exemplo, se falava mais do motor da Honda, que vai equipar a Aston Martin. É normal que, nesta fase, haja ganhos importantes.

Felipe Massa comemora o segundo lugar, sua melhor posição em um GP desde 2012
Felipe Massa comemora o segundo lugar, sua melhor posição em um GP desde 2012 Imagem: REUTERS/Ahmed Jadallah

Williams é a única cliente Mercedes com vaga aberta

Mas pilotos como Sainz não têm tempo de esperar. Sem o interesse sério de Mercedes e Red Bull, tendo também McLaren e Ferrari fechadas, e a Aston Martin dependendo da continuidade de Lance Stroll, restou ao espanhol focar nas opções realistas do mercado.

Neste cenário, o melhor é apostar na única cliente Mercedes ainda com vagas em aberto, daí a Williams surgir como opção. Mas não é a toa que as pessoas ligadas a Sainz não estivessem exatamente pulando de alegria no paddock em Mônaco. Para quem sempre escalou, de Toro Rosso a Renault, de Renault a McLaren, de McLaren a Ferrari, é definitivamente um grande passo atrás.

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Tudo bem que a Williams está em nova fase, sob o comando de James Vowles. Até a garagem está mais bem organizada, processos antigos estão sendo atualizados, existe um programa de melhorias na fábrica em curso. Mas, mesmo que a Mercedes faça mesmo o canhão que se espera, ainda assim não há tempo para arrumar a casa como Vowles projeta até 2026.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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