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Ganhar o campeonato de equipes pode não ser um bom negócio nesse ano na F1

A disputa pelo campeonato de equipes da Fórmula 1 está bastante acirrada, com a McLaren buscando seu primeiro título desde 1998 com 593 pontos, a Ferrari em segundo com 557 e a Red Bull em terceiro com 544. Mas chegar na frente pode não ser uma boa por conta de uma regra que já existe, mas que deve fazer muita diferença ano que vem.

Trata-se dos limites de desenvolvimento aerodinâmico baseados na posição do campeonato. Isso já está em vigor desde 2021 e é parte do motivo para termos tido algumas mudanças na relação de forças entre as equipes, como o crescimento da Aston Martin em 2022 e a ascensão da McLaren. Eram times com boa estrutura que utilizaram bem o fato de terem mais tempo de túnel de vento, por exemplo, em relação a quem estava nas primeiras posições no campeonato.

E a ideia da regra é justamente essa: dar condições para equipes que não estão tão bem desenvolverem seus carros. O percentual é definido pela posição do campeonato em dois momentos no ano, no final de junho e no final de dezembro. E, a cada posição na tabela, a equipe perde ou ganha 5% de tempo de túnel de vento e também de desenvolvimento em computador.

Mas por que uma regra que já existe faria mais diferença agora? Por regulamento, as equipes só vão poder começar a trabalhar no desenvolvimento aerodinâmico do carro de 2026 em janeiro do ano que vem, e o regulamento vai mudar. Quando há mudança de regras, o aprendizado em cada sessão de túnel de vento é muito maior, daí a diferença.

"No momento não faz diferença porque os ganhos que você tem cada vez que usa o túnel de vento são muito pequenos", explicou um dos chefes que estão na luta pelo título, Fred Vasseur, da Ferrari.

"Mas o jogo pode mudar em 2026, porque algumas equipes que talvez não estejam lutando pelo campeonato no próximo ano podem decidir: ?Ok, para 2025 não nos importamos com a posição e não nos importamos se estamos duas posições à frente ou atrás. Vamos apenas trabalhar no projeto 2026. Se você está lutando por alguma coisa, terá a tentação de fazer mais por 2025."

Na verdade, a mudança começa mesmo antes disso, pois o resultado do campeonato deste ano vai ditar a quantidade de horas de túnel de vento nos seis primeiros meses do desenvolvimento do carro de 2026.

Para se ter uma ideia, ao longo de seis meses, a diferença de tempo de túnel de vento entre a primeira e a terceira colocada é de 120 horas. O túnel de vento é a melhor forma de simular como novas peças vão funcionar na pista.

É claro que há também o lado positivo de terminar bem a temporada: além do título, quanto mais à frente uma equipe fica no campeonato, maior sua fatia na distribuição do dinheiro vindo dos direitos comerciais, então os times precisam pensar dos dois lados.

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É por conta disso que Vasseur se mostra mais preocupado com o que vai acontecer na primeira metade do ano que vem. Se um time não começar o ano muito bem, vale mais a pena ficar atrás no campeonato e ganhar mais tempo de desenvolvimento aerodinâmico para o novo regulamento na segunda metade do ano, quando as porcentagens forem recalculadas no final de junho.

A temporada de 2024 da Fórmula 1 tem sua reta final nos três próximos finais de semana, começando com o GP de Las Vegas na madrugada deste domingo. E Max Verstappen pode conquistar o tetracampeonato já nesta prova. A definição do mundial de construtores, com 147 pontos ainda em jogo, deve ficar para a etapa final em Abu Dhabi.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.