De saída, Hamilton está excluído das reuniões da Mercedes? Não é bem assim
Com sua ida para a Ferrari em 2025 já definida desde o início do ano, Lewis Hamilton está vivendo dentro da Mercedes algo que é normal para pilotos que vivem esse tipo de situação, sendo naturalmente excluído de reuniões que são mais estratégicas a médio prazo, como na discussão do direcionamento do desenvolvimento do carro do ano que vem. E isso significa o crescimento do piloto que fica no time. No caso, George Russell, que se prepara para sua quarta temporada em Brackley.
O próprio chefe da equipe, Toto Wolff, disse recentemente que a participação de Hamilton "começa a desacelerar" daqui em diante, lembrando que as equipes já estão desenvolvendo peças para 2025. Perguntado pelo UOL Esporte sobre esse processo, contudo, Russell preferiu minimizar o efeito das mudanças na dinâmica entre ele, Hamilton e a Mercedes especialmente nestes últimos meses do britânico no time.
"O fato é que não há nenhum piloto que projete o carro ou seja um aerodinamicista que realmente influencie substancialmente o desempenho global do carro. Nosso principal dever é dar feedback, dizendo que queremos um pouco mais de downforce na frente em determinada fase de curva ou que estamos com dificuldades em outra parte da curva, em alta ou baixa velocidade, seja o que for", explicou Russell ao UOL Esporte.
"E então a equipe vai e tenta projetar e projetar de acordo com nossas limitações. Mas em termos do feedback que ambos damos, nada mudará nesse aspecto. A equipe sempre foi extremamente transparente conosco em termos de atualizações, de desenvolvimento mais para nos manter informados, para que possamos ter uma compreensão global do que está acontecendo com o desenvolvimento."
"Portanto, não é como se de repente Lewis tivesse muito trabalho para fazer e de repente ele estivesse sentado girando os polegares. O trabalho para nós permanece basicamente o mesmo."
Hamilton diz que ainda não fala com a Ferrari sobre performance
O próprio Hamilton, no entanto, sabe como esse processo funciona. O britânico disse entender quando é deixado de fora de algumas reuniões que visam o futuro. "Mas no final das contas, nenhuma informação que eu receberia este ano terá impacto no próximo porque não estou em comunicação [com a Ferrari]. Nada passa de um lado para o outro até eu começar a temporada no próximo ano e leva tempo para desenvolver as coisas."
Existe a possibilidade de que Hamilton faça o teste que sempre ocorre logo depois da última etapa do ano, em Abu Dhabi, pela Ferrari. Isso não foi confirmado por nenhuma das partes até o momento, mas está em pauta.
Porém, é importante salientar que Hamilton continua presente em todas as discussões relativas a esta temporada. Inclusive, em uma corrida recente, em Baku, no Azerbaijão, a reportagem do UOL Esporte viu seus seguranças ainda na pista aguardando fora do escritório da Mercedes quando já passava das 22h locais. Hamilton sempre esteve entre os pilotos que ficam por mais tempo na pista reunido com os engenheiros e isso não mudou nesta temporada.
Ou seja, não faz sentido imaginar que Hamilton não participe de reuniões de estratégia para uma corrida, como foi levantado após o britânico ter sido o único dos ponteiros a largar com pneus macios no GP de Singapura.
Hamilton não deu entrevistas após aquela corrida, assim como Russell, porque ambos estavam bastante desgastados fisicamente, então várias teorias foram levantadas sobre algo que foi simplesmente uma aposta equivocada da equipe, sabendo que não estão lutando pelo mundial neste ano. Hamilton largava em terceiro em uma pista em que as ultrapassagens são mais raras e com um carro inferior ao de outros pilotos que estavam atrás dele - Oscar Piastri e as duas Ferrari.
Então, embora não seja de se esperar que Hamilton esteja por dentro de absolutamente tudo dentro da Mercedes, a equipe não tem motivos para esconder nada que vá ajudar a pontuação da equipe neste ano.
Reportagem
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