Por disputa que vale 60 milhões, Ocon deve ficar fora do GP de Abu Dhabi
"Acho que serve para todo mundo": foi assim que o chefe da Alpine, Oliver Oates, explicou a informação, ainda não confirmada oficialmente pela equipe, de que Esteban Ocon está fora da última corrida da temporada da Fórmula 1, que será disputada em Abu Dhabi, no próximo final de semana. O francês está de saída do time de qualquer maneira, mas isso é só parte dos motivos que estão encaminhando a equipe para uma decisão incomum na F1 moderna.
Isso porque a Alpine está em uma disputa apertada com a futura equipe de Ocon, a Haas, pelo sexto lugar no mundial de construtores. E, para uma equipe do meio do pelotão, esse campeonato é fundamental, pois garante uma boa fatia do financiamento da temporada seguinte.
Os números não são divulgados e dependem da arrecadação total da Fórmula 1 com direitos de transmissão, publicidade e taxas recebidas dos promotores, mas é possível fazer estimativas de quanto cada equipe ganha de acordo com a posição no mundial. Alpine e Haas estão divididas por cinco pontos e a diferença entre o sexto e sétimo lugares fica em torno de 10 milhões de dólares, ou 60 milhões de reais.
Faz tempo que Ocon sabe que vai para a Haas. O anúncio foi feito no final de julho. Mas a equipe estaria desconfiada - especialmente Flavio Briatore - que ele passou a não se esforçar tanto quanto antes, especialmente depois que a Haas subiu de produção e começou a pontuar bem nas corridas, após uma atualização bem sucedida no carro no GP dos Estados Unidos.
De fato, tirando o segundo lugar no GP de São Paulo na chuva, Ocon se classificou em último em duas ocasiões. E só pontuou uma outra vez desde que foi anunciado pelo time norte-americano.
A decisão de dispensar o francês com uma corrida de antecipação também serviria para a Alpine avaliar seu substituto, Jack Doohan, que enfrenta dúvidas mesmo antes de ter feito sua estreia. Briatore demonstrou interesse em avaliar a possibilidade de contar com Franco Colapinto ao lado de Pierre Gasly ano que vem ao invés de promover seu reserva.
Dentro de todo esse contexto, um acidente na primeira volta do GP do Qatar foi uma cena pra lá de irônica: Nico Hulkenberg, da Haas, que será substituído por Ocon, perdeu o controle de seu carro e tirou o francês da corrida que, consequentemente, acabou batendo em Colapinto e também o fez abandonar logo de cara.
O quinto lugar de Gasly acabou salvando a Alpine e fazendo o time voltar para a sexta colocação do mundial, posição que eles tinham perdido depois de Las Vegas. E, ao que tudo indica, eles vão preferir ir para a decisão com um novato do que com um "rival".
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