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Verstappen coloca futuro em dúvida se F1 quiser controlar falas dos pilotos

Max Verstappen não esperava muito do GP de Singapura, mas acabou salvando um ótimo resultado na pista, com o segundo lugar. Foi um misto de uma excelente classificação, um carro que se comportou melhor do que o esperado, e o resultado longe de ter sido maximizado pela Ferrari e por Oscar Piastri, companheiro de Lando Norris, que venceu a prova com sobras.

Fora da pista, no entanto, foi um fim de semana frustrante para ele, punido por ter falado palavrões em uma coletiva de imprensa. A exemplo do que fez ontem, quando sinalizou aos jornalistas que só daria respostas mais completas fora da sessão oficial de entrevista, controlada pela FIA, ele falou em separado neste domingo, no escritório da Red Bull na pista.

E deixou claro que esse tipo de regra de conduta da Federação Internacional de Automobilismo pode fazê-lo deixar o esporte mais cedo do que ele gostaria. "Não sei o quão a sério eles vão levar esse tipo de coisa. Para mim, quando for o suficiente, é o suficiente, e veremos. Como eu disse, as corridas continuarão, a F1 continuará também sem mim. Também não é um problema para mim. Acontece", disse Verstappen.

"Se você não consegue ser você mesmo, então é melhor não falar nada. É isso que ninguém quer, porque então você se torna um robô e não é assim que você deveria ser no esporte. É ir na direção errada para criar [autenticidade]. Você deveria poder mostrar suas emoções."

Mesmo com a punição, que é de prestar algum serviço, que ainda não foi divulgado, o líder do campeonato não pretende mudar. "Eu sempre serei eu mesmo. Não vou, por causa disso, mudar como eu sou na minha vida de qualquer maneira, e também como estou operando aqui. Estou focado na performance, no que faremos por Austin e além. É nisso que estou pensando. Para mim, não deveria desperdiçar energia com isso, na verdade, porque é muito bobo."

Verstappen passou por várias fases de fúria desde a última vitória

Com a vitória de Lando Norris em Singapura, ele completou oito provas sem vencer na F1, sua pior sequência desde 2020, quando a categoria era amplamente dominada por Lewis Hamilton e a Mercedes.

E a julgar pelo rendimento dos rivais da Red Bull nas últimas corridas, disputadas em pistas bastante variadas - nas curvas de alta e média velocidades de Zandvoort, na configuração de baixa pressão aerodinâmica de Monza, nas ruas de Baku e sua longa reta, e na configuração de pressão aerodinâmica máxima de Singapura - não é impensável que Verstappen possa vencer o campeonato sem ganhar nenhuma das corridas daqui até o final do ano.

Claro que muito disso depende de quão efetivo será a grande atualização que a Red Bull prepara para Austin. E também do quanto os rivais vão conseguir crescer, já que todos planejam usar o intervalo que a F1 tem de quase um mês para acelerar a produção de peças.

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Verstappen passou por uma fase de irritação pública com a Red Bull, principalmente no GP da Hungria, quando reclamou veementemente via rádio e nas entrevistas. Afinal, a equipe tinha trazido um pacote importante de mudanças que, mais uma vez, não surtiram o efeito desejado.

Depois, veio uma fase de resignação, em que ele mal falava no rádio, na Itália e no Azerbaijão.

Em Singapura, estourou a polêmica dos palavrões.

Isso sem falar na não-polêmica em que ele se envolveu neste fim de semana, sendo punido por usar palavrões em uma coletiva de imprensa basicamente porque, ao fazer isso, bateu de frente com o presidente da FIA.

Verstappen foi contratado para a F1 quando tinha 16 anos e pode chegar ao tetracampeonato aos 27 anos. Várias vezes disse que não fica na categoria por muito tempo. Não gosta do calendário longo, das sprints. E, agora, de ter suas falas controladas.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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