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O GP do Canadá nunca desaponta. Max Verstappen também não

O GP do Canadá prometia ser uma corrida e tanto em uma pista que costuma entregar ótimas disputas. Tinha chovido na sexta-feira, os treinos livres foram confusos, a Mercedes tinha conseguido a primeira pole desde julho do ano passado, com George Russell, mas não se sabia muito bem qual seria o ritmo do carro prateado na corrida. Para completar, choveu, parou, choveu, parou de novo. Russell liderou, Lando Norris liderou por duas vezes. Mas, no final, deu Max Verstappen pela sexta vez no ano em nove etapas.

Até porque, assim como as corridas em Montreal não costumam desapontar, sempre com alguma variabilidade no clima, muros próximos, pista que permite ultrapassagens e incentiva os pilotos a pararem nos boxes mais vezes, Verstappen também não decepciona.

Ele não estava confortável em sua Red Bull, que segue sofrendo com as zebras, mas foi preciso o tempo todo (tirando uma excursão na volta 17, em uma fase da prova em que a Red Bull parecia vulnerável às McLaren, muito mais rápidas com a pista secando) e contou ainda com uma bela execução da equipe, escolhendo os momentos certos para parar nos boxes.

A vitória teve uma pitada de sorte também. Como disse seu engenheiro de pista, Gianpiero Lambiase, "tudo que vai, volta". Pouco mais de um mês depois de perder o GP de Miami ficando preso atrás do Safety Car, desta vez ele viu o mesmo acontecer com Lando Norris.

As McLaren voaram em determinados momentos da corrida

Russell manteve a ponta na largada com a pista encharcada, mas escapou da pista ao tentar se defender do ataque de Norris, que também tinha passado Verstappen na pista. Com a escapada, o inglês foi superado também pelo holandês.

Essa era a fase da prova em que a McLaren estava voando. Já não chovia, havia um trilho seco, e parecia que só os pneus de Lando e seu companheiro Oscar Piastri funcionam. Norris tinha aberto 11s na ponta quando Logan Sargeant causou um Safety Car. O piloto da McLaren não teve tempo de entrar, estava perto demais da entrada do box, e teve que dar uma volta atrás do SC enquanto os demais pararam. Quando fez sua troca de pneus, voltou em terceiro.

Uma chuva breve fez a pista ficar molhada novamente, e secar novamente. E, mais uma vez, a McLaren começou a voar nessa condição. Quando os demais pararam para colocar pneus de pista seca, Norris foi fazendo as melhores voltas da prova e abrindo o que seria suficiente para fazer a parada e voltar na frente.

Mas os boxes estavam muito escorregadios. Verstappen forçou bastante na volta em que Norris parou, dividiu a segunda curva com o inglês e saiu na frente. Foi abrindo vantagem e também teve o controle quando o pelotão se compactou mais uma vez em um segundo Safety Car.

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Russell saiu decepcionado com erros

Mas a prova ainda teria uma terceira fase. A Mercedes aproveitou o segundo SC para colocar pneus novos em Russell e Hamilton. Os dois foram para cima das McLaren, e Russell só não teve a chance de ameaçar o segundo posto de Norris (e, como ele disse que esperava, ameaçar Verstappen) porque escapou da pista mais uma vez. Chegou a ser ultrapassado por Hamilton, mas depois retomou a terceira posição e conquistou o primeiro pódio do ano.

Tudo isso aconteceu nas últimas seis voltas de uma corrida que também teve ação mais atrás desde o começo: as Haas vieram fazendo fila nas primeiras voltas depois de optarem pelos pneus de chuva ao invés dos intermediários, e depois pilotos que arriscaram não parar no primeiro Safety Car tiveram que segurar rivais mais rápidos para tentar pontuar. Quem se deu melhor com essa estratégia foi Esteban Ocon, de 17º no grid para décimo.

E as Ferrari,que chegaram como favoritas? Foi uma corrida para esquecer. Sem aderência, no meio do pelotão, Sainz acabou rodando e causou o segundo Safety Car. E Leclerc teve problemas no motor desde o início da prova.

A pior notícia para os rivais de Verstappen é que acabou a sequência de provas em que a Red Bull teria em teoria mais dificuldade. E ele venceu duas das três em que eles sofreram com as zebras. Na próxima etapa, em Barcelona, a história deve ser diferente.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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