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Alpine confirma renovação de Gasly e pode ser a surpresa do mercado da F1

Pierre Gasly vai continuar na Alpine nas próximas temporadas da Fórmula 1. O francês se juntou à equipe em 2023, chegou a estudar quais as outras oportunidades que haviam no mercado para 2025, mas decidiu ficar, principalmente depois que a Alpine deixou claro que não queria renovar com seu atual companheiro, Esteban Ocon, que tem a Haas como sua grande aposta para permanecer no grid.

O anúncio da permanência de Gasly "por múltiplos anos" foi feito nesta quinta-feira e pode ser apenas a primeira (e a menos surpreendente) das confirmações do time francês. Uma possibilidade aberta para 2026 teria atraído Carlos Sainz de volta ao time que ele defendeu do final de 2017 até o final de 2018. Outro anúncio feito às vésperas do GP da Áustria é que Lance Stroll continua na Aston Martin, o que já era dado como certo uma vez que seu pai, Lawrence, dá as cartas na equipe.

A Alpine está em ascensão depois de começar a temporada muito mal e de ter passado por uma série de mudanças em seu comando. Antes mesmo da primeira corrida do ano, o diretor técnico e o diretor de aerodinâmica pediram demissão e o carro amargou as últimas posições do grid até que começou a receber as atualizações que foram "emagrecendo" o carro. Mais leve, a Alpine não só ganhou rendimento, como também gerou mais confiança em seus pilotos. Mesmo assim, o time ainda está longe das quatro equipes que vêm lutando por pódios em 2024.

Seguindo o mesmo estilo que gerou todas essas mudanças, com decisões imediatistas baseadas em resultados, o CEO da Renault, Luca de Meo, chamou Flavio Briatore para tomar as decisões estratégicas sobre o futuro da equipe, e isso deu força a uma possibilidade que já estava sendo levantada pela Alpine desde abril: que a Renault deixasse de fornecer motores.

A Mercedes, que perderá uma das clientes em 2026 - a Aston Martin usará motores Honda - foi a montadora consultada pela Alpine, e as conversas caminharam bem desde então. E essa conversa ajuda a entender por que o time francês passou a figurar como opção para Sainz.

Por que Sainz está relutando a apostar na Audi?

Carlos Sainz, da Ferrari, no paddock do GP do Canadá
Carlos Sainz, da Ferrari, no paddock do GP do Canadá Imagem: Florent Gooden/DPPI

Sainz já conversava com a Alpine antes, mas a opção de um combo Alpine-Mercedes, justificado pelas relações que a Renault e a montadora alemã já têm em projetos de carros de rua, se tornou rapidamente uma alternativa interessante para o espanhol, que, acredita-se, já estava praticamente acertado com a Williams.

A aposta pela Williams fazia sentido para Sainz justamente pela expectativa positiva do motor Mercedes para 2026, uma vez que sua outra opção naquele momento era o projeto da Audi. Embora os alemães tenham um projeto bastante sério e com um alto nível de investimento, é inegável que eles vão herdar uma Sauber que ainda tem muito o que crescer em vários departamentos. E também há a desconfiança de quanto tempo vai demorar para que eles estejam no mesmo nível das demais fornecedoras, lembrando que eles serão os únicos estreantes em 2026.

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As novas regras foram pensadas para serem menos complicadas que as anteriores. Quando a Honda voltou à F1, em 2015, sofreu muito para chegar a andar no ritmo dos demais, e a FIA queria impedir que isso acontecesse novamente. A expectativa é de que as diferenças entre os melhores e piores motores sejam muito menores, mas é impossível impedir que elas existam.

Como a expectativa é de que a Audi precise de alguns anos para se estabelecer, Sainz estava mais inclinado a assinar com a Williams, que vem em um processo de reestruturação de suas instalações, tendo resolvido os problemas de fluxo de caixa que limitaram a equipe nos últimos 20 anos.

A equipe que trabalha com Sainz garante que a decisão não está tomada. Não é um cenário fácil para eles, uma vez que todas as opções que têm são piores do que a vaga atual na Ferrari, e ainda existe a possibilidade de que Max Verstappen saia da Red Bull em 2025 ou em 2026, e essa seria a grande chance do espanhol voltar a andar entre os grandes. É preciso costurar um contrato que lhe dê essa flexibilidade.

Alpine não tem sido uma plataforma consistente

Porém, com a Alpine entrando recentemente na jogada, surge para Sainz uma opção com uma estrutura já mais forte, ainda que traga seus problemas. Principalmente, a falta de estabilidade e as decisões mais imediatistas tomadas nos últimos anos.

Sabe-se que o atual chefe, Bruno Famin, tem uma visão mais voltada para a engenharia e está tentando identificar quais são as áreas em que eles precisam melhorar, a fim de que eles possam contratar de maneira eficiente. A questão é como a chegada de Briatore afeta seu poder dentro do time.

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Sainz conhece como a Renault funciona, e conhece também Pierre Gasly. Eles rivalizaram quando o espanhol ganhou a Fórmula Renault 3.5 em 2014, e a relação de ambos teve momentos poucos amistosos ao longo dos anos. Mais maduros, será que eles podem conduzir a Alpine de volta à crescente que eles experimentaram nos últimos anos antes da queda recente?

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