14º colocado na F2, Ollie Bearman é confirmado como titular da Haas em 2025

Como parte de sua preparação para a estreia, Bearman já estava escalado desde o início do ano para fazer seis sessões de treinos livres na Fórmula 1 pela Haas (quatro a mais do que o mínimo previsto por regulamento), além de estar fazendo testes privados e sessões no simulador da Ferrari, que é um dos mais avançados do grid.

Não é por acaso, portanto, que Bearman estava bem preparado quando substituiu Carlos Sainz no GP da Arábia Saudita deste ano. Ele foi chamado às pressas horas após ter feito a pole position na F2, depois que o espanhol foi internado com apendicite, e foi sétimo colocado.

Como explicar a promoção de um piloto sem resultados expressivos na F2?

Olhando friamente os resultados de Bearman, não é uma carreira que salta aos olhos como a de Oscar Piastri, por exemplo, último dos estreantes a ter vencido a F2 e F3 como estreante. Ele foi campeão italiano e alemão da F4, terceiro na F3 como estreante, sexto na F2 com uma das melhores equipes em 2023, e atualmente 14º em seu segundo ano, tendo perdido a etapa da Arábia Saudita, em que largaria na pole.

No entanto, ele caiu nas graças de Fred Vasseur, chefe da Ferrari, por conta de seu trabalho na academia do time italiano e no simulador. E também ganhou a confiança do chefe da Haas, Ayao Tomatsu, com o bom desempenho nos treinos livres que fez até aqui.

Parte da explicação para isso está no próprio carro da Fórmula 2, que mudou para esta temporada e com o qual Bearman, assim como sua equipe, a Prema, não vêm se entendendo.

"Para mim é intuitivo pilotar rápido em um carro de Fórmula 1, sinto que ele se adapta melhor ao meu estilo natural", disse o britânico em Barcelona, uma das etapas em que fez treino livre na F1.

"Se eu realmente acelerar, posso marcar melhores tempos de volta [no carro de Fórmula 1], enquanto na Fórmula 2 tenho que respeitar o carro, eu tenho que pensar mais no que estou fazendo. As coisas que eu sinto que vão me tornar mais rápido efetivamente funcionam no F1. No F2, não. Na verdade, sinto que o F3 é mais parecido com o F1 em termos de pilotagem. E acho que estamos com dificuldades como equipe também e as coisas se amplificam por conta disso."

Bearman elege principal ponto em que precisa melhorar para a estreia

O próprio Bearman se diz frustrado pela atual temporada da F2. "Acho que estou no nível mais alto da minha carreira, o que é completamente normal porque tenho mais experiência do que nunca. Os resultados não refletem isso, mas há alguns fatores que me atrapalharam", disse ele, citando um problema de motor na classificação da Austrália, uma falha no pitstop enquanto liderava em Imola e a perda do fim de semana de Jeddah. Na última etapa, ele também abandonou a prova principal com problemas no carro.

Bearman parecia bastante aliviado após finalmente vencer a primeira neste ano na F2, mesmo que tenha sido na corrida sprint, com o grid invertido nas 10 primeiras colocações. As dificuldades da Prema com esse novo carro também interferem negativamente nos resultados de seu badalado companheiro Kimi Antonelli.

Eles sabem que, o que conta para as equipes da F1 é o desempenho nas chances que têm de pilotar o carro da categoria. E Bearman tem bem claro onde ainda precisa melhorar. "Sinto que me adapto rapidamente, isso não tem sido um problema. Mas quando tem que tirar aquele máximo de desempenho com pneu macio novo, ainda sinto que tem mais por vir."

Bearman estará pela terceira vez em um treino livre na Haas neste ano diante de sua torcida, na pista de Silverstone. A primeira sessão de treinos começa às 8h30 da manhã desta sexta-feira, pelo horário de Brasília.