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Desmanche continua: Red Bull perde quarto funcionário de chefia em 19 meses

Há dois preços bastante claros do sucesso na Fórmula 1: os rivais vão tentar copiar seu carro e vão tentar fisgar seus profissionais. E é por isso que períodos longos de domínio, como o da Ferrari no começo da década de 2000 ou o da Mercedes entre 2014 e 2020 são tão raros no esporte. E esse filme que a Red Bull está vendo passar em sua fábrica no momento.

Na última terça-feira (24), foi confirmada a saída do chefe de estratégia de corrida Will Courtenay, que estava no cargo há 14 anos e fechou com a McLaren. Essa é uma função que ele vem fazendo em conjunto com Hanna Schmitz, alternando com a engenheira provas em que está no pitwall da equipe ou está na coordenação da equipe de estratégia trabalhando na fábrica do time. No último final de semana, no GP de Singapura, era Will quem tomava as decisões finais no pitwall, abastecido pela informação do restante do time de estratégia.

A McLaren não divulgou exatamente a data em que o engenheiro começará a trabalhar em Woking, mas foi confirmado à BBC que ele seguirá na Red Bull até o final de seu contrato, na metade de 2026. Na McLaren, ele terá um cargo mais alto, como diretor esportivo.

Todos os que saíram conseguiram cargos mais altos

É possível que o caso de Courtenay tenha sido semelhante ao de outra peça importante da Red Bull por toda a sua história na F1 que anunciou sua saída recentemente: Jonathan Wheatley.

Na Red Bull, os contratos dos profissionais sênior geralmente são de três anos. E o acordo de Wheatley acabaria ao final deste ano e ele sabia que não seria renovado. Afinal, o diretor de corridas do time tinha se colocado como candidato a assumir a chefia da equipe quando Christian Horner estava sendo investigado por conduta imprópria com uma funcionária, no início do ano.

De fato, ele sairá da Red Bull para ser chefe de equipe, na Audi, a partir de 2026, quando acaba o período em que ele não pode trabalhar para nenhum time.

Na McLaren, Courtenay se junta a outro profissional de bastante experiência e cargo alto na Red Bull que deixou o time. Rob Marshall é o desenhista chefe da McLaren desde o início deste ano e impressionou muito positivamente a equipe desde que chegou, algo curioso de se ouvir nos bastidores, uma vez que, quando o britânico saiu da Red Bull, a conversa era de que ele já estava ficando ultrapassado e, por isso, não tinha espaço da equipe.

Mas é claro que o profissional mais famoso que deixou a Red Bull nesse meio tempo foi Adrian Newey, o projetista mais vencedor da história da Fórmula 1. Ele disse ter decidido ir embora no final de semana do GP da China, na segunda metade de abril, e anunciou há três semanas que se juntará à Aston Martin em 2025.

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Verstappen será o próximo?

É difícil estabelecer um único motivo para estas saídas. Mas é claro que o sucesso de uma equipe faz com que as rivais busquem entender quais as peças que ao mesmo tempo são importantes para este sucesso e que possam estar descontentes ou perdendo espaço dentro do time.

Não coincidentemente, está todo mundo de olho em Max Verstappen, cujo contrato vai até o final de 2028, mas que poderia forçar uma saída antes disso. O tricampeão já disse várias vezes que sua prioridade é ter performance e uma equipe que lhe dê um carro com o qual possa lutar por títulos.

A perda de profissionais tão experientes não ajuda a Red Bull a manter o alto nível em que vinha operando, mas também não é a única resposta para a queda de performance do time que vinha dominando a F1 especialmente desde o segundo terço da temporada 2022. Assim como seus rivais em momentos diferentes, eles tomaram um rumo no desenvolvimento do carro que provou ser muito complicado e viram os demais melhorarem.

A julgar pelo que dizem os engenheiros, foi encontrada a fonte dos problemas, que teriam começado com a atualização levada ao GP da Espanha de 2023. Agora que eles entenderam o que deu errado, fica mais fácil encontrar uma solução. As modificações feitas no assoalho no GP do Azerbaijão já foram considerados um bom passo nessa direção, e espera-se um pacote extenso de mudanças no GP dos Estados Unidos, na segunda metade de outubro.

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