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Perez balança, mas o piloto mais consistente da Red Bull não é lembrado

Oficialmente, o grid da Fórmula 1 em 2025 está fechado, mas a própria Red Bull admite que tem uma decisão importante pela frente, que será tomada após a última corrida, em Abu Dhabi: honrar ou não o contrato que Sergio Perez tem com a equipe, algo que também pode trazer repercussões para a outra equipe deles, a RB.

Perez é o único piloto das quatro equipes mais fortes do campeonato que não venceu nenhuma corrida neste ano. Seu último pódio foi no GP da China, coincidindo com a última prova em que a Red Bull teve uma vantagem mais clara em relação à concorrência. Dali em diante, uma sequência de sétimos, sextos, oitavos lugares tem custado caro à equipe, que ganhou os últimos mundiais de construtores: eles atualmente estão em terceiro lugar, mesmo tendo Max Verstappen como campeão antecipado da temporada.

Perder posições no mundial de construtores significa menos dinheiro entrando para a equipe na divisão da fatia do bolo dos direitos comerciais. Além disso, Perez teve algumas batidas no ano, principalmente destruindo sua Red Bull no GP de Mônaco, e isso também afeta o tanto que a equipe pode investir em outras áreas, lembrando que as equipes precisam ficar dentro de um limite de gastos por temporada.

A sorte de Perez é que não há uma opção clara para a Red Bull

São problemas que a Red Bull não pode ignorar. O problema, para eles, é que não existe uma opção óbvia para substituir Perez. Liam Lawson substituiu Daniel Ricciardo a partir do GP dos Estados Unidos para ser testado, mas foi superado pelo companheiro Yuki Tsunoda nas últimas provas. O japonês não é visto na Red Bull como uma opção tão óbvia para ser promovido, por motivos que ele mesmo não sabe explicar. E a situação obrigou a Red Bull a olhar o mercado e a sondar a situação de Franco Colapinto na Williams, mas o argentino também tem tido seus altos e baixos.

"Acho que agora, estou muito focado nessas corridas que estou fazendo agora e sei que estou sendo avaliado nessas corridas, então não sei onde estarei no ano que vem", limitou-se a dizer Lawson, que espera ter um começo mais forte neste fim de semana no Qatar do que teve especialmente em Las Vegas.

O neozelandês começou muito bem nos Estados Unidos e depois caiu de produção, o mesmo que aconteceu com Colapinto, que pontuou em duas das primeiras quatro corridas na F1, andou por várias vezes à frente do companheiro Alex Albon, e depois sofreu dois acidentes no Brasil e um em Las Vegas.

São altos e baixos que complicam a decisão da Red Bull, até pelo aporte financeiro que os parceiros de Perez trazem para a equipe.

Tsunoda não entende por que seu nome não é citado

Enquanto isso, Tsunoda vem fazendo uma temporada bastante forte. Dos 46 pontos que colocam a RB na briga pelo sexto lugar (algo que o time só atingiu por três vezes de 2008 até aqui), o japonês foi responsável por 30, e não consegue explicar por que seu nome não aparece no topo da lista de possíveis substitutos de Perez.

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"Não sei. Por favor, entreviste-os e descubra. Para ser honesto, não sei. Espero que esteja na briga, e se não, não sei o que devo fazer para ser honesto. Tenho certeza de que se eu estivesse na vaga, definitivamente poderia lutar por uma posição mais alta no campeonato de construtores, mas eles que decidem", disse Tsunoda no Qatar, palco da penúltima corrida do campeonato.

O japonês apontou algo interessante. Ele acredita que a morte do co-fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, em 2022, mudou a dinâmica das decisões internas das duas equipes. Ou pelo menos a lógica delas.

"Historicamente, era bem natural que se o piloto, superasse o outro consistentemente, fosse promovido. É meio que uma coisa natural, eu acho. Não sei, talvez algo tenha mudado. O que eles estão fazendo não é uma coisa ruim, mas realmente não faz sentido para mim que eu não tenha entrado muito na lista até agora. Sim. Eu não consigo encontrar muita razão para que eles não falem sobre mim até agora. Mas vamos ver."

Tsunoda terá um teste com a Red Bull depois do GP de Abu Dhabi. É a primeira vez que ele tem uma chance desse tipo desde que chegou na antiga AlphaTauri no início de 2021.

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