Lando Norris foi tão veloz que mudou a cara do GP de Singapura
Norris conseguiu, pela primeira vez na carreira, largar na pole e liderar uma primeira volta. E liderou todas as outras, vencendo com mais de 20s de vantagem para Max Verstappen. Norris fez tudo isso mudando o jeitão do GP de Singapura, que costuma ser disputado em um ritmo lento e tenso, para evitar que os rivais tentem qualquer jogada estratégica. Sua tática foi outra: se certificar que ninguém estava perto o suficiente para tentar qualquer coisa. E isso acabou ajudando a corrida a ser mais movimentada que o normal também.
A McLaren sabia que tinha uma vantagem de ritmo e também que o desgaste de pneus neste ano em Singapura não era tão alto como em temporadas anteriores. E também ajudou a classificação ruim da Ferrari, que tinha o segundo melhor ritmo em Singapura.
Na volta 11, Norris já tinha aberto os 5s que o protegeriam de uma manobra de estratégia de Verstappen. Mas a folga era tanta que Norris foi aumentando a vantagem: quando Verstappen parou, já estava 24s7 atrás do líder.
É claro que nenhuma vitória de Norris vem sem algum tipo de tensão, e ele cometeu dois erros, tocando o muro em duas oportunidades. Chegou a pedir para a equipe checar sua asa dianteira. Mas os danos não eram tão grandes para que ele precisasse de uma troca - na verdade, ele inclusive poderia ter trocado a asa e voltado na liderança, tamanha a vantagem.
"Não é que eu estava forçando tanto, às vezes é porque você relaxa demais. Mas talvez tenha sido um pouco dos dois porque eu não queria ganhar por um segundo, queria ganhar com a maior vantagem possível."
Ele só não teve o resultado perfeito na F1, também com a volta mais rápida, por um jogo de equipe envolvendo a Red Bull e a RB. A equipe que também é de propriedade da Red Bull, chamou Daniel Ricciardo para colocar pneus macios novos com duas voltas para o final, e ele fez a volta mais rápida, que era de Norris. A F1 dá um ponto para quem faz a volta mais rápida, contando que o piloto chegue no top 10. E Ricciardo foi o último colocado, e foi votado pelos torcedores como o piloto do dia, no que pode ter sido sua última corrida.
Ou seja, o australiano não teve nenhum benefício em correr o risco de fazer mais uma troca de pneus. Isso só foi feito para roubar o ponto de Norris, com a Red Bull muito focada em não perder o mundial de pilotos com Verstappen, sabendo que a McLaren é superior no momento. A diferença agora é de 52 pontos.
Briga pelo pódio foi tensa
Verstappen acabou fazendo uma corrida solitária para chegar em segundo lugar, enquanto a disputa pelo terceiro posto foi bastante intensa. As Mercedes tinham a difícil missão de manter Oscar Piastri atrás, sabendo que ele teria uma grande vantagem de ritmo.
A Mercedes dividiu a estratégia de seus carros, colocando Hamilton no pneu macio para que ele tentasse atacar na largada, mas sabendo que ele teria que parar mais cedo, e deixando Russell na pista por mais tempo, no mesmo pneu de Piastri.
Mas essa corrida aberta gerada pelo ritmo de Norris na verdade também permitiu que o pelotão ficasse espaçado e que Piastri tivesse pista livre para usar o equilíbrio do carro ao seu favor. Ele conseguiu ser rápido mesmo com pneus bem desgastados, parou 10 voltas depois Russell, voltou atrás das duas Mercedes - que, a essa altura, estavam com as posições já invertidas porque a estratégia de Russell funcionou melhor que a de Hamilton - e passou ambos na pista.
Com pista livre, as duas McLaren passaram a ser as únicas rodando abaixo de 1min26, mostrando como a classificação ruim de Piastri custou uma dobradinha para os líderes do mundial de construtores.
Mercedes com dificuldades, mas à frente das Ferrari
Um carro que funcionou bem na classificação, mas nem tanto na corrida foi a Mercedes. Russell reclamava do carro "saindo de dianteira e de traseira ao mesmo tempo", enquanto via Piastri sumir na sua frente e Charles Leclerc, com uma estratégia parecida com a do australiano, se aproximando perigosamente.
Russell conseguiu segurar o monegasco, e Hamilton também manteve o sexto lugar, à frente de Sainz, mas longe do ideal para quem largou em terceiro. Alonso ganhou a disputa que teve com Nico Hulkenberg e Perez não conseguiu se recuperar da classificação ruim e ficou com a última posição nos pontos, aproveitando a queda de Tsunoda na prova.
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