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Alpine anuncia que não renovará contrato de Ocon após semana conturbada

O chefe da Alpine, Bruno Famin, avisou ainda no domingo do GP de Mônaco que "haveria consequências" após Esteban Ocon ignorar instruções da equipe e disputar com o companheiro Pierre Gasly durante a primeira volta da prova, a ponto de chocar-se com a outra Alpine e acabar com sua própria corrida. Nesta segunda-feira, a equipe anunciou que o francês não faz mais parte dos planos do time para a temporada de 2025.

Os acontecimentos de Mônaco não são a única explicação para a decisão, mas apressaram algo que já vinha sendo discutido internamente. Existia a noção de que a Alpine teria que mexer em sua dupla de pilotos, até porque ambos estavam buscando opções no mercado, e havia a inclinação da administração do time de apostar em Pierre Gasly, muito embora os resultados de Ocon fossem melhores nesta temporada.

Pesa contra Ocon um histórico de relações difíceis dentro da equipe, o que é algo que certamente será levado em consideração pelas equipes com as quais ele vier a negociar. Por outro lado, Ocon é um piloto rápido, aproveitou a única chance real que teve de vencer um GP - na Hungria, em 2021, segurando a pressão de Sebastian Vettel no final - e está na sua oitava temporada na categoria, ou seja, tem experiência e qualidade suficientes para interessar aos times da segunda metade do pelotão.

Sabe-se que ele iniciou conversas na Haas, mas também é verdade que há uma longa fila de pilotos interessados em uma equipe que, muito provavelmente, terá duas vagas em aberto para 2025. Nico Hulkenberg já confirmou que sai e o chefe da Haas, Ayao Komatsu, cobrou publicamente uma melhora de Kevin Magnussen para ele seguir no time.

No momento, também há vagas abertas na Sauber (futura Audi) e Williams. RB, Red Bull e Mercedes, que também têm vagas em aberto, não estão no horizonte de Ocon no momento. A Audi pode ser uma boa alternativa para ele caso a primeira opção do time, Carlos Sainz, decida mesmo ir para a Williams. Isso porque o time busca um perfil mais experiente.

A resposta não deve demorar: Ocon disse que anunciará seus planos para o futuro "muito em breve".

Essa também é uma sinalização bastante clara de apoio a Gasly, que tem buscado outras opções no mercado. Em um time que sofreu tantas mudanças nos últimos anos - basicamente todo o comando do time, tanto da parte administrativa, quanto da parte técnica, ganhou novos nomes em uma questão de duas temporadas - não seria ideal trocar os dois pilotos de uma vez.

Ocon reclamou de tratamento após batida

Esteban Ocon (de frente) é recebido com festa por Fernando Alonso após vitória na Hungria em 2021
Esteban Ocon (de frente) é recebido com festa por Fernando Alonso após vitória na Hungria em 2021 Imagem: Florion Goga - Pool/Getty Images
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Esta é a terceira vez que o francês de 27 anos roubou as manchetes nos últimos dias. Primeiro, pela batida com Gasly e a reação enfurecida de Famin, o que levou ao boato de que ele correria o risco de não disputar a próxima corrida, no Canadá, neste fim de semana.

Depois, o piloto reagiu usando suas mídias sociais para reclamar dos ataques recebidos nas mídias sociais.

"Fiquei profundamente entristecido com a quantidade de abusos e negatividade que recebi online em relação ao meu caráter, minha pilotagem e minha carreira. Sempre fui um competidor duro e, como a maioria dos pilotos, tive minha cota de incidentes", admitiu

"É claro que cometi erros. Não somos robôs; somos atletas que nos esforçamos ao máximo todos os dias para realizar nossos sonhos de vencer corridas. A F1 é um esporte em que as emoções são intensas e as paixões são profundas."

Na mensagem, em que ele também explica que é normal você disputar na pista com seu companheiro porque, com equipamentos iguais, eles andam um próximo do outro, ele confirmou sua presença em Montreal, mas não citou nada sobre o futuro.

Agora, ele é mais um piloto livre para negociar bem mais cedo no ano do que o normal. Na Alpine, a lista de possibilidades é longa e também está ligada a parcerias comerciais de uma equipe que vem sofrendo com a falta de estabilidade e também com o fato de ser a única usando o motor Renault, que nunca foi competitivo na era híbrida.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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