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Próximo de anúncio na Sauber, Bortoleto deve enfrentar estreia difícil

Após meses de especulações, o brasileiro Gabriel Bortoleto está perto de ser anunciado como piloto titular na Fórmula 1 na Sauber, única equipe que ainda não pontuou no atual campeonato e que vive uma fase de transição antes de se tornar equipe de fábrica da Audi em 2026. Isso encerraria o jejum de brasileiros atuando como titulares na categoria, que dura desde a aposentadoria de Felipe Massa em 2017, mas ainda não da maneira como o torcedor brasileiro sonhava.

Bortoleto está por todo o final de semana de GP de São Paulo vestido de piloto McLaren, até porque tem um acordo neste ano para fazer parte do programa de jovens do time inglês. O chefe do time, Andrea Stella, reafirmou algo que já havia dito ao UOL Esporte em setembro, que a relação com a equipe não seria um entrave. "Com essa história de sucesso, é normal que outras equipes de Fórmula 1 estejam interessadas em Gabriel. A McLaren não ficará no caminho de Gabriel se ele tiver a oportunidade de pilotar na Fórmula 1 ."

Mas houve, do lado da Sauber, uma demora de semanas para definir qual seria o caminho escolhido pela equipe, o que só reflete o estado atual da equipe. O time foi vendido para a Audi, que assume, em teoria, o controle completo no início do ano que vem para, em 2026, nomear o time e equipá-lo com motores também da Audi.

Sauber passa por reconstrução

Digo "em teoria" porque existe certo ceticismo de que a Audi chegará a entrar na F1, devido à política de austeridade da Volkswagen na Alemanha. Por isso, há a teoria de que o time seria vendido antes mesmo da estreia.

Essa seria mais uma mudança importante nesse projeto, depois que o comando da operação foi trocado em meados deste ano. O ex-chefe da McLaren, Andreas Seidl, foi substituído pelo ex-chefe da Ferrari, Mattia Binotto, e o suíço ficou bastante impressionado com o tamanho do desafio pela frente quando se inteirou da maneira como a equipe estava operando.

A Sauber sofre as consequências de anos de pouco investimento, então há um atraso muito grande tanto nos equipamentos utilizados quanto nos procedimentos.

A casa está sendo arrumada aos poucos, mas exemplos de rivais no grid que também passaram por fases longas de sucateamento, como a Williams, Alpine e Aston Martin, mostram que leva tempo para conseguir tirar a diferença, até porque as equipes estão constantemente em evolução.

A Sauber tem contratado vários profissionais de equipes grandes, principalmente Red Bull, e o efeito disso já foi visto nos pit stops, que começaram o ano em um nível inaceitável e hoje estão normalizados.

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Durante todo o ano, a Sauber enfrentou problemas com falta de peças de reposição - e o chinês Guanyu Zhou disse ao UOL Esporte que a situação piorou muito em comparação com a temporada passada - e com a falta de atualizações. E, como o foco seria em 2026, o cenário ano que vem não deve melhorar.

A julgar pelo histórico de Binotto com a Ferrari, não vamos ver mudanças radicais. Ele é um engenheiro que gosta de entender a raiz dos problemas e reavaliar os processos, ao invés de fazer mudanças bruscas. Foi uma abordagem que ajudou no crescimento que vemos da Ferrari hoje, mas que levou tempo para gerar frutos.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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