Pole Position

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Ferrari começou o ano como 2ª força. Agora, corre o risco de virar a quarta

Nem parece que a Ferrari estava vencendo há cerca de um mês na Fórmula 1, com Charles Leclerc, em Mônaco. Se na corrida seguinte, o GP do Canadá, havia a justificativa de que as temperaturas mais baixas tinham atrapalhado o desempenho dos carros vermelhos, na Espanha ficou mais claro que eles foram ultrapassados em termos de desenvolvimento pelo conjunto bem mais completo da McLaren. E que a Mercedes pode ser a próxima a passá-los.

O carro da Ferrari tem algumas características específicas. Eles usam a suspensão mais macia e são muito fortes em curvas mais lentas, têm um motor configurado para dar uma resposta melhor nas saídas de curva do que no final de grandes retas, mas têm tido dificuldade em controlar o movimento da traseira em curvas mais rápidas, o que ficou bem claro na Espanha.

Leclerc e Carlos Sainz perderam muito no último setor na classificação, e não entraram na luta pela pole position. Ficaram na terceira fila, com um ritmo de corrida semelhante ao da Mercedes, cujo carro já se adaptaria melhor à pista da Espanha de qualquer maneira.

Também não ajudou a Ferrari ter os companheiros Leclerc e Sainz se tocando no início da prova, o que danificou o carro de Charles. Eles, inclusive, trocaram algumas farpas nas entrevistas após a corrida, com Leclerc dizendo que ele era a pessoa errada para ser tão agressivo e Carlos respondendo que o companheiro sempre arruma algo para reclamar após as provas.

O time levou atualizações para a Espanha, e isso pode ter contribuído para o desempenho que, na verdade, não foi ruim em comparação à péssima performance em Barcelona ano passado, mas que colocou o time como quarta força no último final de semana.

As novidades focavam no assoalho e asa traseira e geraram a volta dos saltos, o que obrigou os engenheiros a adotarem uma configuração mais alta, o que vai interferir negativamente principalmente nas curvas de alta velocidade.

A tendência é que, com mais dados sobre as atualizações, será possível otimizar a configuração. Na verdade, não é incomum que o rendimento de uma equipe piore antes de melhorar quando são colocadas novas peças.

Mas não deixa de ser preocupante para a equipe que o pacote que estreou em Imola não tenha representado um salto, ao contrário do que aconteceu com a McLaren.

A Mercedes também melhorou consideravelmente, e um detalhe sobre o time de Lewis Hamilton e George Russell serve para ilustrar como detalhes estão fazendo a diferença. Eles estavam correndo com assoalhos novos em Barcelona. Não novos no sentido de serem diferentes dos antigos, mas simplesmente por estarem zerados. Os assoalhos ficam batendo no asfalto e sofrem danos quando os pilotos escapam da pista. Simplesmente por ter uma peça nova, a Mercedes disse ter visto nos dados uma vantagem em termos de performance.

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O palco da próxima etapa, na Áustria, já neste fim de semana, não estaria entre os favoritos para a Ferrari, pois tem algumas curvas mais rápidas, mas o desempenho deve ser melhor do que na Espanha.

Porém, a equipe não vai ter muito tempo de experimentar com a configuração, já que o GP da Áustria é um final de semana de sprint, com apenas um treino livre antes da definição do grid para a corrida curta.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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