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McLaren está dando a Norris carro para lutar pelo título. Será suficiente?

Lando Norris perdeu a posição na largada, como em todas as vezes nas quais largou na frente na F1, mas dessa vez a história foi diferente: o inglês passou Max Verstappen na pista de maneira decidida, mostrou um ritmo superior por toda a prova, e venceu pela segunda vez na carreira, com mais de 20s de vantagem para o piloto da Red Bull.

"Desde a volta 5, 6, eu esperava que o Max apertasse o ritmo e ele não estava conseguindo. Enquanto o meu ritmo estava melhorando. E consegui passá-lo, o que era o mais importante. Estou com uma boa sensação dentro do carro, principalmente quando eu estava com pista livre e podia forçar", disse Norris.

De fato, essa vitória tem algo diferente. Norris passou e sumiu na frente de Verstappen. Não dá para falar que é a turbulência que atrapalhou, como o holandês reclamou em provas anteriores, dizendo que a Red Bull talvez sofra mais com isso do que os rivais diretos. Realmente falou ritmo, e muito.

Enquanto a Red Bull tenta encontrar uma solução para os problemas de equilíbrio de seu carro - Verstappen estava, inclusive, usando o assoalho da primeira corrida do ano como tentativa de encontrar um caminho - mais uma vez a McLaren deu um passo com as peças novas que trouxe para a Holanda. O carro, que já vinha sendo o mais consistente, agora parece ainda mais veloz. E uma corrida limpa na parte estratégica e nas paradas nos boxes, dois fatores nos quais a McLaren teve seus altos e baixos neste ano, a vitória foi dominante.

Mas já dá para dizer que temos um campeonato? Verstappen segue com uma ampla vantagem - são 70 pontos com nove corridas para o final. E, mesmo desde que a McLaren entrou na disputa pelas vitórias, com a atualização do GP de Miami, essa é apenas a terceira vez que Norris consegue marcar mais pontos que Verstappen em uma corrida. Norris e a McLaren vão precisar de mais performances como a deste fim de semana para transformar essa disputa em uma luta direta pelo campeonato.

Pilotos do lado ímpar saem perdendo na largada

Os pilotos que largaram do lado de fora da primeira curva tracionaram muito pior do que os do lado par, e Verstappen tomou a primeira posição, com Russell também passando a outra McLaren, de Oscar Piastri. Na terceira fila, Perez foi parar atrás de Leclerc.

Assim, pela sexta vez na carreira na F1, Norris largou na frente e não completou a primeira volta na primeira colocação. Embora, dessa vez, o tempo de reação dele tenha sido exatamente igual ao de Verstappen.

Mas a corrida não estava perdida para o piloto da McLaren. Quando estava discutindo a melhor estratégia, o inglês se mostrou confiante no ritmo do carro. Parecia querer que a equipe lhe desse pista livre para quem ele conseguisse usar esse ritmo, ou seja, deixando-o na pista depois da parada de box de Verstappen.

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Nem precisou. Na volta 18 Norris passou Verstappen por dentro na primeira curva, enquanto o holandês reclamava da falta de aderência dos pneus.

A próxima missão de Norris era aumentar a distância para Verstappen a fim de evitar que ele conseguisse um undercut, ou seja, que ele antecipasse sua parada para tentar voltar à frente dele quando a McLaren parasse. E Norris abriu 2s5 em quatro voltas.

Verstappen, contudo, só parou na volta 28, quando Norris já estava 6s à frente, e o britânico voltou tranquilamente à frente dele quando fez sua troca de pneus, na volta seguinte. A partir daí, ele só teve que controlar o ritmo até o final para vencer pela segunda vez na temporada e na carreira.

Ferrari acerta na estratégia e Leclerc vai ao pódio

Foi nessa fase da única parada nos boxes do GP da Holanda que a luta pelo pódio tomou uma guinada. Russell parecia relativamente tranquilo em terceiro mas, primeiro a Ferrari antecipou a parada de Leclerc, que vinha grudado em Oscar Piastri, quarto colocado. E depois a Mercedes fez uma parada lenta. Assim, o inglês voltou atrás do monegasco, com ambos sabendo que Piastri voltaria em quinto, mas com pneus nove voltas mais novos.

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O australiano voltou andando quase um segundo por volta mais rápido que Russell e Leclerc. Em seis voltas, ele chegou em Russell e passou, por fora, na primeira curva. E já estava a 3s6 de Leclerc, na volta 40.

Piastri demorou um pouco mais para chegar perto de Leclerc, com a Ferrari andando bem mesmo com o carro com a configuração semelhante à que eles tinham em Imola, em maio. Até mesmo Carlos Sainz, que largou em décimo, veio escalando o pelotão e inclusive passou Sergio Perez, que caiu na corrida em relação à classificação.

Com o passar das voltas, ficou claro que a vantagem de pneus de Piastri não estava sendo suficiente na disputa com Leclerc, e o monegasco foi o terceiro e se disse surpreso com o ritmo que a Ferrari mostrou. "Não imaginava que chegaria no pódio em um fim de semana tão difícil para a equipe." Já Russell perderia ainda mais terreno: a Mercedes foi a única equipe entre os grandes que fez duas paradas, e ficou com apenas o sétimo e oitavo lugares depois de vencerem três das quatro corridas anteriores.

A próxima corrida já é no domingo que vem, na Itália.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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