Bastidores da F1: dança das cadeiras agitada e as chances de Drugovich
Enquanto George Russell caminhava para sua segunda vitória da carreira, aproveitando uma colisão entre Max Verstappen e Lando Norris, o mercado de pilotos passava por algumas reviravoltas nos bastidores, com o brasileiro Felipe Drugovich tentando se colocar como opção em um ano de muitas mudanças.
O único foco do campeão da Fórmula 2 em 2022 é ter uma vaga como titular, após dois anos como reserva na Aston Martin. Ele tem como opção uma proposta já bastante encaminhada na Fórmula Indy, o que lhe dá tranquilidade para a carreira.
Drugovich tem a seu favor um orçamento já garantido, com os mesmos patrocinadores que têm acompanhado-o desde o título da F2 em 2022, e tem a experiência de um extenso programa de testes realizado com a Aston Martin ano passado. Mas ainda assim seu nome não aparece no topo de nenhuma lista no momento, como apurou o UOL Esporte no paddock na Áustria.
São sete as vagas ainda em aberto oficialmente, embora nem todas estejam totalmente em aberto. Há indefinição na Williams e Haas, que têm os mesmos pilotos em negociação. E a maior incógnita é qual saída a Sauber/Audi vai encontrar, depois do projeto ser esnobado por Carlos Sainz e Esteban Ocon.
Sainz estava próxima da Williams. Agora, prefere a Alpine
São esses os dois grandes nomes do mercado no momento. Sainz estava praticamente acertado com a Williams e pediu mais tempo para decidir, animado com a proposta feita pela Alpine, com a possibilidade da equipe francesa contar com motores Mercedes a partir de 2026, embora isso não esteja confirmado.
O mais importante para o espanhol é ter um contrato que lhe permita sair caso alguma vaga entre os grandes se abra. Ele sabe que existe a possibilidade que Max Verstappen deixe a Red Bull a médio prazo e precisa se preparar para isso. Na Audi, a proposta era de três anos de contrato, sem a chance de sair. A proposta da Alpine é mais flexível e o anúncio pode acontecer já nesta semana.
A indecisão de Sainz não caiu bem na Williams, que fica entre Valtteri Bottas e Esteban Ocon. O francês estaria praticamente fechado com a Haas mas, com Sainz voltando atrás, isso pode abrir outras possibilidades para ele.
Se Sainz não fechar com a Alpine, o que não parece provável no momento, Jack Doohan, que faz parte do programa do time francês, está bem cotado para estrear. Se Sainz se tornar companheiro de Pierre Gasly, salvo alguma mudança de última hora, Ocon e Bottas ficam com as vagas de Haas e Williams.
Vaga na Sauber/Audi é a grande incógnita
Seja qual for a permutação, a grande incógnita é o que a Sauber, que se prepara para se tornar a equipe de fábrica da Audi em 2026, vai fazer.
Eles consultaram a Red Bull sobre a possibilidade de Lawson ser liberado, mas ouviram a oferta de outro piloto do programa dos austríacos, Isack Hadjar, que mostra lampejos de velocidade na F2 combinados com um pavio curto. Essa possibilidade não animou Andreas Seidl, que está ficando sem opções. A decisão de não ficar com nenhum dos pilotos atuais estava tomada, mas isso pode mudar.
A questão é que, apesar de haver mais movimento no mercado em relação ao ano passado, também há muitos pilotos procurando vagas, muitos deles com mais experiência que o brasileiro. Ao mesmo tempo, é bastante provável que o grid já tenha pelo menos três novatos ano que vem, todos eles subindo por meio de seus respectivos programas de jovens pilotos. Antonelli com a Mercedes, Bearman com a Ferrari via Haas, Lawson com a Red Bull via RB. Nenhum destes três nomes está oficialmente confirmado.
Lawson e Antonelli dependem de decisões a respeito de Ricciardo e Verstappen, uma vez que a Mercedes está em uma posição cômoda de poder esperar por uma decisão final do holandês a respeito de seu futuro, mesmo que a possibilidade dele sair da Red Bull já ano que vem seja pequena.
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Quero receberVerstappen estaria aguardando o rendimento da Red Bull nas corridas anteriores à pausa de agosto da F1, focando mais na performance da equipe do que na politicagem interna.
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