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Piora misteriosa faz Red Bull temer mais uma corrida difícil no Canadá

Quando a Red Bull apresentou seu carro para a temporada 2024 da Fórmula 1 com mudanças visíveis e muito mais significativas do que se esperava, a impressão era de que, mais uma vez, eles tinham encontrado alguma forma de explorar o regulamento adotado em 2022 que os rivais ainda não tinham visto. E que seria mais um ano de domínio de Max Verstappen na categoria. Após oito etapas, a atual temporada da F1 já teve quatro vencedores diferentes. E o companheiro de Verstappen na Red Bull, Sergio Perez, que teve seu contrato renovado por dois anos, não está entre eles.

Mais do que isso: das últimas três provas, Verstappen só venceu uma delas. E o time espera ter dificuldades também na etapa deste final de semana, no Canadá.

Como explicar essa mudança após um domínio que começou em meados de 2022 e que parecia que só acabaria com a adoção de um novo regulamento em 2026?

Está acontecendo uma combinação entre o crescimento dos rivais e uma sequência de pistas em que o carro da Red Bull não funciona tão bem. Essa dificuldade não é de hoje, mas custa mais caro nesta temporada justamente porque a vantagem não é tão grande, e também está mais exacerbada por mudanças feitas recentemente no carro.

"Antes eles tinham quatro décimos, meio segundo de vantagem por volta", lembrou o chefe da Ferrari, Fred Vasseur. "Hoje, até mesmo na corrida de Miami, em que fomos terceiros, estávamos perdendo um décimo por volta. E vai ser assim até o final do campeonato."

Ou seja, embora a Red Bull ainda tenha uma vantagem, ela hoje é muito menor. Então toda vez que eles não se prepararem tão bem, a Ferrari e a McLaren estarão por perto para aproveitar a oportunidade.

Até porque a proximidade dos rivais escancara um ponto fraco da Red Bull: a diferença de rendimento entre os pilotos do time, Verstappen e Perez. Após McLaren e Ferrari estrearem seus grandes pacotes de atualização (a primeira, em Miami, a segunda, em Imola), o mexicano não passou da quarta colocação no grid.

Ondulações e zebras limitam a Red Bull

Então existe ao mesmo tempo um cenário geral de aproximação das rivais, que a Red Bull tentará reverter trazendo novidades para seu carro (mais com atualizações constantes, com a próxima sendo esperada para o GP da Espanha, do que com grandes pacotes). E um problema específico de algumas pistas, como foi o caso de Mônaco (e também de Imola e Miami, em menor medida) e que será também a história no Canadá.

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A questão é o comportamento do carro quando é preciso atacar as zebras e também quando os circuitos são muito ondulados. Isso não é uma novidade para o time, que sofria com isso em anos anteriores, mas agora ficou mais latente porque os rivais estão perto o suficiente para vencer quando eles estiverem em dificuldades.

O mais preocupante para eles é que, no momento, o time diz não ter uma solução clara. Em Mônaco, quanto mais macias as suspensões eram configuradas para estar, mais rígido o carro ficava. "Parecia um kart, parecia que eu não tinha suspensão", descreveu Max Verstappen, admitindo que a equipe não sabia como solucionar o problema.

Neste fim de semana, no Canadá, a pista tem poucas curvas. Embora o acerto aerodinâmico seja totalmente diferente em relação a Mônaco, pois há muitos trechos de reta, a maioria das curvas são chicanes, em que é preciso atacar as zebras para ser rápido. Então a Red Bull certamente testará algumas soluções nos treinos livres de sexta-feira para tentar encontrar uma solução para um problema que eles não sabem exatamente de onde vem nem como resolver.

Até porque a RB, usando a mesma suspensão que a Red Bull usava em 2023, não teve problemas em Mônaco e, inclusive, chegou em oitavo lugar com Yuki Tsunoda. "Precisamos entender se foi alguma coisa que colocamos no carro", admitiu o chefe Christian Horner.

Todos de olho na suspensão da Ferrari

Vendo as dificuldades da Red Bull, é impossível não lembrar que a Ferrari escolheu um caminho diferente para sua suspensão em 2024, e hoje é o carro que consegue, ao mesmo tempo, lidar bem com curvas lentas sem perder eficiência nas retas. Ou seja, a altura da traseira do seu carro se adapta bem a diferentes velocidades.

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Na prática, isso significa que a Ferrari tem conseguido deixar seu carro mais alto, de um jeito que ajuda a lidar com ondulações e zebras, sem perder em trechos de alta velocidade, em que seu sistema de suspensão ajuda a traseira a ficar mais próxima ao solo.

Essa é uma ótima notícia para Montreal, tido em Maranello como um grande teste para a extensa atualização pela qual o carro passou antes de Imola. Segundo Vasseur, os números dizem que o carro está gerando mais pressão aerodinâmica e está mais eficiente (ou seja, sendo mais rápido nas curvas sem que isso afete a velocidade de reta). E o Canadá tem uma pista em que isso será testado.

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