Grid apertado com Norris na pole surpreende Max: GP promete ser disputado

Largando na frente, ele poderá controlar o ritmo e preservar seus pneus, exatamente como Verstappen fez tantas vezes nos últimos anos. O inglês chamou a atenção para o fato de a primeira freada bastante longe da posição da pole, o que dá mais chances para quem vem atrás pegar o vácuo. "É quase um lugar em que você não quer largar na pole", disse ele. Mas é claro que ele tem a vantagem por estar na pole. Verstappen lembrou que a velocidade de reta de ambos é semelhante. "Vai depender de quem tiver a melhor largada."

Norris ficou sem sapato após incêndio na McLaren

E olha que não foi um dia dos mais comuns para Lando Norris, que foi evacuado junto do restante da equipe quando uma pequena explosão em um circuito elétrico na cozinha do motorhome da McLaren gerou um incêndio, que não deixou feridos graves. Apenas um membro da equipe foi para o hospital por precaução, mas logo foi liberado.

Norris estava descalço, e não pôde voltar para o motorhome depois que o incêndio foi controlado. "Acho que foi o pior que aconteceu, eu ter perdido meu tênis", brincou o inglês. "E também não pude ouvir minha música antes da classificação. Eu peguei o escritório do Zak [Brown, CEO da McLaren]. Não foi um dia dos mais comuns, e provavelmente não vamos ter o motorhome amanhã também, mas não vou reclamar."

Hamilton quer trabalho em equipe para frear as Ferrari

Largando em terceiro, Lewis Hamilton não se colocou nessa briga, pelo menos por enquanto. "O que mais preocupa são as duas Ferrari atrás. Temos que trabalhar como equipe e segurar a posição. Se tivermos ritmo, vamos tentar ir para cima de Norris e Verstappen. Mas só saberemos isso quando a corrida começar", disse ele, lembrando que vai dividir a segunda fila com o companheiro George Russell.

Essa foi apenas uma das menções a "trabalho em equipe" que Hamilton fez nas entrevistas após a classificação. Ele quer usar a vantagem que a Mercedes tem por ter dois pilotos um próximo do outro e tentar dividir as estratégias para ganhar terreno.

Mas isso é algo que a Ferrari também tem, com Charles Leclerc largando em quinto e Carlos Sainz, em sexto.

Proximidade dos rivais surpreende Verstappen

Outro ponto em comum é o ritmo. As simulações de corrida apontam para uma leve vantagem de Verstappen em relação aos demais, mas a diferença é muito menor do que era esperado para esta pista da Espanha, em que o carro não sofre com as limitações das últimas etapas com as zebras. Certamente, a perda da pole position nesta pista é um sinal de alerta para a Red Bull pensando no restante do campeonato.

"A performance não é boa o bastante. Neste tipo de pista, eu esperava estar na frente. Precisamos trazer mais performance para o carro", disse Verstappen, que parecia um pouco arrependido em relação à opção de usar uma asa traseira com mais pressão aerodinâmica para que o carro não escorregasse tanto. "Acho que perdemos um pouco nas retas na classificação", disse ele. Na corrida, no entanto, essa configuração pode ajudá-lo a cuidar melhor dos pneus.

A questão é se isso vai ser suficiente. Largando na frente, tem que focar em cuidar de seus pneus especialmente no segundo setor sabendo que, mesmo se tiver Verstappen próximo, é tão difícil seguir o rival de perto nas curvas rápidas do terceiro setor que ele não estará próximo o suficiente para tentar a ultrapassagem.

Será um jogo de xadrez também nas estratégias. Se um piloto for chamado antes do rival e tiver um bom ritmo, ele pode ganhar a posição.

Só não dá para dizer que quatro equipes têm chances de vencer porque é difícil ultrapassar em Barcelona. Mas seria surpreendente ver alguém vencendo por uma grande diferença ou tendo vida tranquila para chegar no pódio. Não é algo que se ouve muito na F1, mas o GP da Espanha promete.