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Opinião

Neozelandês de 22 anos e 11 GPs na F1 será novo companheiro de Verstappen

Um piloto de 22 anos com 11 largadas na Fórmula 1 será o novo companheiro de Max Verstappen na Red Bull. Liam Lawson foi confirmado como substituto de Sergio Perez, cujo contrato foi terminado dois anos antes do final, como já havia sido confirmado nesta quarta-feira (18).

Perez tinha um contrato até o final da temporada de 2026, mas é normal que os acordos da F1 tenham cláusulas de performance com mecanismos para que haja quebras dependendo dos resultados. E o mexicano, único dentre os pilotos das quatro melhores equipes que não venceu em 2024, estava claramente aquém dos resultados de que precisava para se manter. A situação do mexicano, contudo, parecia ser mais complexa do que isso porque seus patrocinadores são importantes para a equipe e também porque a Red Bull precisava de tempo para avaliar Lawson.

Essas complicações custaram caro à Red Bull. Enquanto Max Verstappen conquistou seu quarto campeonato seguido por antecipação, o time foi apenas o terceiro colocado no mundial de construtores, perdendo cerca de 20 milhões de dólares em premiação, e tendo como alento um maior percentual de desenvolvimento aerodinâmico pelo menos nos seis primeiros meses do ano, algo que também é ditado pela posição do campeonato.

Red Bull fez apostas que não deram em nada

Mas essa foi uma posição em que a Red Bull se colocou após uma série de apostas que não deram certo para ou pressionar Perez a melhorar o desempenho, ou apontar o caminho para quem seria seu sucessor. Pela primeira vez, eles apostaram em pilotos mais rodados para sua equipe B, como Nyck de Vries e Daniel Ricciardo, mas a solução final acabou vindo justamente de seu programa de jovens pilotos, com Lawson.

Daniel Ricciardo, piloto da RB, durante coletiva de imprensa na Austrália
Daniel Ricciardo, piloto da RB, durante coletiva de imprensa na Austrália Imagem: Quinn Rooney/Getty Images

O piloto de 22 anos passou quase três anos completos como reserva dos times da Red Bull na F1 antes de ser efetivado no GP dos Estados Unidos, em outubro deste ano. Antes, fez cinco corridas substituindo Ricciardo após uma fratura na mão em 2023.

Por que Lawson foi o escolhido

Quando voltou neste ano, Lawson ficou marcado pela agressividade e pela postura muito autoconfiante fora das pistas. Era exatamente o perfil que a Red Bull procurava para uma vaga pela qual já passaram Pierre Gasly, Alex Albon e Perez nos últimos seis anos, depois que Ricciardo deixou a equipe acreditando que eles estavam focados demais em Verstappen para que o outro lado da garagem tivesse qualquer chance.

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É claro que a aposta em Verstappen é justificada pelos resultados que ele entrega. Todas as vezes em que a Red Bull lhe deu um carro competitivo, ele foi campeão. E, neste ano, na medida em que o carro foi se tornando mais imprevisível, muitas vezes mudando de equilíbrio durante as curvas, Perez perdeu toda a confiança e não conseguiu se recuperar. Mesmo Verstappen disse que o Red Bull tinha "se tornado um monstro" no meio da temporada. Uma série de mudanças aerodinâmicas fez com que eles dependessem mais do assoalho do que antes para gerar pressão aerodinâmica e isso alterou de forma negativa o comportamento do carro. E mesmo assim ele conquistou o tetracampeonato.

Mesmo tendo o perfil desejado pela Red Bull, está claro que a curva de aprendizado de Lawson terá de ser alta. E ele quer usar Verstappen para isso. "Obviamente seria o maior dos desafios enfrentar Max, mas esse é, de certa forma, o melhor lugar no grid para se estar, você aprende diretamente com o melhor cara, tem acesso a seus dados, a cada sessão, para ver exatamente como ele está se saindo. Para mim, como um piloto que chegou à Fórmula 1 e está se desenvolvendo, é a melhor situação possível para se estar, ter esses dados é o que me tornará melhor."

E Tsunoda?

O companheiro de Lawson tanto nas cinco provas do ano passado, quanto nas seis deste ano, Yuki Tsunoda, teve um desempenho melhor do que o neozelandês no confronto direto, mas nunca foi levado seriamente em consideração.

Parte disso tem a ver com seu perfil. A Red Bull acredita que ele estaria mais suscetível a sofrer com a consistência das performances de alto nível de Verstappen. E o fato de ele ser um piloto Honda também não ajuda. A parceria entre os japoneses e a equipe anglo-austríaca vai acabar em 2026, quando eles passarão a equipar a Aston Martin.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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