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Red Bull admite ter alterado carro após pedido da FIA, mas nega trapaça

A Red Bull admitiu que fez uma alteração em seu carro antes do GP dos Estados Unidos, que será realizado neste final de semana, após um pedido da Federação Internacional de Automobilismo. A FIA, por sua vez, tinha sido alertada por outras equipes que a equipe tinha um dispositivo que permitiria a mudança da altura do carro, algo que poderia ajudar na configuração do carro entre a classificação a corrida.

O problema é que tais mudanças não são permitidas por regulamento. O carro precisa começar a corrida com exatamente o mesmo acerto com o qual foi para a pista na primeira vez na classificação, dentro do que é chamado de parque fechado. As únicas mudanças aerodinâmicas permitidas são no ajuste da asa dianteira.

A Red Bull, contudo, afirmou que o dispositivo existia, mas que não era possível acessá-lo depois que o carro era totalmente montado. Ou seja, não era possível mudar a altura do carro entre a classificação e a corrida, como temiam os rivais. Mesmo assim, eles decidiram retirá-lo após a recomendação da FIA.

Falando já em Austin, Lando Norris lembrou que não há provas de que a Red Bull esteja usando o dispositivo. "Uma coisa é tê-lo em seu carro, outra coisa é como você o explora e usa, e sobre isso não temos ideia. Se eles têm utilizado isso da maneira que as pessoas pensam, talvez seja uma mudança para nós. Mas eles não conseguem pole positions ou vitórias só por causa desse dispositivo. No geral, não acho que vai mudar muita coisa, mas houve diferenças bem pequenas em algumas classificações. A FIA está fazendo a coisa certa, tem algumas coisas que são preto no branco."

As rivais perceberam que a Red Bull tinha algo diferente por conta de uma lista de componentes que, por regra, todas as equipes devem fornecer à FIA e que fica aberta para todos.

Segundo a Red Bull, a FIA sabia do dispositivo, uma vez que as equipes têm que mandar seus projetos para a entidade, e eles tinham entendido que tudo estava dentro das regras.

A peça que pode ser ajustada tem o apelido de 'bandeja de chá' ou 'babador'. Ela fica na parte de baixo do carro, entre a suspensão dianteira e o cockpit, e é o início do assoalho. Ajustar a distância dessa parte do carro em relação ao solo entre a classificação e a corrida seria uma forma de maximizar o desempenho do carro tanto em uma volta lançada, quando no GP, lembrando que a altura do carro é algo fundamental para o bom rendimento de um carro de F1 atual e é um dos grandes desafios das equipes.

Em comunicado, a FIA explicou que "qualquer ajuste na folga dianteira durante condições de parque fechado é estritamente proibido pelos regulamentos. Embora não tenhamos recebido qualquer indicação de qualquer equipe que utilize tal sistema, a FIA permanece vigilante em nossos esforços contínuos para melhorar o policiamento do esporte. Como parte disso, implementamos ajustes de procedimento para garantir que a folga frontal não possa ser facilmente modificada. Em alguns casos, isto pode envolver a aplicação de um selo para fornecer maior garantia de conformidade."

A FIA teria sido comunicada sobre a suspeita dos rivais da Red Bull no último GP, em Cingapura, há pouco menos de um mês.

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Esse tipo de procedimento não é nada anormal. A McLaren já teve que fazer pelo menos duas mudanças no carro após pedidos da FIA. A última delas foi feita na asa traseira do carro, pelo excesso de flexibilidade.

Independentemente do dispositivo banido, a Red Bull traz mudanças importantes em seu carro para este final de semana, como tentativa de deixar de perder pontos para a McLaren nos dois campeonatos. Eles perderam a liderança entre as equipes e buscam ajudar Max Verstappen a se manter à frente de Lando Norris. A diferença entre os dois é de 52 pontos com 180 em jogo.

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