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Norris teimoso, Verstappen em dia de fúria e a primeira vitória de Piastri

Depois de bater na trave nas últimas provas e pecar na execução das provas, a McLaren e seus pilotos desta vez fizeram um trabalho competente e conseguiram não só a segunda vitória do ano, como também a dobradinha do GP da Hungria, com Oscar Piastri vencendo pela primeira vez na F1 após uma intensa troca de mensagens via rádio entre o engenheiro de pista e Lando Norris para convencê-lo a ceder a posição ao australiano.

Até porque, como parece ser a tônica do campeonato deles, não foi um GP totalmente tranquilo. Piastri tomou a liderança do pole Norris logo na primeira curva, e liderava até a última parada. A McLaren decidiu parar Norris primeiro para cobrir uma possível ameaça de Lewis Hamilton. O inglês tinha parado bem antes mas, se a McLaren parasse Piastri primeiro, haveria o risco de que Norris perdesse a posição para o inglês, que foi terceiro colocado após uma intensa batalha com Max Verstappen.

Com isso, quando Piastri parou, voltou atrás de Norris, o que deu início a uma longa discussão via rádio entre o britânico e seu engenheiro de pista, que tentou de tudo para convencer Norris a devolver a posição, enquanto o piloto abria vantagem

"A maneira de vencer o campeonato não é sozinho, é com a equipe. Você vai precisar de Oscar, você vai precisar da equipe", dizia Will Joseph. Até que, com quatro voltas para o final, veio uma ordem direta. "Deixe ele passar agora".

Norris cumpriu a ordem com três voltas para o fim, o que pode não ter sido uma estratégia das mais inteligentes. Como ele mostrou ter ritmo melhor que Piastri na parte final da prova, faria sentido deixá-lo passar bem antes para ter tempo de atacá-lo.

Do lado da McLaren, ficou uma mensagem clara de que eles ainda não veem Norris como um candidato ao título de pilotos. Norris está 76 pontos atrás de Verstappen, mesmo com essa melhora da McLaren nas últimas corridas. E o foco do time é muito mais ganhar o campeonato de construtores, algo mais real, já que eles vêm fazendo mais pontos que a Red Bull regularmente.

Verstappen tem dia de fúria e leva bronca de engenheiro de pista

Um destaque negativo da prova foi Max Verstappen, que já saiu da classificação irritado com a equipe porque queria mais da atualização que estreou neste fim de semana, e estava em um dia de fúria neste domingo, reclamando dos adversários, do carro e da estratégia.

Verstappen largou em terceiro e chegou a pegar o segundo lugar de Norris, mas conseguiu a ultrapassagem por fora da pista e teve que devolver a posição. E se irritou: "OK, então agora você pode empurrar gente para fora da pista então? Fala para a FIA que é assim que a gente vai disputar daqui para frente, jogando gente para fora da pista."

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Essa seria a primeira de uma série de mensagens raivosas. Verstappen reclamou que não conseguia frear o carro, não conseguia virar direito, que o equilíbrio de freio não funcionava bem. Como ele tinha dois jogos de pneus médios e estava correndo contra Lewis Hamilton, que tinha dois jogos de duros, teve que parar depois do inglês, já que faria a última parte da prova com o pneu médio, que dura menos.

Dentro do carro, Verstappen não entendeu a estratégia, porque isso significou que ele teria que passar Leclerc e Hamilton na pista para voltar para a sua terceira posição original. "Vocês me dão essa estratégia de m? e eu estou tentando recuperar", dizia ele, reclamando tanto que, em determinado momento, seu engenheiro, Gianpiero Lambiase, simplesmente deixou de respondê-lo, o que é algo muito raro na F1.

Verstappen passou Leclerc e estava disputando com Hamilton quando ele tentou atacar por dentro, Hamilton fechou a porta e os dois se tocaram, fazendo o piloto da Red Bull perder a posição para Leclerc e chegar em quinto.

O líder do campeonato reclamou de novo, dizendo que Hamilton tinha se movido na freada, algo que não é permitido pelas regras. E ouviu de Lambiase, que é seu engenheiro desde 2016, que ele estava "sendo criança no rádio".

Lambiase e Verstappen têm um histórico de trocar mensagens bem mais agressivas que outras duplas engenheiro-piloto, mas é algo que funciona para eles. Mas o ponto é o conteúdo de tudo o que Max disse ao longo do fim de semana. Ele não está nada feliz com o carro que tem em mãos no momento e principalmente com a falta de evolução do time, batido com tranquilidade pela McLaren neste domingo na Hungria.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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