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Festa do título tem Max de cerveja na mão e Russell com medo de pneumonia

Max Verstappen diz que não gosta de correr em Las Vegas, mas não poderia ter um cenário melhor para a conquista do quarto título, naquela que, para ele, foi sua melhor temporada na Fórmula 1. Uma festa em pleno sábado à noite aguardava o holandês, que já iniciou os trabalhos enquanto dava entrevistas, com uma cerveja na mão.

"Terminei minha cerveja, vou pegar mais uma, depois mudar para outra coisa. Não preciso me preocupar em dirigir mais por hoje!", disse um aliviado Verstappen, que só precisava chegar na frente de Lando Norris para ser campeão com duas corridas de antecipação e foi o quinto colocado, um retrato do que viveu em boa parte da temporada.

"Ainda bem que choveu no Brasil! Vinha sendo uma sequência difícil de corridas", lembrou ele. Afinal, foi com a vitória em Interlagos, saindo da 17ª posição na classificação, que ele se colocou em posição confortável em um campeonato que começou com cara de lavada, mas que já na quinta corrida mudou, com a Red Bull se complicando e os rivais, principalmente a McLaren, crescendo de produção.

No final das contas, seu rival mais próximo foi Lando Norris, disputando um título pela primeira vez na carreira. O britânico reconheceu diversas vezes nos últimos dias a superioridade de Verstappen e da equipe Red Bull, também muito mais acostumada a brigar por vitórias do que a McLaren atualmente, mas ouviu algumas palavras encorajadoras de Verstappen na festa do título. "Eu disse para ele que a hora dele vai chegar um dia. Você tem que ser paciente."

Com o CEO da McLaren, Zak Brown, Verstappen foi menos generoso. Quando o norte-americano foi cumprimentá-lo, ouviu um "como você disse, antes eu só ganhava porque tinha o melhor carro."

Vencedor Russell 'perdeu' o voo de volta

"Toto, não vou pegar o voo", disse George Russell após receber a bandeirada em primeiro em uma dobradinha da Mercedes. "Então eu também não vou", respondeu o chefe da equipe, Toto Wolff.

Russell deu várias entrevistas encharcado de champanhe e ainda de macacão, enquanto o segundo colocado Lewis Hamilton trocou de roupa e o terceiro, Carlos Sainz, usava um casaco comprido e um gorro, para se proteger do frio de 14ºC.

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Russell, na verdade, chegou a pensar em se jogar no chafariz em frente ao hotel Bellagio, onde os pilotos param para dar as primeiras entrevistas, mas desistiu. "Eu fiquei muito doente depois dessa corrida ano passado, peguei pneumonia e só fui melhorar em fevereiro. Então eu lembrei disso e desisti."

Mas isso não impediria Russell de ir para a balada em Las Vegas. Ele até tentou colocar o companheiro Hamilton na jogada, dizendo que "esse cara aqui sabe onde ir", mas Lewis não parecia muito empolgado, mesmo indo de décimo para segundo na corrida. E só balbuciou alguma coisa.

Leclerc cansa de ser bonzinho

Quem não estava mesmo em clima de festa era Leclerc. Ele não quis explicar a fundo, mas reclamou de algum trato que tinha com o companheiro Sainz que não foi respeitado pelo espanhol. E terminou a corrida, em quarto lugar, atrás da outra Ferrari, dizendo que não vai mais ser bonzinho.

"Fiz meu trabalho, mas ser bonzinho me f? o tempo todo, o tempo todo. Não é uma questão de ser bonzinho, mas de respeito. Sei que eu preciso calar a boca, mas é sempre a mesma coisa!", desabafou Leclerc via rádio assim que cruzou a linha de chegada.

Durante a corrida, quando reclamou da pressão que estava sofrendo do companheiro, seu engenheiro Bryan Bozzi disse que Carlos tinha sido instruído a não atacá-lo. Mas Charles não estava convencido e disse para "falarem em espanhol" para Carlos não se fazer de desentendido.

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Sainz, por sua vez, disse que não gostou da maneira como a Ferrari lidou com uma corrida na qual o rendimento dos pneus de ambos os carros decepcionou. Ele disse que percebeu que Leclerc estava se aproximando e trazendo com ele Hamilton, mais rápido do que ambos, e disse que pediu para a equipe chamá-lo aos boxes para que ele não ficasse no caminho de Charles, sabendo que seus pneus tinham acabado. Mas a equipe não o chamou.

O chefe, Fred Vasseur, disse que a demora foi para evitar que Sainz voltasse no trânsito após a parada, e minimizou os comentários de Leclerc. "Eles fazem comentários dentro do carro sem ter a visão total das coisas. Vamos conversar e isso não será um problema."

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.