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Como a dobradinha da Mercedes jogou a lógica no lixo no GP de Las Vegas

Se George Russell já terminou a classificação do GP de Las Vegas pedindo para a Mercedes "estudar a fundo" o que estava fazendo com que o rendimento em uma volta rápida deles estava tão bom, ele tem motivos para pedir uma verdadeira investigação completa após dominar a corrida e vencer pela segunda vez na temporada, ainda mais tendo Lewis Hamilton completando a dobradinha depois de largar em décimo, na prova em que Max Verstappen se sagrou campeão da Fórmula 1 pela quarta vez.

O holandês chegou em quinto, deixando para trás todas as dúvidas a respeito de sua velocidade de reta, depois que a Red Bull teve que tomar medidas extremas, chegando a cortar a asa traseira, para resolver o problema. Mais um exemplo de como piloto e equipe superaram os obstáculos que marcaram a temporada do tetra. "Foi um pouco mais difícil do que ano passado, mas nós sobrevivemos e demos tudo", disse ele.

No final das contas, ele não sofreu para ultrapassar e chegou a andar em segundo porque seus pneus estavam funcionando melhor no frio de Las Vegas que os rivais pela maior parte da prova.

Mas não no mesmo nível da Mercedes. E o exemplo de Hamilton é até melhor do que o de Russell, que só teve que aguentar a pressão de Charles Leclerc no começo e depois pôde controlar seu ritmo e as temperaturas de seus pneus. "Foi um final de semana dos sonhos, não faço ideia de porque fomos tão rápidos", disse Russell após a vitória.

Hamilton não subia ao pódio desde o GP da Bélgica, outra corrida disputada no frio, em julho. Mas esse ritmo de corrida, ao contrário do que tinha acontecido em Spa-Francorchamps, não apareceu nos treinos livres. Quem tinha o melhor ritmo, de longe, eram as Ferrari, que começaram o GP indo para cima da Mercedes, mas cozinharam seus pneus em poucas voltas no começo da corrida, e só voltaram a ser um fator no final, com menos combustível.

Sainz e Leclerc cresceram nas últimas 15 voltas, passaram Verstappen, que tinha pneus mais usados, mas ficaram com a sensação de que poderiam ter feito mais. "Foi um choque o rendimento dos médios", reconheceu Sainz. "Eu esperava ter rendido melhor com eles, e eles acabaram depois de umas oito voltas. E depois eu não estava confortável com o carro em nenhum momento e foi uma questão de limitar os danos para nós."

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Hamilton não ganhou nenhuma posição na largada, e se livrou de Hulkenberg nas primeiras voltas. Depois, foi atrás de Piastri. Mas sua corrida começou a ganhar vida quando os pilotos que estavam à sua frente começaram a sofrer com os pneus, foram para o box, e deixaram a pista livre para que ele fizesse seu ritmo.

O ritmo era rápido, o pneu não estava tendo a mesma granulação dos demais e, quando o heptacampeão voltou ao meio do pelotão, brigando com Norris e as Ferrari, ele tinha borracha mais fresca. Passou o piloto da McLaren e depois se aproveitou de um momento de confusão na Scuderia, que primeiro pediu para Sainz deixar Leclerc passar, depois pareceu desistir de chamar o espanhol para os boxes, e se livrou dos dois com um undercut, aproveitando a vantagem de fazer a parada antes para ter pista livre.

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Voltou de sua segunda parada logo atrás de Verstappen, que nem tentou defender: as Mercedes estavam em outro planeta.

Mas Hamilton não pararia por aí. Ele passou Verstappen na volta 32 e estava 16s atrás de Russell. E cruzou a linha de chegada a 7s3 do vencedor.

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Não deu para entender por que o chefe da McLaren, Andrea Stella, estava esperando que o ritmo que seu carro não mostrou em nenhum momento no fim de semana aparecesse na corrida, mas isso não aconteceu. A sorte dos líderes do mundial foi ver a Mercedes com a dobradinha, à frente de seus grandes rivais, as Ferrari.

Las Vegas era a corrida que a Ferrari estava esperando para somar muitos pontos, sabendo que devem sofrer na próxima etapa, no Qatar. Eles conseguiram tirar parte da vantagem da McLaren, que agora lidera com 24 pontos de vantagem. O prejuízo acabou sendo bem menor do que poderia ter sido, lembrando que Qatar será um fim de semana de sprint, com mais pontos disponíveis.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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