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Novidades nos carros até com fábricas fechadas: o que pode fazer nas férias

A Fórmula 1 volta neste final de semana depois de quase um mês de férias, mas engana-se quem pensa que não veremos novidades nos carros já no GP da Holanda. Mas como isso é possível se a pausa de agosto é um período de fechamento das fábricas das equipes justamente para dar uma trégua aos funcionários em um campeonato tão longo?

De fato, todas as atividades voltadas à competição estão proibidas, então um engenheiro de uma equipe não pode sequer enviar um email. As contas, inclusive, ficam bloqueadas. Mas nem isso impede que os carros sejam atualizados.

Para uma nova peça chegar a um carro de F1, é preciso um longo período de desenvolvimento, passando pelo desenho, os testes computadorizados, depois a fabricação de um molde para o túnel de vento (obrigatoriamente, com no máximo 60% do tamanho original) para só depois ocorrer a fabricação. E isso não é feito em duas ou três semanas.

Então tudo o que virmos de novidade já nesta dobradinha que marca o retorno da temporada - com uma corrida na Holanda e outra na Itália - são atualizações que já estavam muito bem encaminhadas antes da pausa de agosto.

Outro ponto importante é que a pausa não ocorre de um GP ao outro. O regulamento fala em 14 dias consecutivos, então geralmente as equipes param no sábado seguinte ao último GP (no caso deste ano, a corrida da Bélgica) e voltam no final de semana anterior ao do GP da Holanda.

Isso dá tempo da equipe de corrida desmontar o carro e guardar todo o equipamento na fábrica e depois empacotar tudo de novo para a próxima etapa, e permite aos engenheiros rodarem as simulações que vão ajudar no acerto do carro e plano para o fim de semana.

Então não estranhe se começar a ver postagens de pilotos no simulador nesta semana: o período em que as fábricas estão proibidas já acabou.

As fábricas da F1 na verdade não fecham em agosto

Fábrica da Aston Martin foi totalmente renovada nos últimos anos
Fábrica da Aston Martin foi totalmente renovada nos últimos anos Imagem: Astron Martin/Divulgação
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É curioso que as fábricas permanecem abertas, e não apenas porque há setores, como a área comercial, de marketing, comunicação, financeiro, recursos humanos, etc. que podem funcionar normalmente.

Os times acabam usando essa época para fazer a manutenção de equipamentos e de coisas mais corriqueiras, como a troca dos filtros de ar condicionado. Até porque esses 15 dias são os únicos, tirando o período de Natal e Ano Novo (o regulamento determina o fechamento por nove dias consecutivos a partir de 24 de dezembro), em que não se trabalha em uma fábrica de Fórmula 1.

As fábricas normalmente continuam em funcionamento mesmo nos finais de semana - quando há corrida, há toda uma operação dissecando os dados que vêm da pista, e fora dela, o desenvolvimento do carro em si segue mesmo aos sábados e domingos, pois os profissionais trabalham em turnos.

"Nossa pausa começa às 6h da manhã no sábado de manhã, quando a última pessoa sai de seu turno, e então um exército de empreiteiros ocupa o lugar. Eles vão limpar o máximo que podem, vão fazer revisão nas máquinas. A gente até pinta o chão para as pessoas voltarem e pensarem 'mudou bastante, está bem bonito'", contou o diretor de operações da Mercedes, Rob Thomas.

Essa pausa obrigatória e regulamentada em agosto, que é o auge do verão europeu e mês de férias escolares, foi uma das moedas de troca pedidas pelas equipes quando o calendário começou a crescer. A temporada atual da F1, com 24 corridas, é a maior da história da categoria.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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