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Drugovich não vê a F1 fazer o suficiente para dar chances a jovens pilotos

O brasileiro Felipe Drugovich é um daqueles casos de piloto que venceu o campeonato de acesso à Fórmula 1 e não conseguiu ainda uma vaga na categoria principal. O mesmo aconteceu com o piloto que foi campeão no ano seguinte, Theo Pourchaire, e nenhum dos dois principais pilotos na luta pelo título da F2 deste ano, Gabriel Bortoleto e Issac Hadjar, têm qualquer garantia de que darão esse passo também.

Não que ninguém esteja tendo oportunidades. Liam Lawson acaba de se tornar titular, Kimi Antonelli, Oliver Bearman e Jack Doohan estão confirmados ano que vem, Franco Colapinto está tendo uma grande oportunidade na Williams. Mas são todos casos de pilotos promovidos dentro de seus próprios programas, o que significa que as equipes comprovam por meio do trabalho de simulador e testes privados que eles têm condição de se tornarem titulares na F1.

No caso de Drugovich, não há vaga na Aston Martin, equipe da qual ele faz parte como reserva. E ter apenas treinos livres, como ele disputou nesta sexta-feira na Cidade do México, não é o suficiente para mostrar serviço para os outros times.

Por isso ele não acha que mesmo a mudança na regra da F1 para o ano que vem, dobrando o número de sessões em que os pilotos titulares têm que ceder seus carros para novatos (serão dois treinos livres por piloto a partir de 2025), ataca o problema.

"Não acho que essa abordagem de dar treinos livres para os pilotos seja a certa", disse Drugovich ao UOL. "Acho que deveriam dar um fim de semana inteiro e pronto. Porque o que eles não entendem é que um piloto precisa desenvolver alguma coisa. Não são apenas quatro voltas. Quando há uma sessão de treino livre com um piloto novato, a maioria das equipes irá colocar sensores e tentar fazer alguns testes. E depois temos quatro voltas e vamos forçar como loucos. E então coisas ruins podem acontecer. Com certeza, nunca é o piloto de verdade que você vê ali."

Na sessão de treino livre da qual participou, Drugovich fez testes aerodinâmicos para o carro e depois teve duas tentativas de volta rápida. Em uma delas, foi mudar a configuração do motor e o ajuste giratório não entrou na configuração certa, fazendo ele perder potência. Na segunda, foi atrapalhado por Piastri. Por isso, o brasileiro falou que poderia ter feito muito mais do que a 18ª posição. "Ficaram sobrando pelo menos uns 0s4 ou mais", disse ele.

E isso só reforça seu ponto de vista sobre os treinos livres não serem suficientes. "Os pilotos jovens têm muito mais potencial do que você vê. Portanto, prefiro algo gradual do que apenas quatro sessões por ano. Existe uma solução fácil para isso: na MotoGP, eles tem os 'wild cards'. Claro que não podemos colocar um terceiro carro como na MotoGP, que colocaram uma terceira moto. Mas a maioria dos pilotos já diz que 24 corridas são demais. Então, por que não deixar de correr em um fim de semana inteiro? E então você também pode ver o desempenho real do piloto em comparação com os outros do grid. Se você apenas comparar os pilotos novatos com os pilotos novatos, também não será justo."

Drugovich terá outra chance de fazer um treino livre, seu quinto na Fórmula 1, no GP de Abu Dhabi, última prova da temporada.

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