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Sem piloto da casa, GP de Miami aposta em Norris e foca em torcedores fiéis

É justo dizer que as corridas norte-americanas do calendário da Fórmula 1 levaram dois golpes nas últimas semanas: perderam o único representante do país no grid, Logan Sargeant, e também aquele que era mais identificado com sua cultura, Daniel Ricciardo. Ambos foram substituídos - por Franco Colapinto e Liam Lawson, respectivamente - neste mês de setembro. Mas pelo menos os promotores de Miami já encontraram uma saída: apostar na relação de Lando Norris com o palco de sua primeira vitória na F1.

"Não queremos nos pautar por nacionalidades", explicou Tyler Epp, presidente do GP de Miami, falando com exclusividade para o UOL Esporte. "Tivemos a oportunidade de construir um relacionamento com a McLaren e Lando, dada a sua primeira vitória em Miami no ano passado. E só porque ele não é americano não significa que não tenhamos como trabalhar com ele."

"Teremos uma arquibancada da McLaren ano que vem na marina. Estamos fazendo um pacote que inclui chapéu, garrafa de água e a oportunidade de fazer uma volta rápida no fim de semana de corrida com a McLaren. Então esse tipo de coisa para nós, esse tipo de ativação e essa parceria de trabalho com quem está no paddock, não é realmente ditado pela nacionalidade."

Então seria Norris o piloto mais ‘comercializável’ nos EUA no momento, até por ter se tornado um dos pilotos mais populares da série ‘Dirigir para Viver’, da Netflix, que ajudou a alavancar o interesse da F1 no país? "Não vou morder essa isca", ri Epp. "Acho que quando você é uma corrida recente no calendário e está construindo seu negócio, você está constantemente em busca de momentos especiais, certo? E felizmente para nós, Lando teve um momento especial em Miami."

GP de Miami muda estratégia de venda de ingressos para 2025

Foi apenas no final de agosto que a prova da Flórida disponibilizou seus ingressos para o evento do ano que vem, adotando uma estratégia diferente das primeiras edições de um GP que entrou no calendário em 2022. A ideia, segundo Tyler Epp, é primeiro corrigir potenciais erros com base no retorno do público e depois oferecer um produto melhor.

"Isso dá aos torcedores a chance de respirar, e então voltamos com todos os ajustes que fizemos no circuito. Recebemos o feedback e ajustamos não apenas alguns preços, mas também algumas propostas de valor em geral. Então, acho que antes de lançarmos isso no mercado, gostaríamos de ser um pouco mais firmes com a oferta. Veremos como vai ser este ano, começamos bem."

Além da arquibancada temática da McLaren, uma novidade interessante é a criação de um programa de fidelidade para dar benefícios exclusivos a quem já esteve em eventos anteriores, com preços especiais e facilidades de pagamento. É um passo interessante e pouco usual no restante das corridas ao redor do mundo e um promotor que encontrou diversas dificuldades no primeiro ano, incluindo a falta de comida para o setor VIP, mas que vem melhorando seu evento de maneira exponencial a cada etapa.

"Acho que agora entendemos muito melhor como funciona a FIA, como funciona a Fórmula 1. Entendemos o que as equipes precisam. Entendemos a importância de ter produtos diferenciados para os nossos fãs e sermos muito claros sobre a proposta de valor e como é importante podermos comunicar essa proposta de valor não só do ponto de vista de vendas, mas também de execução."

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O GP de Miami tem mantido sua data no primeiro final de semana de maio desde sua introdução e será disputado dia 4 de maio em 2025. Os preços são salgados em comparação com os do GP de São Paulo. As entradas mais baratas para as arquibancadas custam mais de 1200 reais por dia.

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