Bortoleto viveu dias dividido entre estreia na Sauber e disputa dura da F2
O Brasil terá dois representantes na pista no teste de pós-temporada da Fórmula 1, que será realizado na terça-feira após o GP de Abu Dhabi. Será a primeira vez que Gabriel Bortoleto estará na pista como piloto da Sauber e em um teste coletivo, enquanto Felipe Drugovich fará pela Aston Martin o teste de pneus no lugar dos titulares.
Bortoleto tem vivido dias intensos se dividindo entre a disputa do campeonato da Fórmula 2 e a preparação para sua estreia na Sauber. No Qatar, onde viu sua vantagem no campeonato cair de 4.5 para apenas meio ponto para o rival Isack Hadjar, após um Safety Car mudar a história de uma corrida que ele vinha liderando e na qual o francês lutava pelas últimas posições nos pontos, ele teve que focar em seu campeonato e atender a pedidos na Fórmula 1.
Teve reunião com o novo chefe Binotto e papo para conhecer o CEO da Audi, que estava no Qatar para anunciar a chegada de um fundo do país como novo parceiro do time, em um sinal de que o investimento que os alemães estão dispostos a colocar no projeto precisava de um "aditivo" para chegar no nível do que tem sido feito por outras equipes.
Em Abu Dhabi, a programação da equipe Sauber é intensa para a segunda-feira após o GP - e, portanto, após a decisão do título da Fórmula 2, totalmente aberto após essa etapa do Qatar, com 39 pontos ainda em jogo e três pilotos com chances matemáticas.
"Estou totalmente focado na F2 mas, assim que eu terminar a corrida no sábado, desligo a chavinha da F2 e foco na F1 porque temos muito o que aprender. São muitas coisas que você precisa saber antes de subir em um carro na F1. Eu só fiz um teste, então eu sou muito novato nesse lado."
Bortoleto terá reuniões com engenheiros e compromissos de marketing antes de entrar no carro na terça-feira. Ele participará do teste como um jovem piloto, ou seja, sem fazer o teste de pneu para a Pirelli, no qual as mudanças de acerto do carro são limitadas. Cada equipe vai ter na pista um carro fazendo esse teste de pneus e outro com um piloto jovem, com o objetivo de dar mais experiência para quem está entrando na categoria ou tentando se preparar.
A essa altura, qualquer experiência é bem-vinda para ele, que vai chegar na F1 com menos quilômetros rodados que os outros estreantes - estão confirmados Kimi Antonelli, Jack Doohan e Oliver Bearman, mas o britânico está fora do teste de Abu Dhabi por ter feito três corridas como titular.
Drugovich testa no lugar dos titulares
A situação de Drugovich é inusitada, porque normalmente fica a cargo dos pilotos titulares fazerem esse teste da Pirelli, já que é a primeira chance deles entrarem em contato com os pneus da temporada seguinte.
Mas, na Aston Martin, Lance Stroll até tinha se animado para fazer o teste, mas acabou desistindo. E Fernando Alonso mal pode esperar para a temporada terminar para cuidar de uma série de problemas físicos que tem tido, inclusive da infecção intestinal que teve no México e que ainda não está 100% resolvida.
"Estou cansado", disse Alonso quando perguntado pelo UOL Esporte sobre o motivo de não querer fazer o teste. "Tenho que me cuidar. A parte pior já passou, saí do buraco, digamos assim, mas ainda preciso me cuidar para voltar bem."
Será a segunda vez, neste ano, que Drugovich faz esse tipo de sessão. Ele fez um teste da Pirelli visando o desenvolvimento dos pneus de 2026, também com a Aston Martin. Apesar de ter uma alta quilometragem de testes com o carro do regulamento antigo, feitos ano passado, ele não tem tanta experiência com essa geração de carros, então qualquer chance de andar no carro é mais que bem-vinda, lembrando que ele também vai participar do primeiro treino livre do GP de Abu Dhabi.
E a conexão de Drugovich com a Cadillac?
Claro que chamou a atenção a foto que Felipe Drugovich publicou com o boné da Cadillac logo depois que os norte-americanos anunciaram que chegaram a um acordo para entrar na Fórmula 1 em 2026.
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Quero receberEle correu com a Cadillac nas 24 Horas de Le Mans neste ano e recentemente foi confirmado para disputar as 24 Horas de Daytona em janeiro, e já está fazendo o trabalho de preparação para a prova, daí o boné.
A Cadillac que deve entrar na F1 não teria a mesma operação do time com o qual Durgovich vai correr, a Action Express Racing. Na verdade, o projeto é o mesmo que tentou entrar na F1 sob o nome de Andretti. Outra fábrica, outras pessoas, só a mesma marca.
Mas também é fato que Drugovich tem deixado uma boa impressão na Cadillac, assim como tem feito na Aston Martin. Ele já deixou claro que só vai buscar uma carreira em outra categoria quando sentir que suas chances na Fórmula 1 estiverem esgotadas e o que pode fazer no momento é ir bem nas oportunidades que surgirem, manter seus patrocinadores e construir boas relações no paddock.
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