Time de Bortoleto fecha investimento: 'Nosso projeto não é de curto prazo'
A Audi, equipe pela qual Gabriel Bortoleto vai estrear na Fórmula 1 em 2025, anunciou nesta sexta-feira (29) um acordo de injeção de capital da QIA (Autoridade de Investimento do Qatar) que busca fortalecer a posição da montadora alemã nessa sua volta à categoria primeiro como dona de 100% da equipe Sauber, a partir de janeiro, e depois dando nome à equipe e fazendo seus motores a partir do ano seguinte.
Esse investimento dos qatari, que já são parceiros do Grupo Volkswagen, do qual a Audi faz parte, faz parte de uma estratégia que foi traçada depois que a empresa decidiu aumentar sua fatia na aquisição da Sauber, no final do ano passado. Com isso, eles serão sócios minoritários, mas com um percentual "grande", não divulgado pelos alemães. Os novos sócios terão uma cadeira no conselho, mas a estratégia segue sendo definida pela Audi.
"Quando revisamos e fizemos o plano para pensar maior, trazer um parceiro era parte dessa estratégia. Então, sem um parceiro, não teríamos conseguido montar o projeto como fizemos. A decisão foi tomada há um ano", salientou o CEO da Audi AG e presidente do conselho de diretores da Sauber, Gernot Döllner, a um grupo seleto de jornalistas presentes no circuito de Losail, que recebe o GP do Qatar neste fim de semana, incluindo o UOL Esporte.
"A parceria de hoje está mostrando que é um investimento apaixonado, é um investimento de longo prazo. E isso está mostrando que, mais uma vez, a Audi está comprometida com a F1 não para uma tarefa de curto prazo, mas realmente para uma tarefa de longo prazo", completou o chefe da operação da Audi na F1, Mattia Binotto.
O acordo com a QIA foi assinado em março e o investimento deve começar no segundo trimestre do ano que vem. É tudo uma consequência da mudança de abordagem da Audi, que inicialmente compraria 75% da equipe Sauber. Ano passado, a decisão foi de adquirir a equipe como um todo e buscar parceiros para aumentar o investimento na equipe. Foi sabendo que o investimento seria ainda maior que o time trouxe nomes como o próprio Binotto e Jonathan Wheatley, que chegará da Red Bull, onde foi diretor de competição por quase duas décadas.
"O que estamos fazendo, trazendo esse parceiro forte, é um modelo que muitas outras equipes têm. E é, da nossa perspectiva, um passo necessário para nos tornarmos uma das principais equipes no futuro."
Um bom exemplo de estrutura semelhante é o da Mercedes, que vendeu 33% de suas ações para a INEOS no final de 2020. A Alpine também adotou esse tipo de modelo, vendendo 24% da equipe em 2023 em troca de investimento.
Parceria não visa diminuir o investimento da Audi
Döllner salientou que a chegada dos qatari não significa que o investimento da Audi será menor. O Grupo Volkswagen está passando por uma série de medidas de austeridade, com o fechamento de fábricas na Alemanha, e isso trouxe dúvidas a respeito do comprometimento da Audi a longo prazo com um projeto custoso como o de fazer o motor e ter uma equipe de Fórmula 1.
Perguntado pelo UOL Esporte sobre a impressão que a chegada de um sócio antes mesmo de a equipe entrar no grid poderia gerar, de que a Audi estaria tentando encontrar uma maneira de investir menos na F1, Döllner foi claro.
"É o oposto. Não estamos vendendo parte da Sauber, estamos trazendo dinheiro, e então é exatamente o oposto de reduzir nosso engajamento. Nós adicionamos um parceiro, e fazemos isso por meio de injeção de capital, então a capacidade da equipe fica mais forte, e para deixar claro, para nós é negócio, e é parte do plano da Audi para a transição para o futuro. O projeto da Fórmula 1 é parte integrante disso."
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.