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Red Bull pressiona Perez e Ricciardo por resultados nas 3 próximas corridas

A Red Bull é a líder do mundial de construtores, com 64 pontos de vantagem para a segunda colocada Ferrari. Mas eles vêm perdendo pontos em relação à McLaren nas últimas provas, muito em função dos resultados de Sergio Perez: depois de quatro pódios nas cinco primeiras etapas, ele vem de dois abandonos, um oitavo e um sétimo lugar. Continuando assim, pode perder o emprego ainda durante a temporada.

O contrato de Perez tem cláusulas de performance claras que, se não forem atingidas, permitem à equipe romper o compromisso ou invalidar a renovação. Isso é de praxe na Fórmula 1 e, a julgar pelas declarações do consultor Helmut Marko e do chefe da Red Bull, Christian Horner, Perez no momento não está rendendo bem o suficiente para manter o cockpit.

O prazo para a reação, contudo, parece claro. "Vamos saber mais até as férias de verão", disse Marko à publicação alemã "Auto Motor und Sport". Ou seja, até depois do GP da Bélgica, último disputado antes da pausa de agosto no campeonato.

É comum que este seja o prazo para este tipo de cláusula que, ao que tudo indica, também existe no contrato de Daniel Ricciardo. Na verdade, a situação da Red Bull não é nada cômoda porque um dos grandes motivos para chamar o australiano de volta era justamente usá-lo para pressionar Perez. Porém, com seu desempenho aquém do esperado, isso não funcionou.

Outra tática de Horner foi renovar o contrato do mexicano mais cedo, ainda em maio, a fim de que ele tivesse mais tranquilidade. Mas seu rendimento caiu.

"Achávamos que a renovação iria ajudá-lo. É algo em que Checo está trabalhando muito duro e ele sabe disso. Não dá para esconder as coisas neste esporte. Particularmente com Max Verstappen como seu companheiro, ele sabe que está sendo medido contra o melhor", disse Horner.

"Precisamos que ele esteja lá, apoiando Max. São duas McLaren, duas Ferrari, duas Mercedes e precisamos desesperadamente de duas Red Bull."

O problema é que Ricciardo também parece estar com dificuldade de bater suas próprias metas, e isso pode deixar a Red Bull em uma situação delicada. Ele no momento tem oito pontos a menos que o companheiro Yuki Tsunoda, que já teve o contrato renovado.

É mais fácil saber o que a Red Bull faria para substituir o australiano na RB: Marko chegou a prometer a Liam Lawson, que o substituiu de maneira competente ano passado depois que ele fraturou a mão, que ele estaria no grid de qualquer maneira em 2025. Só não se sabe se ele seria uma opção para a equipe principal caso Perez não cumpra suas metas e não continue na equipe.

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É por isso que Carlos Sainz está esperando?

Não há muitas opções no mercado. Carlos Sainz está buscando o máximo de flexibilidade caso apareça uma boa vaga, mas no caso da Red Bull ele só entraria como substituto de Max Verstappen e não de Perez. Afinal, Marko lembra bem do inferno interno que acabou fazendo com que o espanhol saísse do programa da Red Bull quando ele dividiu a Toro Rosso com Verstappen. Era um inferno causado em parte pelos pilotos e em parte pela relação entre seus pais, Jos Verstappen e Carlos Sainz.

Uma opção que voltou a ser comentada para ele na semana passada, que havia sido descartada anteriormente, é a ida à Mercedes. O plano do time segue sendo promover Andrea Kimi Antonelli, mas o chefe Toto Wolff parece querer tirar a pressão do italiano de 17 anos.

"Falam muito dele. Os resultados dele no kart e na base são únicos. E está claro que a pressão vai aumentando. É como o pai dele diz, um campeão precisa ser jogado na água e precisa nadar. Eles são claros quanto a isso. Mas o mercado de pilotos no momento é algo muito dinâmico e interessante."

A ideia de ter um piloto somente para 2025 e promover Antonelli em 2026 era o primeiro plano de Wolff, que chegou a sondar Fernando Alonso para que ele se juntasse à Mercedes. Como ele já tinha na mesa um contrato de longo prazo com a Aston Martin, recusou a oferta.

Do lado de Wolff, faz sentido querer deixar as opções em aberto, até porque está claro que ele precisa dar mais tempo a Antonelli e pode ficar de mãos atadas. Principalmente agora, que a Mercedes parece ter se encontrado e melhorado o desempenho do carro, podendo ter um 2025 bem mais competitivo do que eles imaginavam poucas semanas atrás. Do lado de Sainz, que já esteve muito próximo de fechar com a Williams e tem uma proposta na mesa da Alpine no momento, é um jogo mais arriscado.

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