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Está faltando piloto para a McLaren vencer na F1?

A cena tem se repetido nas últimas corridas da F1: Lando Norris sai do carro cabisbaixo, dizendo que deveria ter vencido a corrida, listando publicamente seus erros. No Canadá, por não ter sido mais incisivo na hora de entrar nos boxes. Na Espanha, por ter tirado o pé na primeira curva. Na Áustria, por não ter conseguido passar Verstappen. Na Inglaterra, pela escolha errada de pneus.

Não é à toa que começa a surgir entre os torcedores a pergunta se não falta piloto para a McLaren enfrentar a Red Bull de Max Verstappen de igual para igual.

Mas isso não é justo com o próprio Norris. Tanto ele, quanto a McLaren estão aprendendo a andar em um nível no qual não tiveram que andar nos últimos anos. É como se eles tivessem sido colocados em uma sala de aula em que os melhores alunos estão reunidos, o sarrafo subiu, e agora eles estão entendendo o quanto vão ter que estudar.

Quando entrevistei o chefe da McLaren, Andrea Stella, duas semanas depois da primeira - e até agora, única - vitória dele no cargo e também de Norris na F1, o italiano deixou muito claro que tinha a consciência de que, como organização, sua equipe ainda não estava pronta para repetir os feitos da Red Bull.

"Não é só o nível de ser competitivo para chegar nos pódios e para vencer corridas. Mas também para fazer isso regularmente, o que é o que a Red Bull tem atingido. Esse é um testamento da qualidade, não só de seu departamento técnico, mas também das operações, da execução esportiva, os pit stops. Então tem que tirar o chapéu para eles pelo que estão fazendo. Nós estamos muito mais atrasados nessa jornada e, se continuarmos a nos desenvolver como temos feito, então um dia poderemos fazer o que eles estão conseguindo."

É claro que a McLaren também dominou a F1. A camisa tem peso, digamos assim. Mas não com este grupo de profissionais. Stella venceu muito com a Ferrari, mas como engenheiro de pista, em uma função completamente diferente. Randeep Singh se tornou diretor de corridas (que é como se fosse o chefe da parte de operação de corrida, que envolve toda a comunicação e execução de tudo da parte esportiva) neste ano, depois de chefiar o departamento de estratégia. O diretor de operação do carro e engenharia, Charlie Hooper, está em sua terceira temporada no cargo.

Na Red Bull, o trio de chefes da operação de pista, composto por Christian Horner, Jonathan Wheatley e Paul Monaghan. Os três estão na Red Bull, atuando nas mesmas funções, desde 2006. Eles não apenas têm a experiência, como também tiveram papel fundamental na seleção dos profissionais que os cercam.

E tem Max Verstappen. Enquanto Lewis Hamilton estava dominando, especialmente em 2019 e 2020, era Verstappen quem chegava mais perto dele. Raramente o holandês não conseguia maximizar o resultado possível com o equipamento que tinha em mãos, levando o time a pódios e uma ou outra vitória quando a Mercedes dava uma brecha. Ele foi se acostumado ao tal nível puxado da turma forte da "escola" e, quando teve a chance de disputar um título com o próprio Hamilton, estava andando em alto nível e também com uma equipe muito experiente e preparada.

A McLaren não está lá ainda. E Norris faz parte disso. Assim como Verstappen teve que entender o que era necessário para andar em alto nível de maneira consistente lá em 2019 e 2020, ele está vivendo isso agora. Não está no nível de Max, que caminha a passos largos para ser um dos melhores da história, mas ainda não chegou ao máximo do que pode atingir. E o mesmo pode ser dito sobre esse grupo de "novatos" da McLaren.

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Max Verstappen conversa com um decepcionado Lando Norris após o GP da Grã-Bretanha
Max Verstappen conversa com um decepcionado Lando Norris após o GP da Grã-Bretanha Imagem: F1/X

"Às vezes eu tenho que lembrar a equipe de onde estávamos há pouco mais de um ano", disse Norris em entrevista à F1 mês passado. "Nós éramos horríveis, estávamos em último. E agora a gente chegou nessas equipes que estão há anos tendo performances neste nível em todas as corridas. E agora temos que competir com esses caras. Odeio usar isso como desculpa, mas acho que é uma desculpa válida. Ao mesmo tempo, demos um salto que eles não conseguiram dar em termos de performance do carro, o que é um feito e tanto. Tenho orgulho de como nós melhoramos."

Agora resta à McLaren repetir na operação de corrida, tomando as decisões estratégias corretas, afinando a comunicação engenheiro e piloto, e contando com a evolução de seus pilotos - lembrando que o companheiro de Norris, Oscar Piastri, está somente em sua segunda temporada na F1. Só aí poderemos dizer o que realmente está faltando à McLaren.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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