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Argentino Colapinto faz mais em um GP do que americano Sargent fez em 37

"Tem muitas coisas que eu ainda não sei", admitiu o argentino Franco Colapinto após chegar em oitavo lugar e conquistar seus quatro primeiros pontos na Fórmula 1 logo em sua segunda corrida na categoria, e menos de três semanas depois de ficar sabendo que seria o substituto do norte-americano Logan Sargeant na Williams daqui até o final deste ano.

O resultado é melhor do que Sargeant conseguiu nas 37 corridas que fez na Fórmula 1. A única vez que o norte-americano, que entrou na categoria muito em função da pressão por um piloto do país cujo mercado o esporte vem tentando conquistar, conquistou um ponto foi justamente no GP dos Estados Unidos, por conta de duas desclassificações que aconteceram após a prova.

Em sua pouco mais de uma temporada e meia como piloto de F1, ele nunca superou o companheiro Alex Albon em classificações. Em seu segundo GP, Colapinto conseguiu isso. É fato que Albon não conseguiu abrir sua última volta lançada por uma falha da Williams, mas Colapinto já vinha andando perto do ritmo do tailandês no decorrer do final de semana.

E olha que ele perdeu tempo de pista ao bater no primeiro treino livre, no que classificou com um erro de principiante. Como seu carro ainda não estava pronto antes da segunda sessão, ele também andou menos no segundo treino livre.

No sábado, um pequeno drama: quando se aquecia para a classificação, um elástico se soltou e bateu em sua orelha. Os médicos do circuito queriam dar pontos no corte, mas se isso acontecesse ele dificilmente seria liberado para correr. Foi para o carro mesmo assim e se colocou em nono no grid. Sargeant só conseguiu um resultado melhor que esse uma vez, no GP de Las Vegas.

Na corrida, Colapinto, que estava fazendo sua temporada de estreia na Fórmula 2 quando foi chamado pela Williams, equipe da qual era piloto de desenvolvimento, para virar titular, foi descobrindo como lidar com os pneus em uma corrida complicada.

"Achei a parte do meio da corrida muito difícil. Eu não sabia o quanto tinha que administrar, o quanto podia forçar. Eu estava com muita dificuldade e, de uma hora para a outra, eu passei a ter muita aderência e consegui andar forte de novo", disse ele.

No final das contas, lá estava Colapinto ora perseguindo Fernando Alonso, ora se defendendo de Lewis Hamilton. Ainda sem saber muito bem como tirar o máximo do carro. "Eles mostraram muita confiança em mim ao me colocar no carro. Era uma aposta muito difícil. E sei que muitas pessoas não entenderam. Mas espero que esteja mostrando do que eu sou capaz. Eu mereço um lugar na F1."

O plano de Colapinto é fazer essas nove corridas pela Williams e permanecer na equipe como piloto reserva na próxima temporada, esperando a possibilidade de se tornar titular no futuro, se colocando bem em um mercado que pode se abrir novamente em 2026, até porque não se sabe o que Max Verstappen vai fazer. Isso pode gerar uma série de movimentos envolvendo, inclusive, os dois pilotos que já estão confirmados como a dupla da Williams para 2025, Albon e Carlos Sainz.

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