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Para chefe da McLaren, discurso da Red Bull para peça proibida não convence

Depois que a Federação Internacional de Automobilismo pediu para a Red Bull lacrar uma peça por suspeitar que ela estava sendo usada para burlar a regra que impede que a configuração do carro seja alterada entre a classificação e a corrida, o CEO da McLaren, Zak Brown, cobrou mais explicações, e explicou por que não acredita na defesa da equipe do líder do mundial, Max Verstappen.

A Red Bull explicou que o acesso ao dispositivo que permite a alteração na altura do carro não é tão simples e não pode ser acionado pelo piloto dentro do cockpit, como foi levantado. Várias peças teriam que ser retiradas para acessar o tal dispositivo.

Porém, Brown lembrou que, por regra, todas as equipes têm acesso ao desenho de certos componentes dos carros dos rivais, e disse que não apenas a McLaren está buscando mais explicações sobre a maneira como esse dispositivo, que é comum a todos os carros, está disposto no carro da Red Bull.

"Acho que não há como negar que eles têm a capacidade de acessar o 'babador' dianteiro de dentro do carro. Isso é indiscutível, por isso penso que eles não tiveram outra escolha senão dizer: 'Sim, podemos'", disse ele à TV britânica. O 'babador' é o nome dado à peça em questão, que fica na parte de baixo do carro, entre o cockpit e a suspensão dianteira, e é o começo do assoalho. Mudar a altura nesse ponto do carro é importante para o rendimento. E o ideal para as equipes seria ter uma altura diferente entre a classificação e a corrida, mas isso não é permitido pelas regras.

Segundo Brown, projeto da Red Bull é único no grid

"Sabemos que não podemos - não temos acesso, não foi concebido dessa forma - e pelo que vemos nas outras oito equipes, eles também não. Então acho que eles não tiveram escolha [a não ser atender o pedido da FIA de lacrar o acesso]."

Perguntado se acha que a Red Bull estava usando esse acesso diferente para mexer na altura do carro entre a classificação e a corrida, lembrando que isso não foi comprovado, Brown disse: "Bem, por que você o projetaria para ficar dentro do carro, quando as outras nove equipes o projetaram para ficar fora do carro? A engenhosidade faz parte da Fórmula 1 e existem regras em preto e branco. Você não pode tocar em seu carro de corrida, a não ser em coisas como o conforto do piloto."

Aí entra a desconfiança de Brown: o regulamento diz que, entre a classificação e a corrida (ou seja, durante o chamado regime de parque fechado), o carro tem que estar "totalmente montado", a não ser quando os mecânicos estão fazendo "mudanças para o conforto do piloto". Quando isso ocorre, é permitido que o carro não esteja "totalmente montado". E esse momento poderia ser aproveitado para acessar o tal dispositivo.

Mas isso, é claro, não tornaria o processo legal. Não são permitidas mudanças de configuração aerodinâmica, a não ser da angulação da asa dianteira, entre o momento em que o carro vai à pista na primeira vez na classificação e o início da corrida.

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"Estou muito contente em ver que a FIA está cuidando disso. Precisa ser uma investigação muito minuciosa porque mexer no carro em parque fechado é uma violação substancial, que deverá ter consequências enormes. Ainda tenho dúvidas. Sei, conversando com outros chefes de equipe, que eles ainda têm dúvidas também", finalizou Brown.

Em Austin, onde a F1 disputa a 19ª etapa da temporada neste fim de semana, engenheiros da FIA foram vistos dentro do box da Red Bull enquanto um dos mecânicos explicava como funciona o acesso ao dispositivo que regula a altura do carro. A equipe busca entrar em acordo com a federação para adotar uma solução diferente para a próxima corrida, no México, permitindo que o lacre seja retirado.

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