Chefe da McLaren elogia Bortoleto e fala em buscar saída por estreia na F1
O brasileiro Gabriel Bortoleto tem visto seu nome ser cada vez mais comentado no paddock da Fórmula 1 pelos resultados que vem tendo na categoria que vem logo abaixo, a Fórmula 2. Campeão da Fórmula 3 ano passado e estreante na categoria de cima neste ano, ele se tornou líder do campeonato com duas etapas para o final com duas corridas sólidas no Azerbaijão, aproveitando que seu rival, Isack Hadjar, estava largando nas últimas posições do grid.
Bortoleto faz parte do programa de desenvolvimento de pilotos da McLaren desde o final do ano passado e tem um contrato vigente com a equipe, que tem Lando Norris e Oscar Piastri confirmados para a próxima temporada. A possibilidade dele subir para a F1 já no ano que vem seria com a Sauber, que está passando por uma fase de transição para se tornar equipe de fábrica da Audi em 2026.
A Audi contratou recentemente Mattia Binotto, ex-Ferrari, para chefiar essa operação. O suíço se impressionou com o tamanho do desafio que tem pela frente, uma vez que a Sauber tem pecado em procedimentos simples e está muito atrás das outras, e isso teria mudado sua estratégia em relação à escolha dos pilotos, favorecendo um pensamento mais a médio prazo e dando força ao nome de um novato.
E Bortoleto está crescendo na hora certa para aproveitar essa oportunidade, e tem o apoio da Liberty Media, detentora dos direitos comerciais da F1. Eles estão negociando o contrato de transmissão da F1 com a Globo, que também pleiteia por um piloto brasileiro.
Bortoleto não é o único jovem que pode estar disponível. Na Red Bull, os chefes Christian Horner e Helmut Marko estão batendo cabeça sobre o futuro de Liam Lawson. Marko, que quer ver o neozelandês no lugar de Daniel Ricciardo na RB, disse que um anúncio pode acontecer depois do GP de Singapura, que acontece já neste fim de semana. Já Horner disse que não está decidido se Lawson fica na "família" Red Bull ou se será liberado de seu contrato. No passado recente, a Sauber sondou a Red Bull sobre a situação contratual de Lawson.
"Gabriel pode ser importante no futuro da McLaren", diz Stella
Mas, e no caso de Bortoleto? A McLaren teria poder de impedir um negócio com a Sauber? Perguntado pelo UOL Esporte sobre o que diria a Binotto se ele pedisse o passe de Gabriel, o chefe da McLaren, Andrea Stella, foi enfático.
"Se o Binotto me procurasse, sei que quando você tem um talento tão grande, definitivamente você não vai impedir que ele tenha uma chance na F1. Ao mesmo tempo, nós definitivamente teríamos interesse em encontrar uma maneira de mantê-lo na família McLaren", disse Stella ao UOL Esporte. "Porque eu acho que ele é um talento que pode ser importante no futuro para a McLaren. Estamos bem com nossos dois pilotos atuais a longo prazo, não poderíamos estar mais contentes com eles, mas gostaríamos de manter Gabriel na família McLaren. Tenho certeza de que vamos encontrar uma solução."
Stella fez uma comparação do brasileiro com Oscar Piastri, que venceu o GP do Azerbaijão e tem impressionado com sua evolução em sua segunda temporada na Fórmula 1. Assim como Bortoleto, Piastri venceu a Fórmula 3 em seu primeiro ano. E depois foi campeão da F2 também como estreante. Mesmo com este histórico, ele ficou na reserva por uma temporada antes de estrear como titular na F1.
"Para mim, ele é parecido com o Oscar. Não só pela habilidade e pela execução do ponto de vista da pilotagem. Mas também porque são caras muito humildes, que se permitem aprender muito trabalhando com a equipe. Eles não são arrogantes. E combinam talento com trabalho duro e esse tipo de valor e atitude. É assim que você pode crescer como piloto. E Gabriel é um exemplo de como você pode crescer tão rapidamente", comparou Stella.
"Se olharmos para a campanha da F2 dele, ele teve seus percalços, não necessariamente pela pilotagem dele. Teve problemas no carro, mas não desistiu. Ele foi construindo tudo passo a passo."
O UOL Esporte também falou com Bortoleto, que disse preferir no momento deixar os assuntos de Fórmula 1 com seus empresários e focar no que pode controlar: seus resultados na F2, que volta agora só no final de novembro, no Qatar.
"Tem tanta coisa que as pessoas falam, mas a verdade é que a gente continua focado na F2. Talvez nesse período entre uma corrida e outra, as conversas comecem a aparecer mais , mas eu diria que agora é um momento em que a gente lê um monte de coisa na internet e nem tem como a gente saber se é verdade ou se é mentira. A McLaren trabalha muito pelo meu sucesso e eles querem me ver na F1 um dia. Eu tenho a certeza disso."
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