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Quatro meses após perder Hamilton, Mercedes está perto de aposta ousada

A decisão de Lewis Hamilton de encerrar seu contrato um ano antes do previsto e se transferir para a Ferrari em 2025 deixou a Mercedes em uma posição bastante difícil para escolher seu substituto. Afinal, havia um plano em curso de promover o italiano Andrea Kimi Antonelli à F1 na Williams ano que vem para prepará-lo para entrar na vaga do heptacampeão em 2026.

Assim que Hamilton contou, há quatro meses, em um café da manhã na casa do chefe Toto Wolff, que estava de saída, o austríaco tratou de intensificar o programa de testes do italiano de 17 anos, que àquela altura nem tinha estreado na Fórmula 2, tendo pulado a F3.

Não ajudou o fato da equipe escolhida para Antonelli na F2, a Prema, não ter se encontrado no campeonato. Mas o italiano, tido como um grande talento, impressionou muito os engenheiros da Mercedes, especialmente nos testes com F1 que fez em Imola e mais recentemente em Silverstone, onde teve Mick Schumacher como comparativo direto.

Não seria surpresa se Antonelli surgisse na Williams no segundo semestre pelo menos fazendo uma série de sessões de treinos livres para acelerar sua adaptação, até porque todo o imbróglio causado pela saída antecipada de Hamilton significa, na visão de Wolff, o risco de perder Antonelli para alguma outra equipe.

Mercedes não desistiu de Max Verstappen

E há outro fator nesta história toda. Wolff não descarta contar com Max Verstappen em um futuro próximo. O holandês não tem grandes motivos para trocar a Red Bull por uma equipe que anda perdida desde 2022 no momento, mas o cenário é diferente para 2026, até porque espera-se que, assim como aconteceu em 2014, a Mercedes desponte como a fabricante com o melhor motor após uma mudança de regras.

Uma equipe com Verstappen e Antonelli seria o sonho de Wolff, até porque o austríaco teve a chance de contratar Max quando ele estava em seu primeiro ano correndo em carros de fórmula, mas perdeu a corrida para a Red Bull justamente porque não podia oferecer um caminho direto e rápido para o holandês chegar à F1.

Jos Verstappen já deixou claro algumas vezes que está pronto para fazer essa aposta. "Parece que o período de domínio da Red Bull está acabando", alfinetou o pai do tricampeão após a segunda derrota do time em três corridas. Pelo menos no momento, Max parece estar menos convicto de que seja a hora de abandonar o barco.

Caso isso mude em 2025, a situação de George Russell pode se complicar na equipe. O contrato do inglês vai até o final da próxima temporada e, se o rumor de que a Mercedes terá o melhor motor em 2026 se confirmar, ele vai querer fazer de tudo para permanecer no time.

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Por que a Mercedes confia tanto nos testes para preparar Antonelli?

Mas e se Antonelli não estiver pronto? No momento, Wolff não trabalha com um plano B claro. A meta é fazer de tudo para preparar o italiano, não focando tanto nos resultados em si na Fórmula 2, mas sim em seu cronograma de testes privados e, quando ele tirar sua superlicença, na possibilidade de aceleração dessa preparação durante os finais de semana de F1.

Para ter a superlicença, só é necessário Antonelli preencher um último requisito: completar 18 anos. Ele já tem os pontos suficientes, com títulos na F4 e na Fórmula Regional, e também completou a quilometragem mínima requerida com um F1.

A grande diferença dos campeonatos que Antonelli dominou para o que ele está encontrando agora na F2 e vai encontrar na F1 são os pneus. É claro que a potência também aumenta muito, mas o tipo de corrida acaba sendo diferente nestas categorias, já que os pneus são feitos para se degradarem. Na F1, também há toda a administração da energia do motor, então as equipes dão muito valor ao que o piloto consegue mostrar nos testes.

Até porque racecraft, o conjunto de habilidades de um piloto durante a corrida mais no sentido de saber o quanto arriscar na hora de disputar posições, em primeiras voltas, etc., é algo que Antonelli já provou ter mesmo em sua curta carreira. Agora, a meta é prepará-lo para as corridas pautadas pela administração de energia e pneus da F1.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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