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Ruanda, Coréia e Argentina querem receber a F1, mas quem vai ficar fora?

Em um ano de muitas mudanças na Fórmula 1, com seis pilotos fazendo sua temporada de estreia e apenas duas equipes mantendo a mesma dupla em relação ao ano passado, o calendário de 2025 segue com as mesmas 24 provas. Mas já começamos 2025 sabendo que isso não vai se repetir ano que vem.

O GP da Holanda anunciou que terá sua última edição neste ano, e a estreia do GP de Madri segue confirmada para 2026 mesmo em meio a dificuldades de captação de recursos. Mas são três os contratos que vencem neste ano, além do holandês: Imola, Cidade do México e Las Vegas.

A corrida de Las Vegas certamente continuará no calendário, até porque os donos da F1 são os promotores da prova e fizeram um investimento de centenas de milhões de dólares na compra de um terreno central e na construção da estrutura dos boxes. A Cidade do México quer continuar mesmo sem Sergio Perez e é um evento de muito sucesso. A situação de Imola não é tão confortável e a F1 acaba de anunciar que o GP da Bélgica não será mais anual a partir de 2028.

Por que o GP da Bélgica deixará de ser anual

A corrida de Spa-Francorchamps vinha tendo contratos bem curtos, com a dificuldade de se sustentar economicamente mesmo a médio prazo. A F1 vinha estudando já há algum tempo a possibilidade de alternar o GP da Bélgica com outra corrida na Europa, algo visto como a única solução para manter a prova no calendário. E o anúncio desta quarta-feira de uma renovação para quatro GPs em seis anos vai nessa direção.

A primeira opção de rotação com a Bélgica seria o GP da Holanda, mas os organizadores não acreditam na viabilidade financeira disso e já anunciaram que saem do calendário após esta temporada.

Então as duas opções mais óbvias para preencher essa lacuna seriam Imola e, principalmente, Barcelona, cujo contrato vai até 2026 no momento.

Imola cumpriu seu papel na estratégia do CEO da F1, Stefano Domenicali: serviu como instrumento de pressão para Monza fazer uma extensa reforma, que deve ficar pronta para a prova deste ano. E os catalães querem continuar mesmo com a entrada de Madri, e estão negociando uma extensão.

Fora da Europa, dependendo das tensões da aliada Rússia com a Europa e os EUA, Baku, que também tem contrato até 2026, pode ficar em situação fragilizada, mesmo sendo uma das provas mais rentáveis para a F1.

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Vencimento dos atuais contratos dos circuitos da F1:

GP de São Paulo tem contrato até 2030
GP de São Paulo tem contrato até 2030 Imagem: Ruano Carneiro/Getty Images

2025: Imola, Holanda, Cidade do México, Las Vegas
2026: Barcelona, Baku, EUA (Austin)
2028: Singapura
2029: Japão
2030: China, Arábia Saudita, Áustria, São Paulo, Abu Dhabi
2031: Miami, Mônaco, Itália (Monza), Canadá, Bélgica (com corridas em 2025, 2026, 2027, 2029 e 2031)
2032: Hungria, Qatar
2034: Silverstone
Além de 2035: Austrália, Bahrein

Quem pode entrar no calendário da F1?

A grande pressão vem dos países de regiões menos representadas no calendário e em que a F1 vê possibilidade de crescimento. Ruanda apresentou-se oficialmente como candidata a levar a categoria de volta à África, após as tentativas de reviver o GP da África do Sul não deram em nada.

Na Ásia, a Coreia do Sul assinou uma carta de intenção para voltar a ter a F1 a partir de 2026 ou 2027, desta vez em um circuito de rua próximo da capital. E a Tailândia seria a próxima a fazer o mesmo.

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Na América do Sul, representantes argentinos se reuniram com Domenicali no GP de São Paulo. O obstáculo no caso deles é a dificuldade em se comprometer com um projeto de longo prazo, o que tem sido priorizado pela Liberty Media - e pode ser visto claramente pela duração da maioria dos contratos.

Em teoria, o número de provas pode aumentar. O limite é definido pelo Pacto da Concórdia, o contrato que rege as bases do campeonato e é firmado entre a Liberty, as equipes e a Federação Internacional de Automobilismo. A renovação deste contrato será neste ano e o limite atual é de 25 GPs.

No entanto, a pressão que o aumento do calendário exerceria no teto orçamentário que as equipes têm que seguir, no aspecto humano e nas metas de sustentabilidade da F1 freiam uma expansão.

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